Do Convergência Digital
Os bancos vão financiar 6.500 bolsas de estudo do Programa
Ciência sem Fronteiras nos próximos quatro anos. O investimento
totalizará US$ 180,8 milhões, sendo que a primeira parcela, de 10%, será
desembolsada já na semana que vem pela Federação Brasileira de Bancos
(Febraban).
Acordo para a doação foi assinado nesta sexta-feira, 21/09,
pelos ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)
com a Febraban. Segundo o acerto, 21 bancos vão participar do aporte
financeiro. O presidente da Febraban, Murilo Portugal, negou que a
entidade tenha interesse em obter vantagem direta para o setor bancário e
disse que a participação no projeto tem o objetivo de ajudar o Brasil
na qualificação profissional.
"Por isso, nossas prioridades serão as que o
governo definir, assim como as modalidades. É muito importante para o
Brasil aumentar a qualificação profissional e a inovação nas áreas do
Programa Ciência sem Fronteiras", observou Portugal admitindo, no
entanto, que o programa pode ter impacto indireto para os bancos.
Já o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, ressaltou a
obrigatoriedade do retorno ao país para os estudantes que participam do
programa. Ele explicou que quem obtiver notas superiores a 600 no Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem) solicitar a bolsa do Ciência sem
Fronteiras já na hora em que ingressar na universidade.
"Esses alunos não serão obrigados a atuar nas áreas de
qualificação, mas têm o compromisso de voltar ao Brasil. O que tem
acontecido é que alguns desses alunos vão para as universidades, ficam
nove meses fazendo estágio ali e depois mais três meses nas empresas,
que tem tido muita satisfação porque esses são os melhores alunos do
Brasil".
O repasse dos recursos será feito gradualmente sendo 22% em
2013, 30% em 2014 e 38% em 2015. A Febraban participará ainda do projeto
ficando como membro permanente do Comitê de Acompanhamento e
Assessoramento, responsável pela coordenação do programa. Participam do
comitê representantes do governo federal e outras entidades do setor
privado que contribuem para o projeto.
O programa oferece bolsas de estudo para cursos nas áreas de
engenharia, tecnologia da informação, ciências exatas, ciências
biomédicas, energias renováveis, tecnologia mineral e nuclear,
biodiversidade, bioprospecção, ciências do mar, transição para a
economia verde, nanotecnologia, biotecnologia, fármacos, tecnologia de
prevenção de desastres naturais, tecnologia aeroespacial e produção
agrícola sustentável.
O Ciência sem Fronteiras é desenvolvido em conjunto pelos
ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação, por meio do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnológico (CNPq) e da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes).
O programa prevê o financiamento de um total de
101 mil bolsas para promover intercâmbio, em quatro anos, de alunos de
graduação e pós-graduação. Dessas, 75 mil serão financiadas pelo governo
federal e 26 mil com recursos privados.
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