Esqueça
as cenas de pessoas humildes conquistando sua primeira casa própria,
após anos de espera. Na contramão da concepção social do programa Minha
Casa, Minha Vida (MCMV), o governo reajustou as faixas mais altas pela
inflação do período, aumentando o teto de acesso ao programa, passando
de R$ 6 mil para R$ 9 mil de renda total. Ou seja: a parcela da
população com baixa renda foi abandonada após a ascensão de Temer à
presidência.
Por Laís Gouveia
A resposta será na rua
Boulos alerta que as ações do governo terão como resposta uma contraofensiva dos movimentos sociais: “O MTST tem uma agenda nacional de mobilizações e lutas programadas para a semana que vem, pois, se essa situação se consolida, o impacto será o agravamento da crise urbana. Por conta do desemprego, muitos já não conseguem mais pagar o aluguel, se não houver nenhuma perspectiva de atendimento dos programas habitacionais pelo poder público, isso vai gerar um aumento significativo das ocupações”, alerta.
Conam rechaça fim das políticas sociais habitacionais
A Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam), em nota, denuncia a estratégia do governo para retirar o acesso à habitação de quem mais precisa.
Confira abaixo um trecho do comunicado:
Antes, de cada 10 moradias que o governo apoiava 6 eram para quem ganhasse até R$ 1.800,00 e 4 para as demais faixas de renda. Agora, de cada 10 moradias, 3 serão para os mais pobres e 7 para a classe média e os ricos.
Foi anunciado um pacotão pró mercado imobiliário que tende a aumentar o preço da terra, a elitizar ainda mais a construção de novas moradias por empresas privadas.
E, por que tanta alegria na cobertura da mídia? Porque eles precisam passar a impressão de que o governo está trabalhando. Que o golpe valeu a pena. Que daqui pra frente, novos empregos serão gerados e tudo vai melhorar. Mas, com medidas como essas, a única coisa que vai acontecer é o aumento da desigualdade e da exclusão nas periferias.
E o Minha Casa Minha Vida dos mais pobres? Para esta faixa não foi anunciado nada de novo. Os programas Minha Casa Minha Vida Entidades e Minha Casa Minha Vida Rural terão apenas 35 mil unidades cada. Hoje há mais de 300 mil unidades em análise aguardando contratação. Ou seja, os pobres que esperem.
Desmonte completo
Além de negar o acesso do MCMV aos mais pobres, o número de moradias que serão construídas passou de 750 mil por ano para 610 mil. Ou seja, foi reduzido em 20%.
Enquanto a miséria e o desemprego aumentam, mais pessoas são despejadas nas ruas, todos os dias. Segundo pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o número de moradores de rua na cidade de São Paulo quase dobrou nos últimos 15 anos. O governo Temer segue ignorando números devastadores e beneficiando uma pequena e abastada parcela da população.
Do Portal Vermelho
http://www.vermelho.org.br/noticia/293080-1
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