EPA
A
maioria dos países desenvolvidos, ao enfrentarem a crise, confiou muito
nos seus parceiros da economia global. Muitos deles sobreviveram os
anos de 2008-2009 à custa do endividamento externo. Chegou a altura de
sair do buraco pós-crise, de recuperar a economia, de voltar a apostar
no desenvolvimento, mas todo o dinheiro está a ser gasto para pagar as
dívidas soberanas.
O
resultado foi que uma situação de dívida externa que era favorável em
2005-2006, e aceitável em 2008-2009, se tornou muito grave em 2010. Tão
grave que se tornou no tema principal da cúpula do G20 de Toronto em
2010. Nessa altura, como objetivo foi colocada a redução do défice
orçamental para metade até 2013. Hoje já é claro que não se conseguiu
atingir esse objetivo.
No site da revista The Economist podemos encontrar o Relógio da Dívida Mundial (http://www.economist.com/content/global_debt_clock).
Um mapa interativo demonstra a dinâmica da dívida externa dos países a
partir de 2002. O valor da dívida externa da maioria dos países europeus
está bem acima dos 80% do PIB. Essa situação é liderada na Europa pela
sofredora Grécia, mas a situação não é melhor no Reino Unido, na
Irlanda, em França, em Itália ou em Portugal. Já a dívida do Japão
atinge hoje os 241% do PIB.
O
primeiro objetivo a atingir é praticar uma política fiscal que não
deixe o nível da dívida externa ultrapassar os 90% do PIB. Isso
permitirá realizar o serviço da dívida com eficácia e afetar
simultaneamente as verbas necessárias para resolver as questões internas
dos países.
Mas
será isso suficiente para sair da depressão em segurança? Especialmente
se considerarmos os outros fatores negativos que deverão ser discutidos
pelo G20, em primeiro lugar os que dizem respeito aos maus resultados
das guerras cambiais. Os representantes da União Europeia irão insistir
em medidas bastante mais duras. A União Europeia planeja fixar o teto
máximo da dívida em 60% do PIB. Isso significa um aumento de impostos e
uma diminuição do financiamento dos programas sociais. No entanto, é
absolutamente necessário trabalhar com uma dívida pública. Foi por isso
que a Rússia propôs a abordagem dessa questão.
Na
prática, a falência da Grécia e de Chipre é apenas um primeiro alerta.
Ele pode ser ouvido ou pode ser ignorado. O fato de a Rússia ter reagido
a esse sinal de alerta demonstra o nível de responsabilidade da
Federação Russa como protagonista da arena econômica global. Para a
Rússia uma redução hoje do nível da dívida pública não é crítica. Mas
temos de nos preocupar com os nossos parceiros comerciais mais próximos.
Porém,
ninguém espera resultados a curto prazo. Com a sua atividade nos anos
90, a Rússia afetou negativamente a sua imagem na arena internacional,
tendo ficado quase excluída do processo político internacional. As suas
iniciativas atuais são medidas necessárias para a recuperação dessa
imagem.
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