domingo, 8 de julho de 2012

Análise: Calote global à vista destroi reservas do Brasil 08/07/2012

Patria Latina


Conselho Editorial Sul-Americano

CUIDADO, DILMA, O CALOTE PODE TE PEGAR! Barack Obama, na disputa eleitoral, em 2012, está frente ao mesmo impasse que FHC, em 1994, ficou diante da emergência do perigo da hiperinflação. Poderá ser obrigado, em algum momento, a cortar um zero no valor do dólar, a fim de evitar que a moeda americana seja sugada por um surto hiperinflacionário, decorrente da impagável monumental dívida pública americana, que lançou o mundo no buraco financeiro, no compasso da financeirização econômica global totalmente desregulamentada, sem poder apelar para o mercado financeiro, falido, no colo do governo, também, baqueado. A dívida americana, hoje, na casa dos 15 trilhões de dólares cairia para 1,5 trilhão. Nasceria o NOVO DÓLAR para enterrar o VELHO DÓLAR. E os que, como o Brasil e a China, estão abarrotados de VELHO DÓLAR em seus caixas, como ficariam, senão com o GRANDE MICO nas mãos? Quadro impossível de pintar? Vejam a história americana! Isso já aconteceu diversas vezes no século 19. E em 1974, não foi diferente, quando o ex-presidente Richard Nixon, pressionado pelos excessivos deficits, descolou o dólar do ouro, dando o calote na praça. A Grécia, coitada, bem como Espanha, ambas à beira do abismo, são elos fracos de uma cadeia, cuja origem está na América. A quantidade de moeda emitida sem lastro pelos Estados Unidos, que ganhou diversas formas, entre elas as dos derivativos tóxicos, é a responsável principal pelos desastres que se expressam na formação de bolhas especulativas intermitentes, cujos efeitos são a impossibilidade de controles efetivos do processo monetário pelos próprios bancos centrais, como admitem analistas experientes. Caminham, portanto, os Estados Unidos, com o seu dólar bichado, para o mesmo rumo que caminhou o marco alemão, na década de 1930, que acabou virando papel de parede, dada a excessiva oferta de dinheiro em circulação, cuja desvalorização se tornou irreversível. Para evitar que se repita essa sombria realidade, agora, restaria ao governo americano, no limite, cortar um zero do dólar, de modo que a dívida seja brutalmente desvalorizada e possam os isteites evitarem o estrondo monetário que acabaria com a sua condição de potência econômica mundial. Certamente, essa alternativa não vai ser tentada senão diante de necessidade imprescindível, porque, evidentemente, ninguém toma decisão dessa natureza porque quer, mas porque se torna inevitável. Os Estados Unidos, dando um calote, ao fazer com o dólar o que FHC fez com o real, no Brasil, para livrar o país do afogamento hiperinflacionário, justificariam essa atitude como indispensável para ajudar a humanidade a emergir do caos financeiro que os próprios americanos criaram. Mas, isso, certamente, por orgulho, Tio Sam não reconheceria. Haveria outra saída, da qual lançou mão nos anos de 1970, descolando o dólar do ouro, se a opção pelo ouro deixou de ser solução? Deixar que o dólar seja levado de roldão e os Estados Unidos se submerjam, inapelavelmente? Ou Obama, em nome da democracia, a bandeira eterna da América, tentaria salvar, novamente, o mundo dos radicalismos políticos que a bancarrota monetária produziria? A pergunta, terrível, que fica no ar é a seguinte: e as reservas cambiais brasileiras, como ficarão, senão ultradesvalorizadas? Dos quase 400 bilhões de dólares hoje disponíveis, poderiam sobrar tão somente uns 40 bilhões de dólares. Cuidado, Dilma, um grande beiço americano está a caminho em nome da salvação da humanidade. Teria adiantado ajuntar essa grana toda, para virar pó, ou melhor seria aplica-la, URGENTE, na infraestrutura nacional? Ainda há tempo para isso?

 


Por que não seguir os chineses?

