Segundo levantamento de fundação espanhola, número é três vezes maior que estimativas oficiais
Uma pesquisa da fundação espanhola Alternativas mostra que o número de pessoas que emigrou do país por causa da crise econômica entre 2008 e 2012 pode ser pelo menos três vezes maior que os dados oficiais. Segundo o levantamento, mais de 700.000 pessoas – o equivalente a cerca de 1,5% da população da Espanha – deixaram a nação ibérica. Os números do governo colocam esse número em 225.000.
A saída atinge também estrangeiros que moram na Espanha. Em 2012, 162.000 pessoas de outros países, 83% do número total de emigrantes , deixaram o território espanhol. O cenário pode ser pior, afirma a fundação, pelo fato de o país ter um sistema de registros historicamente ruim.
A crise aumentou também, de acordo com o relatório, a emigração de homens entre 35 e 44 anos. De acordo com a fundação, isso confirma o caráter laboral dos fluxos de saída e “anuncia maior duração das ausências”, mas não é possível dizer se, com isso, está ocorrendo uma “fuga de cérebros” para o exterior.
Agência Efe
Em 2012, protesto de mineiros levou milhares de pessoas às ruas em Madri
Agência Efe
Em 2012, protesto de mineiros levou milhares de pessoas às ruas em Madri
Além disso, menos espanhóis estão voltando do estrangeiro desde o começo da crise. Em 2008, por exemplo, para cada 10 pessoas que iam da Espanha para a Alemanha, 11 voltavam; em 2012, somente quatro retornaram.
O informe vai além: com a emigração em alta, a Espanha passou do 14º para o 2º lugar entre os maiores emissores de pessoas para o Reino Unido entre 2010 e 2013, ficando, agora, somente atrás da Polônia. Dos cinco principais destinos dos espanhóis, três são da Europa - Reino Unido, França e Alemanha são responsáveis por 30% dos registros de indivíduos nos consulados do país em 2012.
“Embora o governo tenha minimizado a magnitude da nova emigração espanhola e se tenham usado eufemismos como ‘mobilidade exterior’ para se referir a ela, aludindo ao ‘espírito aventureiro’ de nossos jovens como uma de suas causas, é evidente que a emigração de espanhóis, sem ser massiva, está aumentando com e por causa da crise”, conclui o relatório.
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