No Democracia e Politica
cientista político e historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira.
Original na Carta Maior
“Mesmo com o respaldo da esquadra norte-americana, estacionada no Golfo Pérsico, e a participação de tropas dos Estados Unidos, uma guerra contra o Irã desencadeada por Israel seria guerra extremamente difícil e sangrenta. Um ataque de Israel ao Irã mataria milhares de civis e arrasaria cidades, sem garantia de destruir completamente o programa de enriquecimento de urânio. Por outro lado, o Irã logo retaliaria com chuva de mísseis, provocando milhares de mortes em Israel.
A análise é de Luiz Alberto Moniz Bandeira.
Em meados de 2010, os jornalistas Karen DeYoung e Greg Jaffe, do “Washington Post”, revelaram que as “Special Operations Forces” (SOF) dos Estados Unidos estavam a operar em 75 países, 60 a mais do que no fim do governo de George W. Bush, e o coronel Tim Nye, porta-voz do “U.S. Special Operations Command”, declarou que o número chegaria a 120. Esses números indicam que o presidente Barack Obama intensificou “shadow wars” em cerca de 60% das nações do mundo e expandiu globalmente a guerra contra a al-Qa’ida, além do Afeganistão e do Iraque, mediante atividades clandestinas das SOF no Iêmen e em toda a parte do Oriente Médio e África Central [1]. E ainda solicitou aumento de 5,7% no orçamento das SOF para 2011, elevando-o a US$6,3 bilhões, e mais um fundo de contingência adicional de U$ 3,5 bilhões em 2010 [2].Seus contingentes, em 2010, eram de 13.000 efetivos, operando em diversos países, e eventualmente mais 9.000, divididos entre o Iraque e Afeganistão.
Com esse “way of war”, os Estados Unidos passaram a empregar “high-tech killing machines”, como os “drones” (UAV), aviões não tripulados e manejados à distância pela CIA, que disparam mísseis ar-terra do tipo AGM-114 Hellfire, ou equipes do “Joint Special Operations Command” (JSOC), como o “Navy SEAL” [3],para assassinar, sumariamente, e/ou capturar (Kill/Capture) [supostos] chefes da al-Qa’ida e Talibans no Paquistão, Afeganistão, Iêmen, Somália e em toda a Península Árabe [4]. O número de civis mortos por drones, desde 2004, situou-se, somente no Paquistão, entre 2.347 e 2.956 (dos quais 175 crianças), mais do que "militantes" [5].
Cerca de, pelo menos, 253 ataques foram ordenados pelo presidente Barack Obama [6]. E, no início de 2012, os Estados Unidos dispunham de mais de 7.000 sistemas aéreos não-tripulados (Unmanned Vehicle Systems), i. e., os chamados drones, mais 12.000 no solo, até centenas de operações de ataque, cobertas e encobertas em, pelo menos, em seis países [7]. O mercado de drones, em 2011, estava avaliado em US$ 5.9 bilhões e esperava-se que dobrasse na próxima década. Esses aviões não tripulados custam milhões de dólares e existem dos mais diversos tipos, como MQ-1 Predator e o MQ-9 Reaper. algumas variedades mais sofisticadas, como o Parrot AR Drone, que custa cerca de US$ 300,00 e pode ser manejado, inclusive, por iPhone [8].
MQ-9 Reaper
O presidente Barack Obama, em 2011, determinou a construção de constelação de bases, no Corno da África, Etiópia, Djibouti e até em uma das ilhas do arquipélago das Seychelles, no Oceano Índico, para agressiva campanha operações com drones contra o grupo fundamentalista radical Harakat al-Shabaab al-Mujahideen (HSM), aliado de al’Qa’ida, baseado na Somália [9]. A CIA passou a constituir, cada vez mais, uma força paramilitar, além dos trabalhos de espionagem e coleta de inteligência, e, juntamente com as SOF, participa de quase todas, travadas nas mais diversas regiões. E com esse “way of war”, ao qual o presidente Barack Obama, justificando o Prêmio Nobel da Paz, recorreu mais do que o presidente George W. Bush, ele se coloca por cima das leis nacionais e internacionais. Basta assinar uma “Executive Order” (EO) ou um “finding” [10], autorizando assassinatos (killing targets) e outras operações encobertas, sem ter de consultar o Congresso. E, assim, as guerras se multiplicaram e se multiplicam.
