De janeiro a setembro, o país vendeu o recorde de 875 mil toneladas para o mercado externo. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento e consideram as diversas variedades do produto, desde o arroz para semeadura até o beneficiado.
Esse volume corresponde à exportação de 1,1 milhão de toneladas do produto com casca, base de cálculo mais comum utilizada por produtores, e representa aumento de 175% em relação ao volume exportado em igual período de 2010.
Em dólares, o aumento é ainda mais expressivo, passando de US$ 118 milhões em 2010 para US$ 395 milhões neste ano -alta de 235%.
Além do maior volume, o resultado foi favorecido pelo aumento da cotação do produto no mercado internacional. A tonelada, que era vendida por US$ 450, atualmente está acima de US$ 600.
De acordo com o presidente do Irga (Instituto Rio Grandense do Arroz), Claudio Pereira, o resultado deste ano consolida a mudança do perfil do país. "O Brasil deixou de lado o perfil de importador que tinha até há três anos e se consolida como um dos principais fornecedores para o mundo." O Rio Grande do Sul é o maior produtor nacional, com 54% da safra.
Ele destaca o bom resultado das negociações do arroz brasileiro em novos mercados, especialmente na África subsaariana. A região é o destino de quase 60% das vendas brasileiras.
"A principal vantagem é geográfica, que permite ao produto brasileiro chegar a esses mercados com preço muito competitivo em relação à principal região produtora mundial, que é o leste asiático", explica Pereira.
O consultor Vlamir Brandalizze observa ainda o papel dos leilões de PEP (Prêmio de Escoamento de Produto) promovidos pelo Ministério da Agricultura na elevação das exportações.
Desde março, foram realizados 16 leilões desse tipo, com negociação de 1,4 milhão de toneladas, destinadas tanto ao mercado interno como ao externo. "Esse mecanismo elevou a cotação do produto para os produtores sem aumentar o custo para a indústria, que pôde manter o arroz a preço competitivo no exterior", explica.
Apesar do bom resultado neste ano, dificilmente a safra 2011/12 vai repetir o desempenho. Para o período, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) prevê redução da área plantada de até 2,7% em relação à atual e queda de produtividade de 6,5% por hectare.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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