sexta-feira, 19 de julho de 2013

Descoberto na Escócia o calendário mais antigo do mundo com 10 mil anos 19/07/2013

Arqueólogos descobriram aquele que pode ser o calendário mais antigo do mundo.
  Pesquisadores da Universidade de Birmingham, Inglaterra, acreditam que o monumento encontrado tem cerca de dez mil anos, sendo assim, mais antigo que o primeiro calendário conhecido, inventado há cinco mil anos.
A descoberta ocorreu em um monumento mesolítico em Aberdeenshire, na Escócia, e o tempo era medido de acordo com as fases lunares e solares, sendo possível controlar o mês lunar ao longo de um ano.
A evidência sugere que as sociedades caçadores-coletores tinham tanto a necessidade e sofisticação para controlar o tempo ao longo dos anos, quanto para corrigir o desvio sazonal do ano lunar, e isso ocorreu cerca de cinco mil anos antes da invenção dos primeiros calendários formais conhecidos no Oriente”, disse Vince Gaffney, professor de arqueologia da paisagem na Universidade de Birmingham, e um dos líderes da pesquisa.
Os primeiros dispositivos formais dos quais Gaffney faz referência foram criados na Mesopotâmia a cerca de cinco mil anos atrás.
  Um pesquisador, da Universidade de Bradford, explica que as comunidades pré-históricas de caçadores-coletores precisavam conhecer o tempo, e assim, saber quais seriam as fontes de recursos alimentares que estariam disponíveis em diferentes épocas do ano.
As escavações foram feitas entre 2004 e 2006, e recentemente analisadas pelos pesquisadores da universidade britânica.
  Eles descobriram que os monumentos, que são na verdade poços, alinhavam-se durante o nascer do sol do Solstício do Inverno, e segundo especialistas, isso proporcionaria uma correção anual astronômica que manteve a ligação entre a passagem do tempo indicado pela Lua, o ano solar e as estações do ano.
A localização dos poços foram descobertas pela primeira vez quando foram observadas as marcações de culturas incomuns durante o levantamento aéreo feito pela Comissão Real sobre os monumentos antigos da Escócia.
Tiramos fotos da paisagem escocesa por quase 40 anos, registrando milhares de sítios arqueológicos que não foram detectados a partir do solo. Este se destaca como algo especial. É notável pensar que nosso levantamento aéreo pode ter ajudado a descobrir onde o próprio tempo foi inventado”, disse David Cowley, um dos pesquisadores.

O Dr. Richard Bates, da Universidade de St. Andrews, também esteve envolvido no projeto e disse que o monumento indica a sofisticação das sociedades no início Mesolítico da Escócia.
"Nossas escavações revelaram uma visão fascinante sobre a vida cultural do povo cerca de 10.000 anos atrás, e agora esta última descoberta enriquece ainda mais a nossa compreensão de sua relação com o tempo e os céus."
A pesquisa foi publicada na revista Archaeology.

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