Mesmo se você tem paranóia, tal não significa que ninguém lhe espia, pelo menos na Internet. E mesmo se tem uma saúde absoluta, pelos vistos, é espiando de qualquer modo.
© Colagem: Voz da Rússia
  Se tiver dúvidas, basta conhecer a lista
 de palavras utilizadas pelo Ministério de Segurança Nacional (MSN) dos 
Estados Unidos (The Department of Homeland Security) para monitorar 
sítios e redes sociais na Internet.
  No sábado passado, o jornal britânico 
The Daily Mail publicou esta lista, comunicando que o MSN foi obrigado a
 divulgar este documento após uma exigência da organização de interesse 
público Electronic Privacy Information Center (centro informativo de 
proteção da privacidade na rede).
  A lista composta por centenas de 
palavras e frases feitas é impressionante. É difícil supor que o emprego
 de tais palavras como “México” ou “China” por particulares no Facebook 
seja captado por programas especiais. A lista inclui praticamente todo o
 Extremo Próximo – Iraque, Irã, Afeganistão, Paquistão, Iémen, assim 
como a Coreia do Norte, Colômbia e Somália.
  O princípio de seleção é compreensível: a
 lista é dividida em tais categorias como “segurança interna”, 
“segurança nuclear”, “saúde e gripe aviária”, “segurança 
infraestrutural”, “terrorismo” e outras. Compreende-se também a presença
 de expressões e palavras-chave, tais como “bomba suja”, “reféns”, 
“sarin”, “jihad”, “Al-Qaeda”. Mas ao lado encontram-se palavras do 
léxico habitual de qualquer usuário pacífico da Internet – “nuvem”, 
“neve”, “carne de porco”, “químico”, “ponte”, “vírus”…
  Pode ficar sob vigilância o autor do postsobre
 o Smart, carro popular na Europa, ou aquele que faça mencionar a 
história sobre Caim e Abel. Destaque-se que se monitora o próprio termo 
de “rede social”, ligado praticamente a tudo que se utilize pela rede 
mundial.
  Os peritos do Electronic Privacy 
Information Center consideram que a lista inclui muitas palavras que 
tenham sentidos diferentes, o que ameaça as garantias concedidas pela 
Primeira emenda da Constituição dos Estados Unidos, que proclama a 
liberdade de expressão.
  O Ministério de Segurança Nacional 
aceita em certo grau estas críticas. Segundo o secretário de imprensa do
 departamento, Matthew Chandler, é necessário considerar os algoritmos 
de programas de pesquisa. Ao mesmo tempo, em entrevista à edição 
eletrônica Huffington Post, Chandler declarou que a atividade do 
monitoramento da Internet se encontra na etapa inicial, sendo voltada 
para prevenir o terrorismo e controlar cataclismos naturais. Por outro 
lado, o responsável rejeitou quase automaticamente as suspeitas de o 
ministério ter utilizado as suas potencialidades para controlar a 
dissidência. Contudo, a julgar pela atividade do Electronic Privacy 
Information Center, não todos concordam com ele.
  Ao mesmo tempo, o monitoramento da 
Internet e das redes sociais seria muito difícil sem a interação com 
líderes das tecnologias informativas. A Forbs escrevia neste contexto 
que, pelos vistos, o Ministério de Segurança Nacional tenha certos 
acordos com tais companhias como Google, Facebook, Twitter e outras que 
permitem obter acesso a alguns programas de computador e controlar a 
Internet em regime próximo de tempo real.
  Entretanto, as maiores companhias 
dispõem de informações gigantescas sobre usuários da sua produção. No 
ano passado, tornou-se pública uma investigação do Wall Street Journal, 
conforme a qual o Google e a Apple recolham, como se verificou, a 
informação sobre o paradeiro de seus clientes não apenas através de gadgets
 portáteis, mas também com a ajuda de PC. Segundo a edição, a Apple 
guarda os dados sobre deslocamentos de seus usuários através de seus 
computadores Macintosh ligados à rede Wi-Fi. O Google faz o mesmo 
através de PC, cujos proprietários entram na Internet através do browser
 Google Chrome. Como destaca o jornal, as duas companhias declaram que a
 conservação destes dados é restritamente confidencial e que elas “não 
têm quaisquer intenções secretas”.
  Mas tal significa que de qualquer modo você é espiado.
  Pergunte-se contudo quão são amplas 
geograficamente as potencialidades do Big Brother, descritas ainda em 
1949 no romance de George Orwell “1984”.
  Na semana passada, a secretária de 
Estado dos EUA, Hillary Clinton, declarou que especialistas quebraram 
com êxito o sítio da Al-Qaeda no Iémen e lá instalaram sua informação. 
Esta declaração foi qualificada como o primeiro reconhecimento de que os
 Estados Unidos efetuam operações cibernéticas. Mas é importante também a
 envergadura global da atividade que não reconhece fronteiras e 
barreiras linguísticas.
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