Posted by eduguim
Por volta das 18 horas de 15 de novembro de 2013 cheguei à sede da Polícia Federal em São Paulo. Algumas poucas dezenas de amigos, parentes e companheiros de partido de José Dirceu e José Genoino gritavam palavras de ordem contra a prisão de ambos, que estava ocorrendo no local.
Além de dezenas de repórteres e cinegrafistas, a rua em que fica a sede da PF estava congestionada pelas respectivas unidades de reportagem, automóveis e até helicópteros de meios de comunicação, que faziam imagens aéreas do protesto. Foi duro encontrar vaga para estacionar. Havia mais imprensa do que manifestantes.
Quando cheguei, Genoino já tinha passado pelos que ali estavam para apoiá-lo, fez um gesto que emocionou os que foram apoiá-lo e desapareceu dentro do complexo da PF. Dirceu ainda estava por chegar.
Aos poucos, as pessoas vieram chegando para se juntar à manifestação. Por volta das 19 horas, quando Dirceu chegou, já passavam de cem.
Protestavam pacificamente, gritavam palavras de ordem, empunhavam cartazes com frases de apoio aos dois companheiros. Todavia, alguns dos enviados pelas empresas de comunicação começaram a fazer provocações.
Um tal de “Gui Santana”, do programa Pânico, da Band, passou a acusar Dirceu e Genoino de “roubá-lo”. Entre a equipe da Globo, dois homens corpulentos se aproximavam de manifestantes e faziam piadinhas com a desgraça que ora se abatia sobre os amigos deles.
A revolta foi crescendo entre os manifestantes, mas nenhum deles perdeu a cabeça. Alguns, como este que escreve, quase chegaram lá. Um dos sujeitos corpulentos do grupo da Globo começou a fazer comentários provocativos e eu o adverti de que estava atrás de encrenca, ao que me chamou de “petista mal-educado”.
A chance para retribuir à provocação das duas emissoras, porém, não tardaria. Ninguém avançou um milímetro contra o direito dos repórteres e cinegrafistas delas, mas eles tiveram uma bela dificuldade para trabalhar. Abaixo, o momento em que o repórter Tonico Ferreira, da Globo, dava informações ao Jornal Nacional.
A vendeta da mídia se consumou, mas a luta contra o que se produziu na última sexta-feira no Brasil, quando este país voltou a ter presos políticos, mal está começando. A mídia que se surpreendeu com o apoio a Dirceu e Genoino não viu nada, ainda.
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