As ações dos principais bancos franceses já perderam 45% do seu valor este ano. Perdas se aproximam do 'beiço', desconto ou, popularmente, calote de 50% que os analistas consideram inevitável para superar o impasse da dívida de 380 bi de euros da Grécia. Bancos franceses e alemães são credores de 2/3 desse total. Juntas, França e Alemanha tem 670 bi de euros emprestados a Grécia, Portugal e Espanha,cujo destino está conectado pelo efeito contágio que o calote de um provocará na contabilidade dos credores do conjunto.
Cada ajuste no parafuso dessa enrenagem piora a situação da banca credora, elevando a suspeita dos mercados em relação a sua solvência presente e futura, precificada com a desvalorização de suas ações. A dificuldade de captação de novos recursos pelas instituições, seja para cobrir rombos próprios, seja para socorrer governos em apuros comprando-lhes títulos de dívida pública, aprofunda a espiral da insolvência no conjunto da engrenagem.
O entrelaçamento global do metabolismo financeiro via trocas interbancárias - através da qual as instituições se socorrem e se financiam mutuamente a curto e longo prazo - assegura que o estremecimento na zona do euro não deixará de cruzar o Atlântico para atingir também os EUA. O sistema bancário norte-americano tem US$ 600 bi aplicados na zona do euro. Nos últimos meses, seus bancos cortaram o refinanciamento solidário com seus congêneres do euro. Mas o estoque robusto persiste nas carteiras.
A evolução da crise esboça assim um desenho pedagógico: a desregulação neoliberal fez dos bancos um supermercados de negócios e lucros desordenados que impuseram a supremacia das finanças sobre o conjunto da economia en detrimento das demandas da sociedade. Agora, esse fastígio unilateral que parecia impune em sua hegemonia política, midiática e financeira está batendo à porta da casa materna para um acerto de contas truculento. A questão política que argui partidos e governos hoje é: quem pagará o preço?
Cada ajuste no parafuso dessa enrenagem piora a situação da banca credora, elevando a suspeita dos mercados em relação a sua solvência presente e futura, precificada com a desvalorização de suas ações. A dificuldade de captação de novos recursos pelas instituições, seja para cobrir rombos próprios, seja para socorrer governos em apuros comprando-lhes títulos de dívida pública, aprofunda a espiral da insolvência no conjunto da engrenagem.
O entrelaçamento global do metabolismo financeiro via trocas interbancárias - através da qual as instituições se socorrem e se financiam mutuamente a curto e longo prazo - assegura que o estremecimento na zona do euro não deixará de cruzar o Atlântico para atingir também os EUA. O sistema bancário norte-americano tem US$ 600 bi aplicados na zona do euro. Nos últimos meses, seus bancos cortaram o refinanciamento solidário com seus congêneres do euro. Mas o estoque robusto persiste nas carteiras.
A evolução da crise esboça assim um desenho pedagógico: a desregulação neoliberal fez dos bancos um supermercados de negócios e lucros desordenados que impuseram a supremacia das finanças sobre o conjunto da economia en detrimento das demandas da sociedade. Agora, esse fastígio unilateral que parecia impune em sua hegemonia política, midiática e financeira está batendo à porta da casa materna para um acerto de contas truculento. A questão política que argui partidos e governos hoje é: quem pagará o preço?
Postado por Saul Leblon
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