BARÔMETRO DE CONFLITOS
O “Barômetro de Conflitos” (Konfliktbarometer) divulgado pelo “Instituto de Heidelberg de Pesquisa Internacional de Conflitos” (Heidelberger Institut für Internationale Konfliktforschung - HIIK), órgão do “Instituto de Ciência Política de Universidade de Heidelberg”, mostrou que, em apenas um ano, 2011, o número de guerras e conflitos no mundo triplicou e foi o mais alto, desde 1945: saltou de seis guerras, e 161 conflitos armados, em 2010, para 20 guerras e 166 conflitos em 2011, tendo como cenário, sobretudo, o Oriente Médio, África e Cáucaso [11]. E a previsão do prof. Christoph Trinn, diretor do HIIK, é de que esse número aumentará ainda em 2012 [12].
É provável. Segundo o presidente Jimmy Carter (1977–1981) revelou em entrevista à imprensa, Israel, em 2008, possuía arsenal nuclear da ordem de 150 ogivas nucleares [13]. Em fevereiro de 2012, Patrick "Pat" Buchanan, um paleoconservador (linha tradicional) do Partido Republicano e ex-comentarista político da televisão MSNBC (canal a cabo dos Estados Unidos), estimou que Israel tem cerca de 300 ogivas nucleares, e advertiu que uma guerra no Oriente Médio seria desastrosa para os Estados Unidos e a economia mundial[14].
No fim dos anos 1990, a comunidade de inteligência dos Estados Unidos havia calculado que Israel possuía entre 75-130 armas nucleares, baseada nas estimativas de produção[15]. O arsenal incluía ogivas para mísseis Jericho-1 e Jericho-2, ademais de bombas para os aviões e outras armas táticas. Conforme outros cálculos, Israel poderia ter, àquele tempo, cerca de 400 armas nucleares, mas o número parece exagerado e seu último inventário incluiu menos de 100 artefatos [16].
O arsenal de Israel pode ser de 150 a 300 ogivas nucleares e a “Israeli Defense Force – Air Force” (IDF/AF) possui 1.000 aeronaves, cerca de 350 jatos de combate contando com 125 F-15 avançados, e esquadrões de F-16, especificamente modificados para empreender ataques estratégicos a longa distância, ademais de uma frota de Heron TP [17], drones, i.e. aeronaves não tripulados (UAV), que podem atingir 40.000 pés de altura e voar, pelo menos, 20 horas, até alcançar o Golfo Pérsico. A Israeli Defense Force – Air Force (IDF/AF) talvez seja maior do que a do Reino Unido e da Alemanha [18]. Contudo, afigura-se muito limitada a possibilidade de sua utilização para deflagrar uma guerra contra o Irã com a segurança de vitória.
F-15 da IDF/AF
UAV Heron TPAlguns, em Israel, crêem que o ataque ao reator Osirak (Operation Opera), no Iraque (1981), constituiu sucesso histórico, um precedente para o uso da força militar para impedir a proliferação de armas nucleares. Porém, oficiais do Pentágono entendem que um ataque às instalações nucleares no Irã seria operação muito complexa, muito diferente dos ataques “cirúrgicos” realizados por Israel ao reator Osirak, no Iraque, e ao reator da Síria (Operation Orchard), na região de Deir ez-Zor, em 6 de setembro de 2007, com um total de oito aviões F-15 Strike Eagle, F-16 Fighting Falcon e uma aeronave de inteligência [19].
A fim de atacar o Irã, no entanto, Israel necessitaria de, ao menos, 100 bombardeiros F-15, com bombas antibunker GBU-28 (laser-guided), das quais consta que dispõe apenas de 30, escoltados por caças a jato F-16 Fighting Falcon, e, segundo o antigo diretor da CIA, voar distância de 1,600 km (cerca de 1.000 milhas) sobre espaço aéreo hostil, devendo ser reabastecidos no ar por outros aviões [20]. Segundo o antigo diretor da CIA Michael Hayden, Israel não seria capaz de efetuar ataques aéreos que seriamente afetassem o programa nuclear do Irã. Teria sérios problemas de alcançar as maiores usinas de enriquecimento de urânio em Natanz e Fordo e a planta de conversão de urânio em Isfaham. Dentro do establishment de Israel, porém, há poucas vozes isoladas que duvidam do sucesso de larga investida contra o Irã, mas o consenso é de que seria operação complexa e difícil para a capacidade da IAF [21].
