O forte fomento ao desenvolvimento que foi a marca do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) durante os governos Lula e Dilma está sendo destruído rapidamente pelo governo ilegítimo de Michel Temer.
Nos dez anos posteriores a 2003, quando teve início o ciclo progressista de governos populares e democráticos, o BNDES recuperou a vocação de banco destinado ao fomento do desenvolvimento nacional e apoio ao fortalecimento das empresas brasileiras, capacitando-as para enfrentar a concorrência estrangeira no mercado mundial.
Vocação que, a pretexto da alegada crise fiscal do Estado, havia sido abandonada no período neoliberal comandado sobretudo por Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
O BNDES foi uma das principais ferramentas da política econômica deste período em que Brasil voltou a crescer de maneira acelerada e consistente.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) considerou que nosso país havia se tornado, em 2011, a sexta maior economia mundial, nos calcanhares de países como Itália, França e Grã-Bretanha. Hoje, sob Temer e Meireles, caiu para a nona posição no ranking mundial.
O esteio daquele crescimento enorme foi o BNDES, banco oficial que se tornou, nestes anos, talvez o maior banco de fomento ao desenvolvimento no planeta, ultrapassando de longe o próprio Banco Mundial: em 2011 o BNDES empregou para apoiar o desenvolvimento US$ 96,32 bilhões, valor mais de três vezes superior aos US$ 28,85 bilhões emprestados pelo Banco Mundial. Mais: entre 2005 e 2010 seus empréstimos para esse fim aumentaram, em dólares, 391% (quase quatro vezes), enquanto aqueles feitos pelo Banco Mundial cresceram mais lentamente, chegando a 196% (ou quase duas vezes).
Esta potência econômica deixou de existir desde que o golpe midiático-parlamentar-judicial fez ascender a dupla Michel Temer/Henrique Meireles ao comando do Estado e da economia brasileira.
A derrocada é visível nos dados que o próprio BNDES divulgou no final de janeiro. E que mostram uma queda de 35% no volume de créditos concedidos em 2016. Eles caíram de R$ 136 bilhões em 2015 para R$ 88,3 bilhões em 2016, o menor valor desde 2007, quando foi de R$ 64,9 bilhões.
O economista Guilherme Delgado não tem meias palavras para classificar este verdadeiro crime de lesa-pátria cometido pela dupla postiça Temer/Meireles: austericídio é o nome que dá a esta receita inepta e medíocre de administração da economia.
O resultado dramático é visível na estagnação e involução da indústria nacional e nos gigantescos números do desemprego, que atinge hoje mais de 12 milhões de trabalhadores
A destruição da economia brasileira promovida pelos golpistas revela aqui sua face subordinada às imposições da especulação financeira, brasileira e estrangeira, que hoje comanda o país. Faz 20 anos que Fernando Henrique Cardoso quis destruir a “Era Vargas”. Michel Temer e Henrique Meireles destroem hoje um dos principais legados daquela era para apoiar o desenvolvimento: o BNDES, fundado no segundo governo de Getulio Vargas, em 1952.
O “austericídio”, este crime de lesa-pátria que cometem, volta-se contra o desenvolvimento nacional com valorização do trabalho e distribuição de renda, que nunca foi aceito pelo financismo rentista e predatório que rejeita e se opõe ao progresso social e vive, como um parasita, da exploração do atraso imposto ao Brasil e aos brasileiros.
http://vermelho.org.br/editorial.php?id_editorial=1652&id_secao=16
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