Atualizado às 15h13.
Em encontro com cerca de dez empresários de grandes companhias brasileiras que atuam em Moçambique, a presidente Dilma Rousseff afirmou que as empresas precisam lembrar que são "a imagem do Brasil" no exterior. Ela sugeriu que os empresários tenham "os olhos no desenvolvimento do país [em que atuam] e visão de longo prazo", procurando treinar mão de obra local --ao contrário de outros países que investem na África.
Ela usou como exemplo uma linha de transmissão que está sendo construída pela Queiroz Galvão entre Moçambique e África do Sul. Dilma sugeriu que a linha seja não-contínua, para que possibilite a distribuição de energia para as pessoas por onde a linha de transmissão passar.
Dilma pediu para que eles não percam de vista o lado social dos negócios e ressaltou que os trabalhadores usados nas obras sejam locais das regiões onde elas estão sendo feitas.
"Nós consideramos que um projeto, para ser bem feito, deve ser feito com a população local. Nós não queremos importar trabalhadores nem engenheiros do Brasil", disse a presidente. "Queremos que os moçambicanos sejam os que atuem nas empresas de Moçambique como nós queremos isso no Brasil."
EMPRESÁRIOS
Estiveram presentes na reunião o presidente da Vale, Murilo Ferreira, o presidente da Camargo Corrêa, Antonio Miguel Marques, o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht e representantes da Queiroz Galvão e da Andrade Gutierrez.
Dilma ouviu um relato dos empresários sobre os investimentos no país africano e afirmou que seu governo continuará dando todo o suporte necessário para as empresas que investem na África. O ex-presidente Lula insistiu em seu governo para que empresas brasileiras atuassem no continente.
"A gente vê mais oportunidades do que dificuldades", disse Odebrecht.
Segundo o empresário, há grandes oportunidades nas áreas de exportação de bens e serviços brasileiros.
CORREDOR DE NACALA
Dilma ficou impressionada, segundo os presentes, com a construção do Corredor de Desenvolvimento de Nacala, capitaneada pela Vale. A obra é para a exploração de uma mina de carvão para siderurgia e inclui a expansão da mina, a construção de uma linha férrea até a costa e a ampliação do porto de Nacala. Segundo Murilo Ferreira, o investimento engloba US$ 7,8 bilhões --US$ 1,8 bilhão já foram investidos na mina. A linha férrea está sendo construída pela Camargo Corrêa. São 210 km em construção e a renovação de 690 km.
O projeto possibilitará à Vale dobrar a produção de carvão na mina para chegar a 22 mil toneladas até 2014. Parte será exportado para o Brasil. A Vale estima que toda a obra empregue 20 mil trabalhadores locais.
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