O AUTO-HOLOCAUSTO
A posse de armamentos nucleares não torna Israel uma potência. Esse poderio militar não corresponde à sua extensão territorial, à sua dimensão demográfica, nem aos seus recursos materiais e humanos [22]. E os cenários que se delineiam, em caso de ataque ao Irã, com ou sem respaldo dos Estados Unidos, são realmente apocalípicos. Basta comparar os dados geográficos e demográficos, bem como de suas forças armadas convencionais, para avaliar a catástrofe que levaria ao fim o Estado de Israel, com Holocausto provocado pelo seu próprio primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Um auto-Holocausto. É o que também prevê o presidente da Rússia Vladimir Putin [23].
Israel, segundo limites definidos e autorizados pela ONU (1947). A parte em beje é Israel; em violeta é a Palestina; em branco, a área internacional de Jerusalem. Hoje, com o respaldo e recursos dos EUA, praticamente toda a Palestina, a área internacional, o oeste da Síria (Golã) e o sul do Líbano foram invadidos militarmente por Israel e ocupados por colonos judeus.O território de Israel é de apenas 20.770 km2, cercado pelo Egito, a Faixa de Gaza, Líbano, Síria e pela Cisjordânia (West Bank). Sua população atual é de 7,5 milhões de habitantes (2012), dos quais mais ou menos 6 milhões, cerca 75%, são judeus e 25%, i. e., 1,5 milhão, são árabes muçulmanos, alguns cristãos e druzos. Na Faixa de Gaza, há 1,6 milhões de palestinos; na Cisjordânia, há cerca 2,3 milhões de palestinos. Aproximadamente, dentro de todo o território da Palestina (incluindo Israel), o número de árabes é da ordem de 5,5 milhões de palestinos, número quase igual ao de judeus em Israel, e o fato do governo de Binyamin Netanyahu continuar autorizando construções na Cisjordânia (mais 700 foram autorizadas em fevereiro de 2012), desrespeitando o princípio da criação de dois Estados, pode levá-los à violenta explosão, nas circunstâncias de uma guerra contra o Irã.
Ao contrário de Israel, o Irã ocupa o décimo-sexto maior território do mundo, ao sudoeste da Ásia, com larga extensão de 1.648.195 km2 e fronteiras com oito países, e mais de 2.440 km (1.516) do litoral, entre o Golfo Pérsico e o Golfo de Omã, interligado pelo estratégico Estreito de Hormuz. Sua população é de 78,8 milhões de habitantes (2012 est.), cerca de dez vezes maior do que a de Israel. O diretor do “Military Balance Project”, na Universidade de Tel Aviv, coronel Yiftah Shapir, admitiu que Israel poderia lançar um ataque contra o Irã e causar muitos danos, inabilitando seu programa nuclear, porém teria de bombardear o país e não poderia fazê-lo sozinho [24]. Ele reconhece que o máximo que Israel pode conseguir é atrasar o programa nuclear iraniano por “some months” e, no máximo, cinco anos [25]. Tanto o general (R) Nathan Sharony, chefe do “Council for Peace and Security”, composto por 1.000 altos oficiais de segurança de Israel, quanto o ex-chefe do Mossad (2002-2010) Meir Dagan, também pensam que o ataque ao Irã não compensaria, não seria favorável a Israel [26].
Na “Hebrew University”, Meir Dagan qualificou um ataque militar ao Irã como “a stupid idea” e, na “Tel Aviv University”, disse que isso provocaria uma guerra regional, impossível para Israel enfrentar, e daria à república islâmica razão para prosseguir com seu programa nuclear [27]. Posteriormente, em novembro de 2011, falou no “Clube de Indústria e Comércio de Tel Aviv” que Israel não deveria atacar o Irã e previu uma “katastrophe”, se ocorresse [28]. Por sua vez, general (r) David Fridovich, ex-comandante adjunto do “Special Operations Command” e atualmente diretor de Defesa e Estratégia no “Jewish Institute for National Security Affairs”, declarou ao diário israelense que um ataque de Israel ao Irã poderia ser “counterproductive” [29].
