Pressões, troca de ofensas e enxurradas de liminares era certo que o petista ia enfrentar, e foi o que sua equipe jurídica encontrou desde então. Mas com certeza, ele não esperava enfrentar até ameaças de morte como as proferidas pelo dono do Grupo Amaral, ao saber que o GDF estava tomando de volta o controle da operação dos ônibus da empresa.
Quando tomou ciência da gravidade da intervenção, Dalmo Amaral teria ficado nervoso e dito que tem "contas a ajustar" com Agnelo Queiroz e o vice,Tadeu Fillippelli. Quem ouviu, entendeu a frase como uma clara ameaça de morte à cúpula do GDF. E por conta dessas ameaças, a segurança dos envolvidos na operação passou a ser reforçada, principalmente a do governador do Distrito Federal.
A informação foi confirmada pela assessoria do vice-governador, que informou ainda que homens também tem feito vigília para garantir a segurança do Secretário de Transportes, José Valter Vazques, do diretor do DFTrans, Marco Antônio Campanella, e o presidente da estatal de ônibus TCB, Carlos Alberto Koch desde o episódio.
Ao Brasília 247, o Coronel Rogério Leão destacou que a equipe da Casa Militar "está atenta" ao episódio, e que a segurança de Agnelo Queiroz tem sido feita com mais rigor.
"Os embates políticos são legítimos, mas situações criminosas como essa, de ameaçar autoridades vão ser tratadas com o devidor rigor. Ameaçar é crime. Não vamos nos furtar de acionar a Polícia Civil e o Ministério Público para garantir a segurança física do governador e do vice-governador", destacou à reportagem.
Ainda de acordo com o Coronel Leão, ainda não existem "tentativas físicas" de machucar o governador, mas que "qualquer movimento" do empresário nesse sentido, "é suficiente" para acionar a Polícia Civil para prender Dalmo Amaral.
Intervenção
A intervenção foi comemorada por alguns passageiros, que diziam não agüentar mais esperar nas paradas por ônibus que nunca vinham. Mas, ao mesmo tempo que a medida foi ovacionada, veio a cobrança por atitudes mais rígidas com relação às outras empresas.
O descontentamento com a Viplan, que detém cerca de 35% da frota atual, não é novo. A empresa tem pelo menos 730 ônibus com idade média de 15 anos, quase o dobro do que a lei permite.
Os coletivos quebrados se multiplicam pelas ruas todos os dias e Wagner Canhedo vem brigando na justiça, alegando que tem condições técnicas de participar da licitação.
O GDF conseguiu vencer a batalha em duas fases da concorrência pública. A empresa Pioneira vai operar a bacia 2, formada pelas cidades do Gama, Paranoá, Santa Maria, São Sebastião, Candangolândia, Lago Sul, Jardim Botânico, Itapoã e parte do Park Way. São 640 veículos no total.
A empresa São José foi habilitada para atuar na bacia 5 com 576 coletivos. Os veículos vão circular por Brazlândia, Ceilândia, SIA, SCIA, Vicente Pires e parte de Taguatinga.
Agora, a Secretaria de Transportes avalia as ofertas feitas por outras empresas para proclamar o resultado das bacias 1,3 e 4.
A expectativa é que os novos ônibus comecem a rodar até junho deste ano. A troca, quando efetivada, vai representar quase 100% da frota da capital do país, que tem funcionado desde sempre sem qualquer contrato ou licitação pública.
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