HADDAD AO 247: "FIZ UM GRANDE 1º ANO DE GOVERNO”
O prefeito abatido pelos cortes de receitas determinados pela Justiça existe apenas nos editoriais da mídia tradicional; Fernando Haddad, ao contrário, vive uma fase de alto astral; com um ano no poder, ele contabiliza resultados como a redução em 15% da fila de 810 mil agendamentos no sistema de saúde municipal, que crescia 25% ano, e o ganho de quatro horas semanais entre os usuários dos corredores de ônibus; com tudo pronto para construir 10 CEUs, ele comemora a modernização de 2 mil sinais de trânsito e a construção de quatro piscinões contra as chuvas; agora, se prepara para inaugurar um hospital na periferia, o que não ocorria há 18 anos, e a colher os primeiros resultados do programa que dá R$ 15 por dia aos viciados em crack que queiram deixar a droga; "Mesmo com a elite sendo contra, a população vai reconhecer o nosso trabalho", afirmou Haddad ao 247; entrevista exclusiva
12 DE JANEIRO DE 2014 ÀS 06:30
Marco Damiani e Leonardo Attuch 247 – "Faz uma conta", sugere o prefeito da maior cidade do país, chefe de um orçamento de R$ 55 bilhões para 2014, sentado na cabeceira da longa mesa de madeira encimada por uma tela de Tomie Ohtake.
E imediatamente o próprio Fernando Haddad passa a fazer a multiplicação em voz alta:
- Com os corredores de ônibus, medimos que cada passageiro ganhou em média 38 minutos por dia no seu tempo de deslocamento pela cidade. São 19 minutos economizados em cada trecho médio percorrido. Isso significa que o trabalhador está ganhando quatro horas fora dos ônibus a cada semana, contabiliza, animado, o prefeito em camisa de manga curta e colarinho desabotoado.
- Quatro horas!, exclama ele.
Satisfeito com o resultado de sua conta, ocorre a Haddad, num estalo, uma comparação política que soou como feita pela primeira vez:
- É impressionante essa economia de tempo. A redução da jornada de trabalho em quatro horas semanais é uma bandeira da CUT desde 1988. Completou 25 anos agora... Aqui na Prefeitura, nós ganhamos essas quatro horas para o trabalhador em seis meses de gestão, a partir da implantação dos primeiros corredores. Você acha isso pouco?
SEM MÍDIA - Haddad lança a pergunta e prossegue na entrevista ao 247 apresentando informações e dados objetivos que, reclama ele, não têm alcançado registro na cobertura feita pela mídia tradicional e familiar sobre a Prefeitura:
- Pela primeira vez em 20 anos, a fila da saúde em São Paulo diminuiu, afirma o prefeito. Eu dei uma entrevista coletiva sobre isso, mas nenhum jornal deu. Não entendi, confessa.
Haddad acredita que a redução na fila da saúde é o primeiro grande resultado de sua gestão neste setor nevrálgico.
- O número de pacientes a espera de consultas, exames ou operações no sistema municipal de Saúde, explica ele, caiu de 810 mil para 790 mil, uma redução de 15%. É preciso que o público saiba que essa fila nunca estivera abaixo dos 810 mil pacientes e crescia à razão de 25 por cento ao ano, frisa o alcaide.
- Vinte e cinco por cento de crescimento ao ano mostra que a fila estava abandonada, acentua Haddad. Mas agora ela já está diminuindo, insiste.
- Como se fez isso?
- Colocamos sim algum dinheiro nisso, cerca de 60 milhões na compra de quatro laboratórios móveis, para dinamizar a realização de exames, mas a principal mudança foi mesmo na gestão, resume o entrevistado.
- Procuramos diminuir o absenteísmo. Nossas equipes telefonam aos pacientes para lembrar as marcações que foram feitas. Muita gente nem aparecia para uma consulta e mais tarde pedia de novo. Também desmembramos a fila, passando a organizá-la por setor. O Hora Certa, que implatamos agora, vai dar mais rapidez ao sistema todo, elenca. O tamanho da fila vai cair ainda mais.