A mesma opinião manifestou o general James Cartwright, do Marine Corps, acentuando, inclusive, que persuadiria mais iranianos a apoiar o programa nuclear e convencê-los que, por isso, o país deve ter os armamentos. Um ataque – acrescentou - poderia destruir as instalações, mas, mas não “uninvent” a tecnologia e o capital intelectual continuaria a existir [30]. E Shlomo Gazit, ex-chefe da “Intelligence and National Security”, da “Israeli Defense Force”, acentuou, claramente, que um ataque ao Irã teria consequência oposta, i. e., resultaria na “liquidation of Israel” [31]. E acentuou: “We will cease to exist after such an attack”[32]. Daí que o general Martin Dempsey, chefe do Estado Maior das Forças Armadas dos Estados Unidos, declarou à CNN que “We think that it's not prudent at this point to decide to attack Iran" [33].
INSTALAÇÕES NUCLEARES
O Irã possui cerca de 12 a 20 instalações nucleares, espalhadas por diversas regiões. Alguns agentes de inteligência da França, Reino Unido e Estados Unidos suspeitam que, em Fordo, com 3.000 reatores, os cientistas iranianos estejam tentando enriquecer o urânio com concentração superior a 20% de pureza, o que capacitaria o governo a produzir artefatos nucleares, se fosse estocada quantidade suficiente para o uso militar. Essa usina está construída parcialmente dentro de uma montanha, a nordeste da mesquita da cidade de Qom, altamente protegida, com uma bateria de mísseis antiaéreos montada pela Guarda Islâmica Revolucionária [34].
A de Natanz, na província de Isfaham, distante de Israel quase 1.609 km, encontra-se cerca de oito metros abaixo do nível do solo, protegida por várias camadas de cimento. Lá operam, aproximadamente, 5.000 centrífugas, alimentadas com urânio hexafluoride.
E, segundo o coronel reformado da USAF, Rick Pyatt, seria muito difícil o ataque ao Irã. Os aviões de Israel teriam de voar sobre território estrangeiro hostil, porquanto os alvos estão 1.700 km distantes, devendo ser reabastecidos no ar. Os mísseis Jericho-2 ou Jericho-3 teriam ogivas de peso limitado, provavelmente menos de 1.000 libras, e é muito duvidoso que elas pudessem penetrar bastante fundo para alcançar o nível determinado de destruição [35].
Se o Irã tiver, ou tivesse, o projeto de enriquecer urânio para fabricar artefatos nucleares, o que muitos suspeitam existir experimentos, inclusive na base militar de Parchim, outras usinas devem ser também subterrâneas, dentro de cavernas, difíceis de detectar com satélites e aviões. A topografia do Irã, a configuração do seu relevo, apresenta enorme dificuldade para ataques aéreos. É muito similar à do Afeganistão, muito escarpado e difícil de mapear com aviões, inclusive porque os voos têm de ser baixos e a república islâmica possui ótimo sistema de defesa antiaérea, com inúmeros mísseis terra-ar.
Uma operação aérea contra instalações nucleares do Irã teria de ser, provavelmente, acompanhada por tropas terrestres. Mas Israel conta apenas com 176.500 homens no serviço ativo, dos quais 133.000 no exército, e 565.000 na reserva, enquanto o Irã tem mais do que 523.000 no serviço ativo, dos quais 350.000 no exército, e cerca de 125.000, nos corpos da poderosa Guarda Revolucionária Islâmica [36]. Ademais, o Irã tem excelente sistema de defesa naval, montado com mísseis Sunburn, importados da Rússia e da China, o míssil mais letal contra qualquer navio, desenhado para voar 1.500 milhas por hora, nove pés acima do solo e da água [37].
Marinha iraniana dispara míssil
O desequilíbrio de forças convencionais entre os dois países é enorme. Também, [o Irã] possui submarinos e modernos barcos de patrulha, equipados com mísseis, e teria capacidade de interditar a estratégica de linha comunicação marítima através do Golfo Pérsico [38], e controlar a passagem dos carregamentos de petróleo.
