Jornal GGN – Cientistas descobriram que existe um oceano de água líquida oculto sobre a crosta congelada de Enceladus, uma das luas de Saturno. A constatação ocorreu após o estudo dos gêiseres que se espalham sobre sua superfície, lançando águas pelo espaço e gerando imagens impressionantes que já foram registradas pela sonda Cassini. O resultado do estudo coloca o satélite de Saturno como candidato ideal para abrigar a vida.
Os jatos de água de Enceladus foram descobertos em 2005, pela sonda Cassini, da Agência Espacial Norte-americana (NASA). Apesar de ter apenas um sétimo do tamanho da nossa Lua, o corpo celeste é geologicamente ativo. Os cientistas vêm, então, se debruçando em pesquisas para identificar a origem dos gêiseres – e, para isso, estudaram muitas das fissuras existentes na superfície daquela lua.
Os pesquisadoras chegaram a sugerir que os jatos de água eram resultado do choque entre blocos de gelo subterrâneos, gerando atrito e calor, derretendo o gelo e impulsionando os gêiseres. Mas a ideia de um oceano não estava descartada, assim a nova descoberta não era exatamente algo inesperado. “Eu não fiquei surpreso porque sabíamos que havia água líquida”, disse o engenheiro aeroespacial Luciano Iess, da Universidade Sapienza de Roma, autor de artigo publicado na revista Science sobre a descoberta.
Os dados da sonda Cassini sugerem que o oceano de Enceladus tem quase dez quilômetros de profundidade, algo comparável, em média, a alguns dos pontos mais profundos dos oceanos da Terra. Desde 2004, quando se aproximou de Saturno, Cassini fez 19 voos “rasantes” em Enceladus, o que ajudou a estudar, além de sua superfície, a sua força gravitacional. No polo Sul, por exemplo, havia mais força que em outros pontos, sugerindo, além da crosta de gelo, a presença de um oceano.
A camada de gelo no polo Sul de Enceladus é de cerca de pouco mais de 32 quilômetros de espessura, seguido de um oceano aquático de quase dez quilômetros, terminando em um núcleo rochoso. A descoberta coloca o satélite na mesma classe de outros mundos exteriores solares com oceanos líquidos, como o seu vizinho, Titã, e Europa, de Júpiter. A filosofia da NASA para encontrar vida fora da Terra é “siga a água”, por isso todas estas luas são potenciais lugares para explorar.
“Enceladus tem a zona habitável extraterrestre mais acessível”, diz o cientista planetário Carolyn Porco, líder da equipe de imagens da sonda Cassini. “Este lugar é realmente onde devemos ir”. O artigo referente à descoberta também foi publicado no 31 de março na revista Astrobiology.
Com informações da Wired.
http://jornalggn.com.br/noticia/oceano-encontrado-em-enceladus-o-faz-candidato-a-ter-vida-extraterrestre
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