Uma intervenção militar dos Estados Unidos na Síria custaria US$ 1
bilhão mensais e colocaria em risco outras áreas da segurança nacional,
advertiu o chefe do Estado-Maior Conjunto, general Martin Dempsey, em carta
divulgada nesta terça-feira. Dempsey, que visita o Afeganistão, enviou ao
Comitê de Forças Armadas do Senado um cálculo de custos que ajudaria o envio de
uma força militar americana ao conflito armado na Síria. Em sua mensagem,
Dempsey analisou cinco opções diferentes para uma intervenção dos EUA, desde a
instrução militar aos rebeldes à assessoria e ajuda, o recurso a ataques
limitados, a imposição de zonas de proibição de voo, o estabelecimento de zonas
de separação de bandos e o controle de armas químicas. Cada uma delas, segundo
Dempsey, teria o custo de US$ 1 bilhão. Todas estas opções fariam avançar o
alvo militar de "ajudar a oposição pondo mais pressão sobre o
regime", escreveu Dempsey em sua carta datada na sexta-feira. "Mas
isso não é suficiente para simplesmente alterar o balanço de poder militar sem
uma consideração cuidadosa do que é necessário a fim de preservar um Estado que
funcione", advertiu. As ações americanas na Síria, afirmou o oficial
militar mais alta categoria dos EUA, poderiam ter "consequências não
desejadas". Dempsey explicou aos senadores que se forem colapsadas as instituições
do regime do presidente Bashar al Assad "à revelia de uma oposição viável,
poderíamos, de maneira despercebida, dar poder aos extremistas ou soltar as
mesmas armas químicas que queremos controlar". Isto, por sua vez,
"constituiria nada menos que um ato de guerra!" em tempos de
austeridade fiscal nos Estados Unidos. O senador republicado John McCain e
alguns de seus correligionários criticaram de maneira crescente a político do
presidente dos EUA, Barack Obama, perante a situação na Síria, insistindo no
envio de armas aos rebeldes e o estabelecimento de zonas de espaço aéreo
vedados para as aeronaves do Governo sírio. Dempsey advertiu que um aumento da
intervenção americana na Síria "provavelmente significará pôr em risco
nossa segurança em outras partes".
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