Mesmo com o respaldo da esquadra [norte-americana], estacionada no Golfo Pérsico, e a participação de tropas dos Estados Unidos, uma guerra contra o Irã desencadeada por Israel seria guerra extremamente difícil e sangrenta. Também, conforme os analistas do Pentágono, um ataque aéreo dos Estados Unidos às instalações nucleares do Irã não seria bastante para destruir todos os reatores para enriquecimento de urânio, embora fosse mais amplo, menos arriscado e provavelmente lhes causasse muito mais danos que se realizado por Israel [39]. Poderia somente atrasar o programa, mas não impedir que o Irã produzisse armas atômicas [40].
A população do Irã é superior à soma das populações do Iraque e do Afeganistão e grande parte está concentrada nas montanhas, que configuram um cinturão estendido entre Zagros e Elbroz e uma linha entre o litoral do Mar Caspio e o Estreito de Hormuz. Outra parte da população está em algumas cidades no nordeste, em Mashhad, cidade com 2,83 milhões de habitantes, próxima à fronteira com o Afeganistão e o Turcomenistão, onde se encontra a tumba do imã al-Rida (765-c.818), um dos sucessores do profeta Muhammad, venerado pelos xiitas e visitado por cerca de 20.000 pessoas. O resto do país é muito pouco povoado. Com três lados cercados por montanhas e dois pelo Mar Cáspio e o Golfo Pérsico, o tamanho e a topografia tornam do Irã uma fortaleza, muito difícil de ser invadida e, ainda mais, ser conquistada [41].
Um ataque de Israel ao Irã seria um desastre. Mataria milhares de civis, arrasaria cidades, porém não poderia aniquilar 78,8 milhões de iranianos nem devastar um território de 1.648.195 km2. Além disso, nenhuma segurança teria de destruir completamente seu programa de enriquecimento de urânio. Por outro lado, o Irã logo retaliaria e lançaria seguidamente chuvas de mísseis Shahab, Gahdr-3 ou Sejji, com bombas de fragmentação, cuja submunição (bomblet) de cerca de 202 explosivos pode atingir entre 200 e 400 metros. Capazes de alcançar até 1490 km, demoliria muitas cidades de Israel, inclusive Tel Aviv, e dizimaria milhares de seus habitantes. Certamente, o Hamas (sunita), na Faixa de Gaza, e o Hisbollah (xiita), no Líbano, aproveitariam para também atacar Israel com mísseis Katyusha, Fadjr-5, Urgan, Khaibar e outros de que as duas organizações paramilitares dispõem.
Seria extremamente difícil, quase impossível, o governo de Benjamin Netanyahu resistir aos bombardeios e ao levante da população palestina dentro de Israel (1,5 milhão), na Faixa de Gaza (1.6 milhão) [42] e na Cisjordânia (2,3 milhões). Dentro de todo o território da Palestina, o número de palestinos (incluindo em Israel) é da ordem de mais de 5,5 milhões, contra mais ou menos 6 milhões de judeus. Seria uma guerra híbrida, de alta e baixa intensidade. Da população de Israel, de mais ou menos 6 milhões de judeus, 1,5 milhão poderia ser, em larga medida, aniquilada."
NOTAS
[1] Karen DeYoung & Greg Jaffe. “U.S. 'secret war' expands globally as Special Operations forces take larger role”. Washington Post. Friday, June 4, 2010 Nick Turse. “A secret war in 120 countries. The Pentagon’s new power elite”. Le Monde diplomatique,18 August, 2011.
[2] Karen DeYoung & Greg Jaffe. “U.S. 'secret war' expands globally as Special Operations forces take larger role”. Washington Post. Friday, June 4, 2010
[3] Navy SEAL é uma unidade especial do United States Naval Special Warfare Command (NAVSPECWARCOM), cujo quartel-general é Coronado, na California, a integra o US Special Operations Command (USSOCOM). Foi um comando do Navy SEAL que executou bin Ladin no Paquistão. SEAL é acrônimo de Sea, Air e Land (SEAL)
[4] Priest, Dana & William M. Arkin. Top Secret America. The Rise of the New American Security State. Nova York-Londres: Little Brown & Company, 2011, p. 251.
[5] Chris Woods “Drone War Exposed – the complete picture of CIA strikes in Pakistan”. Bureau of Investigative Journalism. August 10th, 2011. http://www.thebureauinvestigates.com/2011/08/10/most-complete-picture-yet-of-cia-drone-strikes/ Benjamin Wittes “Civilian Deaths from Drone Strikes”. Lawfare - Hard National Security Choices. http://www.lawfareblog.com/2011/08/civilian-deaths-from-drone-strikes/
[6] Ibid.
