A reunião ministerial da Unasul, realizada nesta sexta, 12, em Buenos Aires, foi marcada pelo consenso de que o aprofundamento da integração latino-americana é a melhor resposta ao segundo tempo da crise mundial do capitalismo. Neste sentido ganhou destaque a ideia de fortalecer o Fundo Latino-americano de Reservas (Flar).
12 de Agosto de 2011 - 19h09 O Brasil manifestou formalmente interesse em ingressar no Flar, uma instituição mantida desde 1978 pelos países andinos, Costa Rica e Uruguai. O movimento brasileiro, segundo afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, após o fim da reunião de ministros da área econômica da Unasul, que reúne os onze países do continente, é um primeiro passo para criar um mecanismo de proteção contra volatilidade. "Precisamos, neste momento, nos preparar tanto para um agravamento da crise atual como para a sua maior duração", disse o ministro.Maior robustez
A Argentina também apresentou a mesma disposição. Segundo o ministro argentino, Amado Boudou, o Flar será uma espécie de plataforma para um fundo de maior robustez. "Estamos criando uma nova institucionalidade com os instrumentos já existentes", comentou Boudou também ao final do encontro.
Segundo Mantega, a direção da Flar deve percorrer os países interessados, em uma espécie de "road show". Em um primeiro momento, o Brasil poderia ingressar na entidade sem exigir a mudança de suas regras. "O Flar estabelece uma cota com limite de US$ 500 milhões de integralização máxima para a participação. Não vejo maiores problemas para a adesão, que teria que passar pelo Congresso Nacional. Penso que seria um gesto importante", disse Mantega.
BID e Banco do Sul
Além da revitalização do Flar, a cúpula decidiu também adotar uma posição em bloco contra o atual funcionamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). "O BID foi desvirtuado ao longo do tempo. Ele deveria ser o FMI latino-americano, mas, na prática, outros países [leia-se: EUA] ficaram com seu controle. Só vamos fortalecer o BID com mudança das cotas e da governança", disse o ministro.
Outra proposta é a criação do Banco do Sul. O presidente do Banco Central do Equador, Diego Borja, disse que a América do sul tem a obrigação de buscar uma saída real de uma crise provocada no norte, que esse não soube manejar porque "sucumbiu aos capitais especulativos". O Equador defende a criação do Banco do Sul, que terá sua sede em Caracas, de um fundo comum de reservas internacionais e de um sistema de compensação regional em moedas locais.
Moedas regionais
A Argentina também é favorável à coordenação da administração das reservas em dólares que têm os países sul-americanos, para evitar ataques especulativos contra as moedas. Atualmente, os países da América Latina têm US$ 700 bilhões em reservas, dos quais mais de US$ 500 bilhões são dos países da Unasul, principalmente do Brasil.
O fomento do uso de moedas regionais para o comércio exterior, como o sistema denominado SML implementado por Argentina e Brasil, e ao qual poderiam se somar Chile e Uruguai em breve, foi outro tema abordado pelos especialistas. No documento final da reunião também são mencionadas medidas macroprudenciais, entre estas a imposição de controle sobre os capitais especulativos.
Com agências
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=161305&id_secao=2
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