Foto: Wilson Dias/ABr
Banco deixou de contabilizar uma perda de R$ 720 milhões em ações da Iberdrola, que é também muito atuante no Brasil; jornal El Pais denuncia ainda manobra para pagar menos impostos; presidente Dilma, que ontem esteve com Emilio Botín, já vê com apreensão situação dos bancos estrangeiros
Os dados foram descobertos num levantamento interno da CNVM, a Comisión Nacional del Mercado de Valores, órgão semelhante à CVM no Brasil. De acordo com o banco de Emílio Botín, que passa férias no Brasil e se reuniu ontem com a presidente Dilma Rousseff, essas participações não foram contabilizadas pelo valor real porque a queda seria fruto da crise econômica internacional – e, a despeito dela, a Iberdrola continuaria apresentando uma posição econômica sólida. Ocorre, porém, que o grupo de Botín, também possui ações da Iberdrola e de outras companhias em fundos de investimento. Estes fundos ficam fora do balanço do banco e, nesses casos, as participações foram registradas pelo valor real em bolsa – e não por um valor hipotético – o que geraria, segundo o El Pais, até um benefício fiscal para o grupo de Botín. No caso do banco, ao contrário, as participações estariam sobrevalorizadas para inflar o patrimônio do banco e reduzir a necessidade de capitalização.
Apreensão na equipe econômica
Essa necessidade de capitalização dos bancos internacionais tem sido vista pela equipe econômica brasileira como um possível fator de contágio da crise internacional.
Instituições financeiras internacionais que antes traziam linhas de financiamento para o Brasil em momentos de crise hoje utilizam a liquidez do mercado brasileiro para socorrer suas matrizes, enxugando o crédito interno.
No Banco do Brasil, há um comitê formado que já acompanha de perto as movimentações dos bancos internacionais no País – em especial do Santander e do HSBC.
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