ÁGUAS DE MARÇO - Cerca de um ano antes da entrevista realizada na manhã da quinta-feira 9, no grande salão de reuniões anexo ao gabinete do prefeito, Haddad falara ao 247 logo após sua posse. Ele adiantara que iria precisar dos primeiros seis meses de gestão para organizar a execução de seu programa de governo.
- Não tenho feito nada até agora que eu não disse antes que iria fazer, sustenta ele. Sua primeira grande preocupação, àquela altura, era com as chuvas, que, de fato, inundaram São Paulo nos idos de março do ano passado.
- A cidade sofreu no ano passado, mas nosso plano de emergência deu resultado no escoamento bem mais rápido das águas. Agora a cidade está bem melhor preparada para enfrentar as chuvas de verão. Elas ainda não vieram, mas já temos um monitoramento muito melhor e também melhorou a área de infraestrutura. A limpeza de galerias e bueiros antes era feita por setores diferentes, o que dava inúmeros problemas. Nós unificamos isso e ganhamos em eficiência.
- Os sinais de trânsito não funcionaram pela cidade inteira. Isso vai se repetir?
- Não, crava Haddad. Aquela verdadeira árvore de natal, com todos os sinais piscando ao mesmo tempo pela cidade inteira, lembra o prefeito, não vai ser vista de novo. Acontece que fazia 40 anos que os sinais não tinham manutenção nem eram modernizados. Isso é outra coisa que a população precisa saber. O setor ficou 40 anos parados. Era tudo obsoleto. Mas neste primeiro ano a Prefeitura já conseguiu reformular dois mil sinais de trânsito do total de 5,7 mil. O caos não se repetirá quando as chuvas vieram, repete.
Haddad está seguro que tem feito o possível para evitar que São Paulo, como costuma acontecer, fique debaixo d'água em suas mais diferentes regiões.
- Nossa defesa contra as chuvas tende a melhorar, sem dúvida. Temos, neste momento, 44 obras de microdrenagem em execução. Estamos construindo ou reformando piscinões na Ponte Baixa, no Cordeiro, em M'Boi Mirim e na Pompéia, aumentando em cinco vezes a atual capacidade de escoamento deles. Também removemos árvores que tinham atestado de doença e realizamos podas para evitar aquela série de quedas verificada no ano passado. Mas se há o desejo de que tudo saia bem, também há a limitação imposta pela força das chuvas, ressalva.
AVALIAÇÃO SOFRÍVEL - Pouco depois de assumir, Haddad acostumou-se a dizer que São Paulo sempre foi um cemitério de políticos, em razão do alto grau de dificuldade de sua gestão. Hoje, mesmo em baixa nas pesquisas de opinião, ele parece ver uma luz no final do túnel para alcançar uma boa popularidade.
Na mais recente pesquisa Datafolha, a gestão de Haddad apareceu com 13% de indicações 'ótimo' e 'bom', nivelando-se às administrações de Celso Pitta (1997-2001) e Gilberto Kassab (2006-2012), ambas de amargo recall, em seus respectivos primeiros anos.
- Nenhum prefeito antes de mim escapou de ter uma baixa avaliação ao final do primeiro ano de governo, compara o atual. Em junho, prossegue, eu tinha 34 por cento de ótimo e bom, e isso sem que eu tivesse feito nada, porque nem tempo havia para ter feito. O que se seguiu depois disso, à medida em que o tempo passou, foi muita volatilidade. Mas eu não estou preocupado. Acho que o trabalho que estamos fazendo vai aparecer para a população com o tempo e os resultados. Estou governando para a maioria.
Haddad calcula estar cumprindo uma jornada de trabalho que varia entre 12 horas a 14 horas por dia. Ele tem dedicado as manhãs para visitar obras em bairros. Na parte da tarde pilota a máquina municipal do quinto andar do edifício Matarazzo, que foi alvo de depredação externa durante as manifestações populares de junho.
