A Grécia funciona como uma espécie de endoscopia em tempo real das consequências sociais e éticas da maior crise capitalista dos últimos 80 anos. A percolação da tragédia na pirâmide social do país escancara os custos humanos de se preservar a riqueza financeira quando o mecanismo que a reproduz já não se sustenta. Esse é o cerne do impasse global que avança para o 4º ano de sacrifícios urbi et orbi.
Mas nada disso parece sensibilizar a mídia demotucana, cuja leitura sugere que o único ponto do planeta que afronta os direitos humanos é uma ilha a 150 quilômetros de sua meca intelectual e política. Por certo não é o que pensam os 26 milhões de desempregados e os 115 milhões de pobres da UE, por exemplo.
Elo mais frágil dessa cadeia, a Grécia emerge como um estuário pedagógico de perdas e danos. No interior do seu metabolismo,um a um, rompem-se os elos mais vulneráveis. A infância em primeiro lugar; dentro dela, as crianças pobres; e a partir daí o essencial, a segurança alimentar. Desde março de 2010, a prioridade de Atenas é adequar o país aos 'programas de ajuste' traduzidos em sucessivos cortes orçamentários.
Os macrodados da agonia gega não sensibilizam mais. Mas há detalhes que ainda desconcertam: o orçamento da educação, por exemplo, sofreu um corte de 60% este ano. Em miúdos: a rede pública de ensino dispõe atualmente de quatro de cada dez euros que recebia em 2010. Não há como preservar o essencial quando 60% do alicerce desaba. Inclua-se no essencial a merenda. Das periferias mais pobres, emergem relatos de desfalecimentos em sala de aula. Mas as agencias de notícias informam que a ministra da Educação, Ana Diamantopulu, apressou-se em desmentir a possibilidade de contemplar todas as famílias carentes com uma bolsa alimentação. Não há verbas.
O desmentido ocorreu simultaneamente ao recuo de Angela Merkel, que pretendia nomear um diretório financeiro para comandar o orçamento grego diretamente de Berlim, de modo a assegurar o pagamento dos credores acima de todas as coisas. "A discussão ficou emocional", justificou-se a premiê que hoje é a voz mais nítida do dinheiro no planeta. O recuo de Merkel não alivia o estômago da infância pobre da Grécia. A próxima cena na tela da endoscopia grega será o efeito do corte previsto no salário mínimo nacional. Com a palavra os paladinos dos direitos humanos em Cuba.
Mas nada disso parece sensibilizar a mídia demotucana, cuja leitura sugere que o único ponto do planeta que afronta os direitos humanos é uma ilha a 150 quilômetros de sua meca intelectual e política. Por certo não é o que pensam os 26 milhões de desempregados e os 115 milhões de pobres da UE, por exemplo.
Elo mais frágil dessa cadeia, a Grécia emerge como um estuário pedagógico de perdas e danos. No interior do seu metabolismo,um a um, rompem-se os elos mais vulneráveis. A infância em primeiro lugar; dentro dela, as crianças pobres; e a partir daí o essencial, a segurança alimentar. Desde março de 2010, a prioridade de Atenas é adequar o país aos 'programas de ajuste' traduzidos em sucessivos cortes orçamentários.
Os macrodados da agonia gega não sensibilizam mais. Mas há detalhes que ainda desconcertam: o orçamento da educação, por exemplo, sofreu um corte de 60% este ano. Em miúdos: a rede pública de ensino dispõe atualmente de quatro de cada dez euros que recebia em 2010. Não há como preservar o essencial quando 60% do alicerce desaba. Inclua-se no essencial a merenda. Das periferias mais pobres, emergem relatos de desfalecimentos em sala de aula. Mas as agencias de notícias informam que a ministra da Educação, Ana Diamantopulu, apressou-se em desmentir a possibilidade de contemplar todas as famílias carentes com uma bolsa alimentação. Não há verbas.
O desmentido ocorreu simultaneamente ao recuo de Angela Merkel, que pretendia nomear um diretório financeiro para comandar o orçamento grego diretamente de Berlim, de modo a assegurar o pagamento dos credores acima de todas as coisas. "A discussão ficou emocional", justificou-se a premiê que hoje é a voz mais nítida do dinheiro no planeta. O recuo de Merkel não alivia o estômago da infância pobre da Grécia. A próxima cena na tela da endoscopia grega será o efeito do corte previsto no salário mínimo nacional. Com a palavra os paladinos dos direitos humanos em Cuba.
Postado por Saul Leblon às 21:11
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