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Por raquel_
Do Wall Street Journal/Valor
Investigação sobre juros interbancários é ampliada
Por JEAN EAGLESHAM e DAVID ENRICH
A Comissão Europeia confiscou documentos de vários grandes bancos na  terça-feira, marcando uma escalada na investigação policial  internacional sobre como as principais taxas de juros são definidas, de  acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.
Autoridades europeias estão examinando uma taxa de  juros chamada de Taxa Ofertada no Interbancário Europeu, ou Euribor,  disseram pessoas a par do assunto. A Euribor, fixada por mais de 40  bancos, é um referencial usado para se determinar os juros sobre  trilhões de euros em empréstimos e títulos de dívida expressos em euros.
A investigação da Euribor é uma consequência de uma investigação mais  ampla sendo executada há mais de um ano por promotores e autoridades  regulatórias nos Estados Unidos, Europa e Japão. Essa investigação quer  saber se bancos formaram um cartel para manipular uma taxa muito mais  usada, a Libor, ou taxa ofertada no interbancário de Londres. A Libor  influencia o custo de trilhões de dólares em empréstimos e derivativos.
O comitê que estabelece a taxa Euribor inclui alguns dos maiores  bancos da Europa. Não foi informada a lista de firmas financeiras que  sofreram a busca na terça pela Comissão Europeia, que é o braço  executivo da União Europeia. Mas entre os alvos estão um grande banco  francês e um grande banco alemão, disseram pessoas a par da situação. As  buscas foram coordenadas e ocorreram em Londres e outras cidades  europeias, disseram essas pessoas.
Uma porta-voz da Comissão Europeia não quis comentar na terça-feira.  "Foi mais uma visita do que uma busca", disse um executivo de um banco  em Londres onde autoridades da Comissão Europeia apareceram sem aviso  prévio. Elas pediram informações e entraram no banco acompanhadas.
Autoridades da Comissão Europeia têm poderes de entrar em prédios e  confiscar documentos em investigações de suspeitas envolvendo a  legislação de defesa da concorrência. As visitas surpresas, conhecidas  como buscas do amanhecer, provavelmente fazem parte de um esforço de  autoridades europeias para entender melhor a mecânica da Euribor, de  acordo com pessoas a par do assunto.
Cedric Quemener, diretor da Euribor EBF, o grupo em Bruxelas que  administra a taxa de juros Euribor, disse que não está preocupado com a  investigação porque a Euribor se baseia em informações coletadas de  muitos bancos. Isso torna a taxa de juros referencial mais difícil de  manipular do que a Libor, que é determinada por 15 bancos, observou.  "Não estou com medo disso", disse Quemener na terça, referindo-se à  investigação europeia.
Como parte da investigação internacional sobre a Libor, autoridades  americanas entregaram intimações a vários bancos. A investigação nos EUA  inclui o Departamento de Justiça, ministério que acumula funções de  procuradoria, autoridades civis e investidores que moveram cerca de 20  processos relacionados a acusações de manipulação de taxa de juros. Os  bancos estão contestando os processos.
Autoridades japonesas estão examinando o processo de fixação dos  juros da taxa ofertada no interbancário de Tóquio, ou Tibor. O inquérito  feito pela Comissão Europeia está sendo conduzido pela agência de  defesa da concorrência, dirigida por Joaquín Almunia.
Entre outras coisas, os investigadores estão examinando se os bancos  divulgaram com precisão os custos dos empréstimos que contraem. A Libor  foi objeto de muita crítica durante a crise financeira, quando surgiram  evidências de que os bancos podem ter subavaliado os custos dos  empréstimos contraídos, possivelmente para evitar dar pistas aos  concorrentes e a investidores de que estavam sendo percebidos como mais  arriscados do que outros bancos.
A investigação também examina se operadores especularam com  movimentos futuros do câmbio e combinaram com a tesouraria de bancos  para mexer nos juros de uma maneira que pudesse assegurar que as apostas  dessem certo, de acordo com pessoas a par do assunto.
Em julho, o UBS afirmou que recebeu imunidade parcial em troca de  continuar cooperando com o inquérito. O banco suíço afirmou que recebeu  "leniência condicional ou imunidade condicional" da divisão anticartel  do Departamento de Justiça e outros reguladores relacionada à  participação do UBS na Libor e Tibor.
O Barclays foi um de vários bancos a revelar em informes oficiais  este ano que estavam sendo investigados como parte do inquérito sobre a  Libor. O Departamento de Justiça americano e outras autoridades estão  examinando "contribuições feitas pelo Barclays e outros membros do  comitê" em relação à Libor, informou o banco britânico num informe  semestral. E acrescentou: "O Barclays está cooperando com as  investigações relevantes e está mantendo as autoridades regulatórias  informadas."
(Colaborou Stephen Fidler.)
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