Meu comentário: Chamam de crise quando o rico ganha menos, mas não deixa de ser rico, e não chamam de crise, os milhões que passam fome, e a mídia não dá destaque para isso.
Dez maiores gestoras de fundos de investimentos do mundo controlam US$ 17,4 trilhões – uma riqueza financeira 20% superior ao PIB dos EUA, diz a BBC.
A ong Oxfan calcula em US$ 2,4 bi os recursos necessários para acudir a fome no chifre da África, onde 30 mil crianças morreram de desnutrição nos últimos 12 meses e 2,5 milhões de pessoas rondam o mesmo abismo. O orçamento da FAO, o braço da ONU para tratar da segurança alimentar e da agricultura é de US$ 1 bi.
Os países ricos querem reduzir a sua contribuição ao organismo como parte de um arrocho fiscal planetário destinado a oferecer juros mais altos aos detentores de dívida pública. Entre eles, fundos que ameaçam fugir para oportunidades mais seguras do que países atolados no modelo fiscal amigável aos mercados. Qual? Aquele em que a taxação da riqueza foi substituída pela generosa captação de uma fatia dela a juros, atrelando-se o orçamento público a uma espiral rentista que agora, na crise do modelo, exige 'ajuste' contra os pobres para assegurar a aplicação dos ricos.
Em ponto pequeno, o modelo se reproduz em cada país. No caso brasileiro, por exemplo, o serviço da dívida pública (juros pagos e capitalizados) equivale a 6% do PIB, custo várias vezes superior do Bolsa Família. E maior que todo o orçamento destinado ao sistema público de ensino do país.
(Carta Maior; 3º feira, 16/08/ 2011)
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