Foto: REUTERS/Regis Duvignau
Vitória do socialista François Hollande representa um voto de mudança na Europa contra a política de austeridade comandada pela chanceler alemã Angela Merkel; Dilma ganha um aliado na cena internacional; direto de Paris, por Roberta Namour, correspondente do 247
Depois de mais de 30 anos nos bastidores do cenário político, Hollande se tornou o candidato do PS ao derrotar em outubro nas primárias sua ex-mulher e candidata à Presidência pelo partido em 2007, Ségolène Royal.
Num contexto de crise econômica preocupante, Hollande conquistou a confiança dos franceses com um programa que defende uma reforma fiscal que aumenta a contribuição dos mais ricos. Além disso, prometeu a criação de 150 mil novos empregos no setor de novas tecnologias e mais 60 mil no campo da educação. Quanto aos imigrantes, levantou uma bandeira oposta a de Nicolas Sarkozy, de fechar as fronteiras do país.
Para a Europa, a vitória do socialista significa a ruptura do casamento franco-alemão. François Hollande assumiu desde o início o papel de líder um movimento antiausteridade europeu. Inclusive, prometeu ligar ainda nesta noite para a chanceler alemã Angela Merkel para oficializar a nova postura da França sobre o pacto fiscal. Com o apoio da Grécia, Espanha e mesmo da Itália, o novo presidente da França promete lutar pela ideia de que para reencontrar o crescimento não se pode só economizar sem investir. Metas engessadas geram a exclusão e, consequentemente, vão de encontro com o lema da União Europeia.
Nessa perspectiva, Hollande se torna um grande aliado da presidente Dilma Rousseff no cenário internacional. Em diversas declarações e na visita que fez recentemente à Alemanha, Dilma fez duras críticas aos discurso de austeridade comandado por Angela Merkel e atacou as "políticas expansionistas que provocam um verdadeiro 'tsunami monetário', que levaram a uma 'guerra cambial' e introduziram novas e perversas formas de protecionismo no mundo".
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