Conselho Editorial Sul-Americano
CUIDADO,
DILMA, O CALOTE PODE TE PEGAR! Barack Obama, na disputa eleitoral, em
2012, está frente ao mesmo impasse que FHC, em 1994, ficou diante da
emergência do perigo da hiperinflação. Poderá ser obrigado, em algum
momento, a cortar um zero no valor do dólar, a fim de evitar que a moeda
americana seja sugada por um surto hiperinflacionário, decorrente da
impagável monumental dívida pública americana, que lançou o mundo no
buraco financeiro, no compasso da financeirização econômica global
totalmente desregulamentada, sem poder apelar para o mercado financeiro,
falido, no colo do governo, também, baqueado. A dívida americana,
hoje, na casa dos 15 trilhões de dólares cairia para 1,5 trilhão.
Nasceria o NOVO DÓLAR para enterrar o VELHO DÓLAR. E os que, como o
Brasil e a China, estão abarrotados de VELHO DÓLAR em seus caixas, como
ficariam, senão com o GRANDE MICO nas mãos? Quadro impossível de
pintar? Vejam a história americana! Isso já aconteceu diversas vezes no
século 19. E em 1974, não foi diferente, quando o ex-presidente
Richard Nixon, pressionado pelos excessivos deficits, descolou o dólar
do ouro, dando o calote na praça. A Grécia, coitada, bem como Espanha,
ambas à beira do abismo, são elos fracos de uma cadeia, cuja origem
está na América. A quantidade de moeda emitida sem lastro pelos Estados
Unidos, que ganhou diversas formas, entre elas as dos derivativos
tóxicos, é a responsável principal pelos desastres que se expressam na
formação de bolhas especulativas intermitentes, cujos efeitos são a
impossibilidade de controles efetivos do processo monetário pelos
próprios bancos centrais, como admitem analistas experientes. Caminham,
portanto, os Estados Unidos, com o seu dólar bichado, para o mesmo
rumo que caminhou o marco alemão, na década de 1930, que acabou virando
papel de parede, dada a excessiva oferta de dinheiro em circulação,
cuja desvalorização se tornou irreversível. Para evitar que se repita
essa sombria realidade, agora, restaria ao governo americano, no
limite, cortar um zero do dólar, de modo que a dívida seja brutalmente
desvalorizada e possam os isteites evitarem o estrondo monetário que
acabaria com a sua condição de potência econômica mundial. Certamente,
essa alternativa não vai ser tentada senão diante de necessidade
imprescindível, porque, evidentemente, ninguém toma decisão dessa
natureza porque quer, mas porque se torna inevitável. Os Estados
Unidos, dando um calote, ao fazer com o dólar o que FHC fez com o real,
no Brasil, para livrar o país do afogamento hiperinflacionário,
justificariam essa atitude como indispensável para ajudar a humanidade a
emergir do caos financeiro que os próprios americanos criaram. Mas,
isso, certamente, por orgulho, Tio Sam não reconheceria. Haveria outra
saída, da qual lançou mão nos anos de 1970, descolando o dólar do
ouro, se a opção pelo ouro deixou de ser solução? Deixar que o dólar
seja levado de roldão e os Estados Unidos se submerjam,
inapelavelmente? Ou Obama, em nome da democracia, a bandeira eterna da
América, tentaria salvar, novamente, o mundo dos radicalismos políticos
que a bancarrota monetária produziria? A pergunta, terrível, que fica
no ar é a seguinte: e as reservas cambiais brasileiras, como ficarão,
senão ultradesvalorizadas? Dos quase 400 bilhões de dólares hoje
disponíveis, poderiam sobrar tão somente uns 40 bilhões de dólares.
Cuidado, Dilma, um grande beiço americano está a caminho em nome da
salvação da humanidade. Teria adiantado ajuntar essa grana toda, para
virar pó, ou melhor seria aplica-la, URGENTE, na infraestrutura
nacional? Ainda há tempo para isso?
Por que não seguir os chineses?
- OS
CHINESES NÃO ACREDITAM EM TIO SAM. POR QUE O BRASIL ACREDITARIA? A
China e o Brasil, se não acelerarem a desova de sua reservas, podem ver
elas ser brutalmente reduzidas, caso Barack Obama, sob pressão de
dívidas insuportáveis, que impedem providências adicionais do Banco
Central dos Estados Unidos, para dinamizar a economia por meio de novas
expansões monetárias, seja obrigado, a contragosto, é claro, a dar um
calote no mundo, cortando um zero do dólar, para diminuir a dívida.