OS CHINESES NÃO ACREDITAM EM TIO SAM. POR QUE O BRASIL ACREDITARIA? A China e o Brasil, se não acelerarem a desova de sua reservas, podem ver elas ser brutalmente reduzidas, caso Barack Obama, sob pressão de dívidas insuportáveis, que impedem providências adicionais do Banco Central dos Estados Unidos, para dinamizar a economia por meio de novas expansões monetárias, seja obrigado, a contragosto, é claro, a dar um calote no mundo, cortando um zero do dólar, para diminuir a dívida. Aliás, pode ser que o BC dos Estados Unidos faça justamente isso: dê outra girada na guitarra financeira, jogando moeda americana na circulação, para desvaloriza-la, ainda mais, a ponto de liquidar a dívida, e, em seguida, cortar um zero das verdinhas, para reiniciar o jogo econômico mundial, sob argumento de que fora necessário agir nesse sentido para preservar a democracia e salvar o mundo do colapso global e da emergência, quem sabe, de um neo-comunismo ou de um neo-fascismo/nazismo. Quem tem dólar, agora, perderia, a menos que seja rápido no gatilho, para se desfazer dele, como, por exemplo, já estão fazendo os chineses. Essa semana, o governo da China admitiu que nos próximos cinco anos pretende aplicar 500 bilhões de dólares de suas reservas na Europa comprando ativos, a torto e a direito. Tal providência já está em curso em diversas partes do mundo, como na África e na America do Sul. Ou seja, agora, os chineses, aproveitando a bancarrota europeia, onde tudo está em liquidação,  vão invadir o continente europeu com uma quantia de dólares superior àquela que o governo brasileiro tem depositada no Banco Central. É só fazer as contas: se Tio Sam cortar um zero de sua moeda bichada, as reservas chinesas de 3,5 trilhões de dólares, aproximadamente, cairiam para 350 bilhões. Perderiam 3 trilhões de dólares! Da mesma forma, Dilma Rousseff ficaria com somente 40 bilhões, dos quase  400 bilhões atuais disponíveis nos cofres nacionais. Dançaria em perto de 300 bilhões de dólares. É mole? Diversificar as aplicações, não deixando tudo em uma cesta só, eis o que os chineses estão fazendo, para fugir do risco.  E o Brasil, vai ficar parado, boca aberta, cheia de dentes, esperando a morte chegar, como disse o poeta Raul Seixas? Por que com os 375 bilhões de reservas disponíveis Dilma não joga a metade disso na modernização geral dos centros urbanos brasileiros, construindo metrôs, para melhorar a qualidade de vida da população sufocada pelo excesso de veículos proporcionado pelo maior poder de compra da população de baixa renda em face da política social mais avançada voltada à melhor distribuição da renda nacional? Por que não acelerar a triplicação das rodovias nacionais, a construção de portos para todos os lados? Por que não investir para valer na melhoria geral da infraestrutura com uma parte considerável das reservas, transformando-as em grandes investimentos públicos, contratando mão de obra estrangeira e empresas privadas internacionais, a preços baratos, nesse momento, para acelerar o desenvolvimento, em vez de ficar na expectativa de que se perca tudo, se Tio Sam criar o NOVO DÓLAR, para subsituir o VELHO DÓLAR, bichado, sem nenhuma perspectiva de sobrevivência, no compasso da crise bancária global?

 


Especialista em calote

A EXPERIÊNCIA DO CALOTE JÁ ACONTECEU E PODE REPETIR DE NOVO. Nunca se deve esquecer a vocação caloteira do governo americano, quando as coisas vão mal para os Estados Unidos. O exemplo da década de 1970 continua vivíssimo. O poder do dólar continuaria forte do pós-guerra até 1974, quando os deficits americanos, acumulados ao longo da sustentação da guerra fria e da guerra do Vietnan sinalizaram perigo para a moeda de Tio Sam. O padrão ouro virara cortina de fumaça. Que fez Richard Nixon, presidente americano, diante da tentativa de Willy Brand, primeiro ministro da Alemanha, de resgatar 10 bilhões de dólares em barras de ouro, no Fort Knox, nos Estados Unidos, porque a Alemanha temia pelo pior? Descolou o dólar do ouro. Deixou a moeda flutuar. Emergiu tremenda volatilidade cambial. Quem devia em dólar, por conta da desvalorização deste, se deu bem. Ou seja, os próprios Estados Unidos, que estavam superendividados, salvaram-se do incendio, que poderia ocorrer com o excesso de dólares, eurodólares, nipodólares e petrodólares, que circulavam na praça global, emitidos pelo tesouro americano, para salvar o mundo do comunismo, como destacavam os estrategista geopolíticos dos Estados Unidos.  Sem a âncora do ouro, com o dólar flutuando, incontrolavelmente, a economia mundial, desde então, entrou na era das bolhas financeiras especulativas. Em 1979, por exemplo, o Banco Central americano, para evitar perigos adicionais para a saúde do dólar, fez movimento contrário: puxou a taxa de juros de 5% para quase 20%. Agora, quem devia em dólar, como o Brasil, quebrou. E a periferia capitalista, desde aquele momento, teve que se subordinar aos ditames do Consenso de Washington – arrochos fiscais e monetários, privatizações, desvalorizações cambiais, empobrecimento etc etc. Os derranjos macroeconômicos brasileiros foram, portanto, produzidos de fora para dentro e não o contrário, como destacaram os analistas econômicos, na Era Sarney, considerado caloteiro, porque tentou reagir contra as articulações econômicas imperialistas americanas, suspendendo o pagamento dos juros da dívida, para ganhar fôlego. Como não teve, naquela ocasião, apoio do PMDB, do senhor Ulisses Guimarães,  sr. diretas, Sarney dançou. A origem da desmoralização dos peemedebistas começou ali, ao demonstrarem frouxidão para enfrentar a pressão internacional sobre a economia brasileira. Agora, na crise financeira global, iniciada em 2008, o quadro é outro, com os Estados Unidos devendo muito mais do que naqueles anos de 1970. Pior: Tio Sam não têm fôlego financeiro para continuar emitindo, salvo se for para dar a calote, desvalorizando, mediante expansões monetárias continuadas, a sua dívida. A dívida viraria pó, para em seguida, a Casa Branca dar um corte no valor do dólar, capando um zero. Acomoradia a situação monetária global aos interesses americanos, no sentido de os Estados Unidos continuarem sendo detentores da moeda equivalente geral das trocas comerciais globais. Os americanos renunciariam a essa possibilidade para deixar de serem os condutores do mundo, mediante um NOVO DÓLAR? Sob NOVO DÓLAR, poderão voltar a emitir, o que não ocorrerá, se o VELHO DÓLAR sucumbir-se. E os que estão carregados de reservas expressas  no VELHO DÓLAR, como é o caso do Brasil, como ficariam, senão totalmente micados?  Te cuida Tombini!
Texto: / Postado em 13/06/2012 ás 09:53             

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