por Redação
Deportações de cidadãos de países islâmicos provocaram protestos em aeroportos de todo o país
Stephanie Keith/Getty Images North America/AFP
No sábado, milhares de manifestantes tomaram o aeroporto JFK, em Nova York, contra decreto de Trump
A ação foi apresentada pela União Americana de Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês) depois que dois iraquianos foram detidos no aeroporto John F. Kennedy, em Nova York, na sexta-feira 27.
A entidade considera a medida discriminatória e inconstitucional, uma vez que se aplica a cidadãos com documentos em dia.
A imprensa norte-americana estima que entre 100 e 200 passageiros tenham sido barrados no país, o que gerou protestos em diversos aeroportos.
A decisão da juíza federal Ann Donnelly, tomada após uma audiência de urgência na noite de sábado 28, proíbe temporariamente o governo de deportar cidadão dos sete países mencionados que possuam documentos válidos para entrar nos Estados Unidos. De acordo com a magistrada, a medida pode causar "danos irreparáveis" aos passageiros.
A juíza também ordenou que o governo divulgue a lista de todas as pessoas retidas nos aeroportos do país desde sexta-feira.
“É importante que nenhuma pessoa seja colocada de volta no avião", disse Lee Gelernt, advogado da ACLU. A discussão, no entanto, está longe do fim, e uma nova audiência foi marcada para fevereiro.
As medidas são parte da estratégia dos EUA de evitar a entrada de "radicais islâmicos" no país, conforme anunciou Trump.
No sábado 28, o presidente afirmou à imprensa que a aplicação do decreto estava “funcionando muito bem”. “Vê-se nos aeroportos, vê-se em todas as partes", disse Trump após as primeiras notícias de passageiros impedidos de embarcar.
Após a declaração, organizações de direitos humanos convocaram protestos no JFK e nos aeroportos de Chicago, Minneapolis, Denver, Los Angeles, San Francisco e Dallas. O chamado foi atendido por milhares de manifestantes.
Líderes da União Europeia também condenaram o decreto assinado por Trump. A chanceler alemã, Angela Merkel, disse ao presidente americano que "está convencida de que a guerra decidida contra o terrorismo não justifica que se coloquem pessoas sob suspeita generalizada em função de uma determinada procedência ou religião". O teor da conversa, o primeiro contato entre os dois líderes desde que Trump chegou ao poder, foi divulgado neste domingo pelo porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert.
Após as críticas e a decisão da Justiça, Trump voltou a defender o controle das fronteiras. Por meio do Twitter, o republicano disse que a Europa e o mundo vivem um "bagunça horrorosa".
Our country needs strong borders and extreme vetting, NOW. Look what is happening all over Europe and, indeed, the world - a horrible mess!— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) January 29, 2017
http://www.cartacapital.com.br/internacional/justica-suspende-ordem-de-trump-para-deportar-refugiados-e-imigrantes
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