Brasil é o país que atrai mais montadoras
Com investimento de US$ 5 bilhões, País ganhará nove fábricas de veículos até 2014, em uma expansão só igualada pela China
Meu comentário: Não vejo isso com bons olhos, ainda acho que o governo e empresários, deveriam se unir para produzirem indústrias e carros nacionais.
28 de agosto de 2011 | 7h 32
Cleide Silva, de O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - O Brasil é hoje o país que mais atrai as montadoras. Nove fábricas já estão em construção ou em projetos, mesmo número de unidades em obras na China. Esse novo ciclo de investimentos dos fabricantes de veículos vai despejar US$ 5 bilhões no País até 2014.
Entre os interessados em desembarcar no País há marcas de carros populares, como os chineses, até luxuosas como os da alemã BMW. As empresas que já definiram projetos vão adicionar capacidade produtiva extra de 820 mil veículos ao ano e, segundo anúncios feitos pelas companhias, cerca de 14 mil empregos diretos. Hoje, a capacidade total é de quase 5 milhões de veículos.
O Brasil é o quinto país com maior número de montadoras já instaladas. São 26 fábricas de 19 marcas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.
A Effa, do uruguaio Eduardo Effa, a última a anunciar investimento, pretende construir duas fábricas, uma para a produção de carros da chinesa Lifan, com quem tem parceria, e outra com a própria marca Effa, que importará componentes da chinesa Hafei. Cada projeto terá investimento de US$ 100 milhões, valor modesto diante de outros já anunciados. A Effa negocia as instalações com os governos de Santa Catarina e Goiás.
As duas unidades estão previstas para 2013. "Quando as importações se aproximam de 20 mil veículos ao ano, o melhor é ter fábrica local por causa da complexa logística de importação", justifica ele, que tem uma linha de montagem no Uruguai, que traz conjuntos da China.
As outras novas instalações anunciadas, algumas já em construção, são da Fiat (investimento de US$ 2,3 bilhões), Toyota (US$ 600 milhões), Hyundai (US$ 600 milhões), JAC (US$ 600 milhões), Chery (US$ 400 milhões), Suzuki (US$ 60 milhões) e Nissan, que ainda não divulgou valor.
"Se o mercado é grande, com consumo acima de 3 milhões de veículos, a empresa tem de estar presente para reagir rapidamente às necessidades momentâneas e evitar a volatilidade das moedas internacionais", diz Toshiyuki Shiga, presidente mundial da Nissan.
Empregos
Shiga ressalta a importância de contribuir com a economia local e a geração de empregos. A Nissan já atua em parceria com a Renault no Paraná. A segunda unidade será independente do grupo francês, mas pode ter outro parceiro. Um dos grupos com quem Shiga negocia é o do empresário Eike Batista. "É uma opção, mas temos outras", diz.
Quase todas as montadoras já instaladas no País também estão ampliando capacidade. A Fiat, além da nova fábrica em Pernambuco, vai aumentar a linha de Betim (MG) de 800 mil para 950 mil carros/ano, o equivalente a uma fábrica da Hyundai, com capacidade de 150 mil unidades. Volkswagen, GM, Ford, Renault, Peugeot/Citroën, Mitsubishi, Iveco e Mercedes-Benz também ampliarão a produção.
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