- O sr. acredita em novas marchas populares naqueles moldes?
- Acho difícil que aquelas condições se repitam, responde o prefeito. Eu fui o primeiro a dizer que se juntaram, naquele momento, fatores que nem sempre andam juntos. Eu posso estar enganado, mas não vejo aquelas condições agora. Mas protestos, é claro, ocorrem todos os dias e continuaram a acontecer, mas dificilmente daquele mesmo tipo.
- Com um ano no cargo, qual é agora o seu jeito de governar?
- Eu interfiro em tudo, em todos os escalões, define-se Haddad. Eu sou o tipo que telefona para o sub do sub do sub para saber como está o andamento de uma obra. Não me dirijo apenas aos secretários. E eles já sabem disso, não têm essa cerimônia. Eu gosto de obra.
Esta última frase leva Haddad a lembrar de seus tempos de ministro da Educação, cuja gestão, entre 2005 e 2012, o deixa visivelmente orgulhoso.
- Eu fui um ministro da Educação que transformou as universidades e os institutos federais em verdadeiros canteiros de obras. Aqui em São Paulo o plano que vamos realizar é o da construção de 10 novos CEUs em terrenos municipais na periferia, não vamos precisar nem desapropriar nada.
- Qual é a sua avaliação do seu período como ministro?
- Olha, eu vejo o que se fala no noticiário dos jornais sobre Educação e acho até engraçado. O que a gente fez foi uma revolução. Se hoje existem problemas, e é claro que eles existem, antes eles eram muito maiores, calcula Haddad.
Ele prossegue:
- Sabe quais são as cinco siglas Top Trends do Google, o que demonstra o grau de procurada da população por elas? Essas siglas são Enem, Sisu, Pró-Uni, Fies e Pronatec. Todos esses programas educacionais foram criados na minha gestão, não existiam antes e são os responsáveis pelo acesso de milhões de jovens ao ensino universitário público e subsidiado. Viraram referência mundial, são elogiados e copiados. É incrível que, diante da dimensão dessa revolução no Brasil, a mídia se concentre somente em noticiar sobre o erro em uma prova ou o problema em um colégio. Chega a ser engraçado.
- O então presidente Lula tanto gostou da sua gestão que o fez candidato a prefeito de São Paulo, mas hoje dizem que ele anda dizendo que o sr. não sabe ouvir...
- Eu li sobre isso, e também só posso achar divertido. Só quem não sabe da relação que eu tenho com o presidente Lula pode acreditar que estamos separados. Nos falamos semana sim semana não. Ele tem informação e concorda com todas as grandes linhas da minha gestão. Quem apostar no nosso afastamento, vai perder.
- Lula teria receio da extensão dos estragos que a corregedoria municipal pode criar no combate à corrupção.
- É balela, rebate Haddad. Lula concorda, é claro, com a criação da corregedoria e do trabalho que estamos fazendo contra a corrupção na máquina municipal. Aliás, podem estar certo que há mais coisas por vir neste campo. O trabalho não vai parar apenas no que temos até agora, com esses fiscais que desviaram mais de R$ 80 milhões dos cofres públicos e estão afastados por isso. Haverá mais.
- O sr. também foi alvejado pelos estilhaços da investigação, à medida em que perdeu seu secretário de governo, Antonio Donato, em meio ao escândalo. Donato o traiu?
- Não, não vejo assim. Quando o corregedor mostrou que havia dois caminhos a seguir, entre abrir processos administrativos e promover exonerações, o que não levaria à prisão dos culpados, ou transmitir as nossas investigações ao Ministério Público, fazer denúncia crime e ai sim buscar a prisão dos corruptos, o Donato era o único secretário que estava comigo. Ele ouviu as alternativas e também quis que encaminhássemos o processo da maneira como foi feito, passando às mãos do Ministério Público para uma apuração rigorosa até o fim. Esse é um trabalho que está sendo feito na base do doa a quem doer.
- Diziam que o sr. não se dava bem com a presidente Dilma nos tempos em que ela era ministra da Casa Civil. Procede?
