Segundo Dieese, serão beneficiados 47,6 milhões de pessoas que têm seus rendimentos referenciados no salário mínimo
Wladimir D'Andrade, da Agência Estado
SÃO PAULO - O aumento de 14,13% no salário mínimo no ano que vem vai colocar cerca de R$ 47 bilhões em circulação no País, aponta o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em nota divulgada hoje (27). Serão beneficiados 47,6 milhões de pessoas que têm seus rendimentos referenciados no salário mínimo. De acordo com o Dieese, o impacto do aumento será sentido principalmente por servidores públicos municipais das regiões Norte e Nordeste. O aumento de R$ 77 no salário mínimo a partir de 1º de janeiro (de R$ 545 para R$ 622) vai resultar em impactos menos expressivos na folha salarial do serviço público federal e estadual do que nos gastos dos municípios com seus funcionários. Apenas 0,97% dos servidores da União recebem hoje até R$ 545, valor atual do salário mínimo. No caso do quadro estadual, esse montante passa para 4,40%. Na administração municipal, porém, 12,33% dos servidores recebem até esse valor. A fatia de servidores nesta faixa salarial é maior nas regiões Nordeste (22,65%) e Norte (17,90%).
Na distribuição geral dos postos de trabalho do País, 50,6% do total de 87.923.586 brasileiros empregados recebem até um salário mínimo. No Nordeste esse contingente chega a 73,8% dos trabalhadores, no Norte a 63,2%, no Centro-Oeste a 45,5%, no Sudeste a 39,5% e no Sul a 37,8%.
Poder de compra
O novo salário mínimo permitirá comprar o equivalente a 2,25 cestas básicas, o que lhe garante o maior poder de compra desde 1979, segundo o Dieese. A entidade faz esse cálculo desde 1959.
Atualmente, a cesta básica custa R$ 276,31, segundo o Dieese.
O estudo mostra ainda que, em 1983, o valor real do salário mínimo era de R$ 645 (corrigido pelo Índice do Custo de Vida). No intervalo de 1983 até 2012, o salário mínimo atingiu em 1995 o seu o menor valor real, quando chegou a R$ 284,20. No ano passado, estava em R$ 556,68.
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