Aliás, pode ser que o BC dos Estados Unidos faça justamente isso: dê
outra girada na guitarra financeira, jogando moeda americana na
circulação, para desvaloriza-la, ainda mais, a ponto de liquidar a
dívida, e, em seguida, cortar um zero das verdinhas, para reiniciar o
jogo econômico mundial, sob argumento de que fora necessário agir nesse
sentido para preservar a democracia e salvar o mundo do colapso global
e da emergência, quem sabe, de um neo-comunismo ou de um
neo-fascismo/nazismo. Quem tem dólar, agora, perderia, a menos que seja
rápido no gatilho, para se desfazer dele, como, por exemplo, já estão
fazendo os chineses. Essa semana, o governo da China admitiu que nos
próximos cinco anos pretende aplicar 500 bilhões de dólares de suas
reservas na Europa comprando ativos, a torto e a direito. Tal
providência já está em curso em diversas partes do mundo, como na
África e na America do Sul. Ou seja, agora, os chineses, aproveitando a
bancarrota europeia, onde tudo está em liquidação, vão invadir o
continente europeu com uma quantia de dólares superior àquela que o
governo brasileiro tem depositada no Banco Central. É só fazer as
contas: se Tio Sam cortar um zero de sua moeda bichada, as reservas
chinesas de 3,5 trilhões de dólares, aproximadamente, cairiam para 350
bilhões. Perderiam 3 trilhões de dólares! Da mesma forma, Dilma Rousseff
ficaria com somente 40 bilhões, dos quase 400 bilhões atuais
disponíveis nos cofres nacionais. Dançaria em perto de 300 bilhões de
dólares. É mole? Diversificar as aplicações, não deixando tudo em uma
cesta só, eis o que os chineses estão fazendo, para fugir do risco. E o
Brasil, vai ficar parado, boca aberta, cheia de dentes, esperando a
morte chegar, como disse o poeta Raul Seixas? Por que com os 375 bilhões
de reservas disponíveis Dilma não joga a metade disso na modernização
geral dos centros urbanos brasileiros, construindo metrôs, para
melhorar a qualidade de vida da população sufocada pelo excesso de
veículos proporcionado pelo maior poder de compra da população de baixa
renda em face da política social mais avançada voltada à melhor
distribuição da renda nacional? Por que não acelerar a triplicação das
rodovias nacionais, a construção de portos para todos os lados? Por que
não investir para valer na melhoria geral da infraestrutura com uma
parte considerável das reservas, transformando-as em grandes
investimentos públicos, contratando mão de obra estrangeira e empresas
privadas internacionais, a preços baratos, nesse momento, para acelerar
o desenvolvimento, em vez de ficar na expectativa de que se perca
tudo, se Tio Sam criar o NOVO DÓLAR, para subsituir o VELHO DÓLAR,
bichado, sem nenhuma perspectiva de sobrevivência, no compasso da crise
bancária global?
Especialista em calote
- A
EXPERIÊNCIA DO CALOTE JÁ ACONTECEU E PODE REPETIR DE NOVO. Nunca se
deve esquecer a vocação caloteira do governo americano, quando as
coisas vão mal para os Estados Unidos. O exemplo da década de 1970
continua vivíssimo. O poder do dólar continuaria forte do pós-guerra
até 1974, quando os deficits americanos, acumulados ao longo da
sustentação da guerra fria e da guerra do Vietnan sinalizaram perigo
para a moeda de Tio Sam. O padrão ouro virara cortina de fumaça. Que
fez Richard Nixon, presidente americano, diante da tentativa de Willy
Brand, primeiro ministro da Alemanha, de resgatar 10 bilhões de dólares
em barras de ouro, no Fort Knox, nos Estados Unidos, porque a Alemanha
temia pelo pior? Descolou o dólar do ouro. Deixou a moeda flutuar.
Emergiu tremenda volatilidade cambial. Quem devia em dólar, por conta
da desvalorização deste, se deu bem. Ou seja, os próprios Estados
Unidos, que estavam superendividados, salvaram-se do incendio, que
poderia ocorrer com o excesso de dólares, eurodólares, nipodólares e
petrodólares, que circulavam na praça global, emitidos pelo tesouro
americano, para salvar o mundo do comunismo, como destacavam os
estrategista geopolíticos dos Estados Unidos. Sem a âncora do ouro, com
o dólar flutuando, incontrolavelmente, a economia mundial, desde
então, entrou na era das bolhas financeiras especulativas. Em 1979, por
exemplo, o Banco Central americano, para evitar perigos adicionais
para a saúde do dólar, fez movimento contrário: puxou a taxa de juros
de 5% para quase 20%. Agora, quem devia em dólar, como o Brasil,
quebrou. E a periferia capitalista, desde aquele momento, teve que se
subordinar aos ditames do Consenso de Washington – arrochos fiscais e
monetários, privatizações, desvalorizações cambiais, empobrecimento etc
etc. Os derranjos macroeconômicos brasileiros foram, portanto,
produzidos de fora para dentro e não o contrário, como destacaram os
analistas econômicos, na Era Sarney, considerado caloteiro, porque
tentou reagir contra as articulações econômicas imperialistas
americanas, suspendendo o pagamento dos juros da dívida, para ganhar
fôlego. Como não teve, naquela ocasião, apoio do PMDB, do senhor
Ulisses Guimarães, sr. diretas, Sarney dançou. A origem da
desmoralização dos peemedebistas começou ali, ao demonstrarem frouxidão
para enfrentar a pressão internacional sobre a economia brasileira.
Agora, na crise financeira global, iniciada em 2008, o quadro é outro,
com os Estados Unidos devendo muito mais do que naqueles anos de 1970.
Pior: Tio Sam não têm fôlego financeiro para continuar emitindo, salvo
se for para dar a calote, desvalorizando, mediante expansões monetárias
continuadas, a sua dívida. A dívida viraria pó, para em seguida, a
Casa Branca dar um corte no valor do dólar, capando um zero. Acomoradia
a situação monetária global aos interesses americanos, no sentido de
os Estados Unidos continuarem sendo detentores da moeda equivalente
geral das trocas comerciais globais. Os americanos renunciariam a essa
possibilidade para deixar de serem os condutores do mundo, mediante um
NOVO DÓLAR? Sob NOVO DÓLAR, poderão voltar a emitir, o que não
ocorrerá, se o VELHO DÓLAR sucumbir-se. E os que estão carregados de
reservas expressas no VELHO DÓLAR, como é o caso do Brasil, como
ficariam, senão totalmente micados? Te cuida Tombini!
Texto: / Postado em 13/06/2012 ás 09:53 | | | | |
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