- Essa é uma história antiga. Muitas vezes o presidente Lula me chamava para despachar no Palácio do Planalto sem a presença de ninguém da área econômica e da Casa Civil, conta Haddad. Éramos nós dois e mais um técnico do ministério. As decisões eram tomadas ali e depois comunicadas aos outros setores do governo. Mas não era eu que queria fazer assim, era o presidente. Ele me chamava e eu ia. Quando Dilma se tornou presidente, ela mandou me chamar no terceiro dia de governo. Quando eu cheguei, conversei sozinho com ela, também com um técnico do ministério, e ninguém de outra área. Na saída, eu lembrei à presidente que ela não havia chamado ninguém da Casa Civil nem a área econômica. Ficou claro ali mesmo que os despachos diretos acontecem em nome da agilidade, e não por outro motivo. Dilma até riu. Nosso relacionamento é ótimo.
Haddad não parece preocupado com as avaliações de muitos petistas de carteirinha - e cadeira na direção da legenda -, segundo as quais ele pode não ser um bom cabo eleitoral para o candidato do partido ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha. Com uma imagem negativa de seu próprio governo junto à população, projetam esses petistas, Haddad mais atrapalharia que ajudaria.
- Primeiro que em uma eleição estadual o peso do prefeito de São Paulo como apoiador é bastante relativo, diz. Mas eu estou aí para fazer o que o partido me pedir para fazer pelo Padilha. Ele será um excelente candidato, está sendo um grande ministro. O Mais Médicos que ele implantou com impressionante velocidade é uma obra que marca uma biografia.
- O Mais Médicos é importante para São Paulo?
- Muito importante, reconhece Haddad. Já temos na cidade cem médicos que estão atuando aqui pelo Mais Médicos. Agora, abrimos 1,7 mil vagas para médicos, e já sabemos que não teremos tantas inscrições quanto o necessário. Por isso, vamos precisar ainda mais do Mais Médicos. Padilha mudou o atendimento de saúde em todo o Brasil. Vou fazer o que estiver ao meu alcance pela candidatura dele.
Em uma hora aproximada de conversa, Haddad não mostrou nem de longe a face de um prefeito abatido pelas dificuldades financeiras que cercam sua gestão. Ele estava, isso sim, em alto astral. Mas na mesma quinta 9 em que o prefeito recebeu 247, o jornal O Estado de S. Paulo carregava o título As Lamúrias de Haddad em seu principal editorial. E no dia seguinte seria a vez da Folha de S. Paulo, atrás do velho concorrente, igualmente dedicar seu principal editorial a dizer que Haddad, apesar dos seguidos golpes judiciais nas receitas municipais, não tinha porque reclamar. Na linha do 'ele sabia que seria difícil, ninguém mandou se eleger'.
- O sr. se vê cercado e acuado?
- Não, não mesmo. Encaro com naturalidade, uma questão de conflito geracional. Minha visão sobre esse cerco, que efetivamente estão tentado fazer contra a Prefeitura de São Paulo, mas sem sucesso, é a seguinte: a elite está jogando contra o projeto que foi vitorioso nas eleições de 2012. Eu fui eleito porque a cidade quer mudar, mas essa mesma cidade está com seus graus de liberdade sendo contidos, definiu.
Por 'graus de liberdade sendo contidos' Haddad se refere à recente decisão do presidente do STF, Joaquim Barbosa, de atender reclamação da Fiesp contra o reajuste progresivo do IPTU paulistano. Também foi uma menção à proibição, pelo mesmo STF, no meio do ano passado, do parcelamento das dívidas com precatórios. Apenas neste quesito, São Paulo tem nada menos que R$ 18 bilhões a pagar.
O prefeito não demonstra abatimento:
- Está existindo sim uma judicialização da política e, mais ainda, uma politização da Justiça. Sem contar com o oportunismo presente em entidades poderosas do conservadorismo.
- Quais?
