Brasil Maior é lançado sob inflamados discursos nacionalistas
Mantega chamou produtores estrangeiros de 'aventureiros' e Dilma anunciou plano como 'cruzada' em defesa da indústria
A presidenta Dilma Rousseff declarou-se aliada da indústria nacional e considerou ousado o plano que prevê, entre outras medidas, desonerações de R$ 25 bilhões em dois anos e desembolso de R$ 500 bilhões do BNDES até 2014. As medidas procuram conter o processo de desindustrialização do país
Segundo Mantega, a previsão do programa de que as compras governamentais terão margem de preferência de até 25% nos processos de licitação para produtos manufaturados e serviços nacionais “vai forçar o conteúdo nacional” nessas aquisiões. “É justo pagar até 25% a mais se o produto ou serviço gera mais empregos e salários no Brasil”, afirmou Aloizio Mercadante, ministro da Ciência e Tecnologia, também seguido de palmas animadas.
Mercadante acrescentou que a primeira política expressiva será feita pelo Ministério da Defesa que terá foco específico em compras de produtos brasileiros, principalmente fardas e coturnos. Também Saúde e Tecnologias da Informação e Comunicação serão alvo dessa medida.
O Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel, afirmou ter procuração da presidenta Dilma Rousseff para agir com “tolerância zero” contra importação fraudulenta ou concorrência desleal de produtos estrangeiros. Como medida prática, o MDIC vai quadruplicar o número de técnicos para fazer levantamento sobre ação de concorrência predatória a partir do exterior.
A presidenta afirmou que a economia brasileira tem de estar preparada para “uma avalanche” de produtos manufaturados que chegam e chegarão no Brasil com mais intensidade tendo em vista o cenário de crise internacional.
Dilma classificou a estratégia do Plano Brasil Maior como uma “cruzada em defesa da indústria brasileira diante do mercado internacional que muitas vezes tem ações desleais e predatórias”.
A presidenta disse também que o plano foi pensado "sem ameaçar a estabilidade macroeconômica do país com intervenções abruptas e perturbadoras da economia, sem abrir mão da arrecadação e, sobretudo, sem desrespeitar os direitos dos trabalhadores."
* Com Reuters
Nenhum comentário:
Postar um comentário