[7] Peter W. Singer. “Do Drones Undermine Democracy?”. The New York Times. Sunday Review. January 21, 2012. Peter W. Singer é diretor da 21st Century Defense Initiative na Brookings Institution e autor da obraWired for War: The Robotics Revolution and Conflict in the 21st Century.
[8] Nick Wingfield & Somini Sengupta. “Drones Set Sights on U.S. Skies”. The New York Times, February 17, 2012
[9] Craig Whitlock & Greg Miller “U.S. assembling secret drone bases in Africa, Arabian Peninsula”. The Washington Post, September 21 2011.
[10] Autorização dada pelo presidente dos Estados Unidos, quase sempre por escrito, na qual ele acha (find) que uma operação encoberta (covert action) é importante para a segurança nacional. O finding é o mais secreto entre os documentos do governo americano.
[11] "Conflict Barometer 2011" - http://hiik.de/de/konfliktbarometer/
[12] Ibid.
[13] “Israel: Carter Offers Details on Nuclear Arsenal” - Reuters. New York Times. May 27, 2008. “Israel tem 150 armas nucleares, diz ex-presidente dos EUA”. BBC.Brasil. 26 de maio, 2008 - 19h46 GMT (16h46 Brasília)
[14] Pat Buchanan: “300 Nukes in Israel Yet Iran a Threat?” - http://buchanan.org/blog/video-pat-buchanan-300-nukes-in-israel-yet-iran-a-threat-5022 “300 ojivas nucleares israelíes, una amenaza mundial”. HispanTV 29/02/2012 09:39 www.hispantv.ir/detail.aspx?id=175279. Mark Whittington- “Pat Buchanan Oddly Thinks Israel is a Bigger Threat Than Iran” Yahoo! Contributor Network – Wed, Feb 22, 2012. Jeff Poor – “Buchanan: Who is a bigger threat — Iran or Israel?” The Daily Caller - 02/22/2012 -http://dailycaller.com/2012/02/22/buchanan-who-is-a-bigger-threat-iran-or-israel/
[15] A comunidade de inteligência dos Estados Unidos calculava, em 1999, que Israel tinha então entre 75 e 150 ogivas nucleares, conforme em boletim da Federation of American Scientists (FAS). Scarborough, Rowan. Rumsfeld's War. Washington, D.C.: Regnery Publishing, 2004, pp. 194-223.
[16] “Nuclear Weapons – Israel”. Federation of American Scientists (FAS). University of St. Andrew – 8.Jan.2007. www.fas.org/nuke/guide/israel/nuke/
[17] Os vants Heron TP, fabricados pela IAI (Israel Aerospace Industries), podem voar a uma altura de até 13.000 metros, acima da altitude da aviação comercial. Os Estados Unidos têm outro modelo, o MQ-1 Predator, usado para matar "supostos terroristas", em operações chamadas de “3D”: “dull”, i. e., operações sombrias.
[18] Anshel Pfeffer – “Israel could strike Iran's nuclear facilities, but it won't be easy. Haaretz – Israel, 20.02.12.
[19] “Report: U.S. officials say Israel would need at least 100”. Ha’aretz – Israel, 20.02.12
[20] Ibid. Michael Kelley. “US Offers Israel Advanced Weapons In Exchange For Not Attacking Iran”. Business Insider – Military & Defense. March 08, 2012.
[21] Anshel Pfeffer – “Israel could strike Iran's nuclear facilities, but it won't be easy. Haaretz – Israel, 20.02.12.
[22] “O status de potência pode ser estimado pela sua extensão territorial e o número de sua população, bem como pelos recursos materiais e humanos que um Estado tem condições de usar a fim predizer quão vitorioso pode ser em uma guerra com outro Estado, se usa seus recursos como vantagem.
Karl W. Deutsch, “On the concepts of politics and power,” in John C. Farrel e Asa P. Smith (eds.), Theory and Reality in International Relations", Nova York, Columbia University Press, 1966, p. 52. Gramsci, Antônio. Maquiavel, a política e o Estado moderno, 2ª ed., Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1976, p. 191.