- Para citar um exemplo, a Fiesp. Essa entidade tem jurisdição estadual, mas não fez nada contra os aumentos ocorridos no IPTU de cidades litorâneas, que chegaram a 670 por cento. Por que a Fiesp agiu apenas olhando a capital, onde haveria insenção para a maior parte dos munícipes?, questionou Haddad sobre a ação que derrubou em R$ 800 milhões as receitas municipais de 2014.
- Por puro oportunismo, só por isso, responde o próprio prefeito, sem citar o nome do presidente da entidade, Paulo Skaf, pré-candidato do PMDB a governador de São Paulo.
Agora, Haddad tem de dar mais explicações ao Tribunal de Contas do Municípios se quiser prosseguir – e quer – com um dos carros chefes de sua gestão: a implantação de corredores de ônibus nas vias públicas da cidade.
- Esse não é um problema, se fosse eu diria. É normal o Tribunal pedir informações adicionais.
- O sr. não teme virar apenas um síndico da cidade diante de tantos limites impostos pela Justiça? O Ministério Público já determinou até mesmo que os táxis saiam dos corredores de ônibus...
- Não há hipótese de eu virar um síndico. Fui eleito para implantar um programa de governo que é de mudança, e estou fazendo isso. A cidade faz suas escolhas, define o rumo para o qual quer ir. Do meu cargo, eu tenho feito tudo para respeitar o resultado das urnas que me elegeram. A elite chega a nos criar contradições materiais, retira recursos dos cofres municipais, procura atrapalhar a gestão o quanto pode, mas isso era esperado. Sobre essa questão dos táxis, vamos discutir o assunto em audiência para ver definir a posição a tomar.
- O sr. é contra ou a favor que táxis rodem nos faixas de coletivos?
- Não tenho posição ainda, quero ouvir prós e contras no processo da audiência pública, ressalva o prefeito.
No entanto, ele mesmo dá uma pista sobre para qual lado se inclina neste momento.
- Em Paris, a presença dos táxis nos corredores de ônibus levou a uma redução média de 25% no tempo das viagens. Em Nova York, sem os táxis os corredores de ônibus fizeram as viagens de ônibus ficaram 40% mais rápidas. Quer dizer, efetivamente o táxi tira tempo do ônibus quando anda no corredor, mas tem de estudar mais.
GRANDE PRIMEIRO ANO - O prefeito, antes de encerrar a entrevista para atender a agenda que marcava o ex-governador e urbanista Jaime Lerner como seu próximo interlocutor, é questionado sobre o mais novo programa social da Prefeitura: a atenção aos viciados em crack.
- Ninguém sabia o que fazer com eles. Estudamos esse assunto seis meses, e agora estamos colocando em prática um plano que pode mudar a vida deles e a face da cidade, conta Haddad. Ele se refere às oportunidades de trabalho, remuneradas a R$ 15 por dia, que a Prefeitura passou a oferecer desde o final do ano passado aos viciados dispostos a deixar "a pedra".
- Fiz uma reunião com moradores da cracolândia que têm alguma capacidade de liderança sobre os demais aqui nesta sala. Procuramos mostrar a eles que eles também são cidadãos com direito a ter acesso ao gabinete do prefeito. Eu mesmo passei muito tempo entre eles, conversando, tentando entender. Dessas conversas, observações e olhando outros modelos concluímos que a solução é mesmo dar trabalho a eles, à base de duas horas por dia, no que eles puderem fazer, e em mais duas horas cobrar deles presença em aulas de ressocialização. Já temos mais de 200 aceitações para este programa. Vamos ver quais serão os primeiros resultados. Ninguém sabia bem o que fazer para enfrentar a cracolândia, e essa é a nossa aposta. Acho que podemos vencer.
Nas despedidas, Haddad, sob os fios de cabelos brancos que não tinha um ano atrás, reflete sobre as informações apresentadas na entrevista sobre seu primeiro ano de gestão - e abre um sorriso:
- Querem saber? Fiz um grande primeiro ano de governo por aqui, diverte-se.
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