A empresa taiwanesa Foxconn pretende instalar no Brasil duas fábricas para produção de telas sensíveis ao toque, utilizados em tablets, alguns modelos de celulares e televisões, segundo afirmou nesta quinta-feira o ministro Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia).
Ele participou de uma reunião de cerca de três horas, no Palácio do Planalto, entre a presidente Dilma Rousseff e o presidente mundial da empresa, Terry Gou.
"Só quatro países no mundo hoje produzem [o display]. Nós queremos que o Brasil seja o primeiro país do ocidente a entrar nesse segmento. é um investimento muito grande em termos de volume de recursos, não é uma única fábrica", disse o ministro.
A tecnologia para produção das telas existe apenas no Japão, Coreia, China e Taiwan.
O ministro afirmou que ainda não há prazo para a instalação das novas fábricas, mas destacou que a Foxconn tem uma "visão otimista" em relação ao Brasil, terceiro maior mercado de computadores e quinto maior fabricante.
"É um país que vai ter a Copa do Mundo, Olimpíadas. Nós vamos ter também um forte programa de inclusão digital nas escolas públicas, com tablets, laptops, notebooks. É uma demanda do Estado brasileiro de 70 milhões de estudantes. Tudo isso estimula esse investimento", afirmou.
A expectativa do governo é de que junto com as fábricas, empresas de componentes da área de computação também se instalem no país.
EXIGÊNCIAS
O ministro apontou uma série de pré-requisitos necessários para a instalação de uma fábrica desse porte, que exige alto consumo de energia, água, logística e qualificação profissional.
"Precisa de um aeroporto internacional que dê suporte a voos diários para poder suprir os componentes que são necessários nessa indústria. Portanto, a escolha do local tem exigido uma pesquisa bastante complexa", disse Mercadante. Segundo ele, seis estados estão na disputa para sediar o investimento.
Após a reunião, o presidente da Foxconn reafirmou que os investimentos serão da ordem de US$ 12 bilhões, mas ressaltou que o prazo para tal investimento depende da capacidade da engenharia local em receber toda a tecnologia necessária.
Mercadante afirmou que, nesse contexto, o "BNDES é indispensável nessa operação, e tem participado de todas as negociações". O ministro disse ainda que a presidente Dilma Rousseff quer, em contrapartida, uma transferência tecnológica "ampla, geral e irrestrita".
Além da instalação de fábrica no Brasil de telas de LCD-TFT, a Foxconn será responsável pela fabricação, ainda neste ano, dos equipamentos iPhone e iPad, na cidade de Jundiaí (SP).
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