Dois dias depois do anúncio dos editais para ciência e tecnologia pelo governador Tarso Genro, o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, anunciou o investimento de R$ 13 milhões para a construção de quatro parques tecnológicos, em centros universitários de Novo Hamburgo, Pelotas, Santa Cruz e Lajeado.
Em visita à Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), antes da visita ao governador, Raupp disse que o anúncio confirma apoio total à política estadual. E garantiu que o governo vai promover estudos com o objetivo de dobrar os investimentos federais em Ciência e Tecnologia. “Cooperação e convergência total com a política gaúcha. Vamos apenas fazer ajustes porque existem coincidências de objetivos e de visão sobre o que precisa ser feito”, falou ao deixar o gabinete do governador nesta sexta-feira (14). “Isto (anúncio dos investimentos) foi uma demonstração de que vamos agilizar os projetos de interesse do governo. Existem muitos parados há anos no Ministério”, falou.
A aprovação do projeto, oriundo do Instituto Tecnológico de Semicondutores da Unisinos (IT Chip), ocorreu em março. Nesta sexta-feira o ministro conheceu pessoalmente o sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação da universidade e a sala limpa da empresa HT Micron, onde acontece a produção de semicondutores em escala industrial.
Raupp acompanhou também a assinatura do contrato de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Semicondutores entre a universidade e a HT Micron. O acordo significa que a empresa passa a investir em pesquisa na Unisinos em decorrência do Programa Federal de Apoio à Indústria de Semicondutores (Padis). Isso resulta na formação de recursos humanos especializados, prestação de serviços tecnológicos altamente qualificados e pesquisa aplicada em semicondutores.
“É um projeto que eu já conhecia. É de grande qualidade. Estamos ainda estudando, mas, certamente merecerá todo nosso apoio. Tem o governo gaúcho e parceiros internacionais envolvidos. Vamos participar também”, garantiu.
“Queremos dobrar os investimentos nos estados”
Na visita em Porto Alegre, o ministro Marco Antonio Raupp também teve reuniões na secretaria estadual de Ciência, Inovação e Tecnologia, FAPERGS, TecnoPuc e Museu de Ciências da PUCRS. “Nossa linha é monitorar os projetos em desenvolvimento e ajustar a parceria do governo federal. Estamos fazendo isso em todos os estados. Queremos dobrar as verbas de investimentos que estamos fazendo”, disse.
Há dois meses a frente da pasta, Raupp disse que ainda está se apropriando dos projetos e programas em andamento no país. Sobre a empresa pública de semicondutores criada em 2008 no Rio Grande do Sul e ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), CEITEC S.A, ele disse que está sendo discutida em Brasília formas de incremento para a empresa. “Aprovamos recentemente a liberação de vagas para contratação de 180 profissionais para o CEITEC. Serão selecionados para contratação permanente. Já é um apoio”, falou. “Vamos também ter programas de financiamento via programas da FINEP para aprovação de projetos do CEITEC para atualização de laboratórios e novos projetos que possam inserir o CEITEC no mercado de chips. Não podemos ter pressa. É uma tecnologia complexa e que poucas pessoas dominam no mundo. Na Coreia isso levou 11 anos para ser implantado”, comparou.
“Banda larga será oferecida por satélite”
Perguntado sobre o andamento do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) e a recente medida de desoneração fiscal das operadoras de telecomunicação para ampliar a rede no Brasil, o ministro Marco Antonio Raupp fez uma fala mais conceitual e deixou a responsabilidade apenas com o Ministério das Comunicações. “A comunicação está dentro dos requisitos que uma sociedade moderna tem que ter como direito assegurado para o exercício da cidadania. O PNBL é um programa para oferecer banda larga por preços populares e combaterá as desigualdades territoriais no acesso”, falou. E complementou: “O PNBL é um projeto que está sobre responsabilidade do Minicom e a Telebras será a executora”.
Ele salientou que as dificuldades técnicas de instalação de backbones para disponibilizar banda larga no país levaram o governo a adotar a tecnologia de sinal de satélite. “É mais caro, mas é uma contingência da realidade brasileira. É uma iniciativa que o governo optou para poder implantar a banda larga. Mas toda a articulação industrial estará sob responsabilidade de uma empresa nacional, que é a Embraer”, salientou.
O novo satélite que será construído para levar internet banda larga a regiões remotas exigirá investimentos de R$ 750 milhões. Porém, irá possibilitar a chegada da banda larga a municípios da região amazônica e outras áreas remotas difíceis de cobertura.
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