[23] Stephen Bierman & Ilya Arkhipov. “Putin Says Iran Military Strike to Be ‘Truly Catastrophic’”. Bloomberg Businessweek. February 27, 2012. http://www.businessweek.com/news/2012-02-27/putin-says-iran-military-strike-to-be-truly-catastrophic-.html
[24] "Israel May Lack Capability for Effective Strike on Iran Nuclear Facilities” -Bloomberg-http://www.bloomberg.com/news/2011-11-09/israel-may-lack-capability-for-iran-military-strike.html
[25] Larry Derfner - “Security expert: Attacking Iran isn’t worth it. +972 is an independent, blog-based web magazine. February 6 2012 - http://972mag.com/warriors-against-war-with-iran/34831/
[26] Ibid.
[27] Ethan Bronner - “A Former Spy Chief Questions the Judgment of Israeli Leaders”. The New York Times, June 3, 2011.
[28] Bergman, Ronen & Mittelstaedt, Juliane von. “Dagans Bombe”. Der Spiegel. 07.11.2011.
[29] Hilary Leila Krieger & Jpost Correspondent. 'Strike on Iran could be counterproductive'. Jerusalem Post. Thu, Mar 15, 2012.
[30] Kristina Wong “Attacking Iran’s nuke sites may only slow progress”. The Washington Times, Monday, February 27, 2012
[31] ‘An Attack on Iran Will End Israel as We Know It’. Tikun Olam-תיקון עולם: Make the World a Better Place -Promoting Israeli democracy, exposing secrets of the national security statehttp://www.richardsilverstein.com/tikun_olam/2011/06/10/an-attack-on-iran-will-end-israel-as-we-know-it/
[32] Ibid.
[33] David Jackson, “Obama to meet Israel's Netanyahu on March 5” - USA TODAY Feb 20, 2012.
[34] Julian Borger (New York) & Patrick Wintour (Pittsburgh). “Why Iran confessed to secret nuclear site built inside mountain”. The Guardian, 26.09.2009
[35] David Isenberg (Cato Institute). “Israeli Attack on Iran’s Nuclear Facilities Easier Said Than Done”. Inter Press Service, Washington, Feb 13 2012 (IPS). Rick Francona. “Iran - Israel's Air Strike Options Update” Middle East Perspectives: June 22, 2008: HTTP://Francona.Blogspot.Com/2008/06/Iran-Israels-Air-Strike-Options-Update.Html
[36] “Factbox: How Israel and Iran shape up militarily” – Reuters. 03.11.2011.http://www.reuters.com/article/2011/11/03/us-israel-iran-forces-idUSTRE7A25O520111103
[37] “Iran's Arsenal Of Sunburn Missiles Is More Than Enough To Close The Strait”. Business Insider - Russ Winter - February 08, 2012 http://articles.businessinsider.com/2012-02-08/news/31036419_1_anti-ship-defense-system-target-missile#ixzz1oWwRbKm4
[38] Anthony H. Cordesman & Alexander Wilner – “Iran and the Gulf Military Balance I: The Conventional and Asymmetric Dimensions”. Center for Center for Estrategic & International Studies (CSIS) Mar 6, 2012.
[39] Mark Landler. “Obama Says Iran Strike Is an Option, but Warns Israel”. The New York Times, March 2, 2012
[40] Ibid.
[41] “The Geopolitics of Iran: Holding the Center of a Mountain Fortress”. Stratfor – Global Intelligence, December 16, 2011.
[42] Cerca de 45 [mini]foguetes e um número quase igual de bombas [artesanais] foram disparadas desde Gaza sobre Israel em 24 horas, no dia 9 de março, como represália das milícias palestinas pelo assassinato do secretário-geral dos Comitês Populares de Resistência, Zuhair Al Qaisi, com foguetes de Israel. “Em 24 horas, 45 foguetes palestinos atingiram Israel”. Folha de São Paulo, 10.03.2012.
FONTE: escrito por Luiz Alberto Moniz Bandeira, cientista político e historiador, professor titular de história da política exterior do Brasil (aposentado) da Universidade de Brasília e autor de mais de 20 obras, entre as quais “Formação do Império Americano” (“Da guerra contra a Espanha à guerra no Iraque”). Publicado no site "Carta Maior" (http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19775) [imagens do Google e trechos entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].
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