RIA Novosti
A empresa de biotecnologia sediada em Moscou, e
com unidade produtiva também em São Petesburgo, atualmente apenas
exporta para alguns países do Leste Europeu e da Ásia. A filial
brasileira produzirá os mesmos medicamentos monoclonais, desenvolvidos a
partir de moléculas e com tecnologia de ponta, conforme estará sendo
apresentado ao mercado farmacêutico no 4º Fórum Brasileiro de
Biossimilares, São Paulo, nestes 01 e 02 de agosto. Evento que o Biocad é
um dos patrocinadores.
O Paraná é um forte candidato a
sediar a futura unidade brasileira, embora a empresa esteja analisando
outras opções. A direção do laboratório no Brasil prefere aguardar mais
um pouco para anunciar oficialmente. “Da mesma maneira que estamos
aguardando a análise do BNDES ao nosso projeto para definirmos o início
das obras, também estamos concluindo os estudos sobre o local exato do
investimento, mas sem dúvida o estado do Paraná é o mais cotado”,
informa o CEO da Biocad Brazil, David Zylbergeld Neto.
"A
decisão de entrar no Brasil tem relação com o desejo do Biocad de se
tornar uma empresa global e não poderia ficar de fora do mercado
nacional, importante diante de uma crescente demanda e também por conta
de importantes lacunas na oferta produzida localmente", complementa
Zylbergeld.
Certamente não será nenhum problema o aval
do BNDES, na medida em que o País necessita de novos investimentos e,
mais ainda, em um setor estratégico no qual mais concorrentes significam
custos menores aos consumidores finais. O acordo de cooperação com o
Tecpar para a produção do bevacizumabe, com a chancela do Ministério da Saúde – já anunciado pela Voz da Rússia em Laboratório russo vai produzir anticancerígeno em parceria no Brasil - é outro componente de peso na decisão favorável da instituição.
O
laboratório já prevê que seu braço brasileiro contará, numa primeira
fase, com 200 funcionários, para a produção dos inovadores monoclonais trastuzumabe, rituximabe e interferon peguilado.
Os dois primeiros são princípios ativos anticancerígenos e também
contra artrite reumatóide, enquanto o terceiro combate a hepatite tipo
C, cujos concorrentes atualmente no mercado são sintetizados
quimicamente.
Praticamente o único laboratório da Rússia
com presença no exterior, em um mercado internacional de medicamentos
marcado pelos grandes conglomerados europeus e americanos, o Biocad
Biopharmaceutical domina todo o ciclo produtivo de anticorpos
monoclonais. "Além das pesquisas que resultaram nos produtos, o processo
produtivo da companhia é outro diferencial importante", complementa o
farmacêutico da Biocad Brazil, Igor Linhares de Castro, lembrando que a
tecnologia será aplicada tanto na futura unidade brasileira quanto será
transferida para o Tecpar.
Esse processo é conhecido por
"sistemas de uso único", nos quais nas diversas etapas de produção dos
medicamentos "biológicos originais ou similares" usam-se materiais
descartáveis. Considerado mundialmente inovador, o sistema, além de
customizar os prazos e recursos financeiros produtivos, oferece a
vantagem de praticamente eliminar as possibilidades de contaminação dos
recipientes de uso comuns na fabricação dos vários produtos
medicamentosos.
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