quarta-feira, 21 de agosto de 2013

O “vale-coxinha” do Senado é farra com o dinheiro do povo 21/08/2013

coxinha


Preocupados com a sua imagem e mais preocupados ainda em permanecer onde estão – ali é o céu, dizia Darcy Ribeiro – os senadores estão patrocinando uma farra com o dinheiro público muito maior do que qualquer conta de passagens para parentes ou os famosos “selos” que compram.
Ontem, aprovaram o abatimento do Imposto de Renda para “dependentes” até 32 anos!
Isso mesmo. Em decisão terminativa, a Comissão de Assuntos Econômicos espichou de 21 para 28 anos a idade de filhos ou enteados que o contribuinte “pode incluir como dependentes do Imposto de Renda (IR). Se eles ainda estiverem cursando faculdade ou escola técnica de segundo grau, esse limite poderá ser ampliado de 24 para até 32 anos”.
Que bacana! Tão bonzinhos, os senadores…
Só que isso aí se chama renúncia fiscal é é dinheiro que deixa de entrar para custear os serviços e investimentos públicos.
Abatem-se despesas médicas e plano de saúde para os  galalaus da classe média e média alta? Tira-se, portanto, do SUS, onde o povão tem de ir.
Sai a mensalidade da PUC que o menino faz há oito anos? Tira-se da educação pública para o aluno da educação de jovens e adultos.
Absolutamente nada contra, quando se trata de uma vocação acadêmica, alguém estudar até os 32 anos ou mais, até.
Minha própria filha está nessa idade e estendendo seu PhD com uma bolsa, conquistada por concurso.
Mas isentar de forma generalizada para quem esteja ou não estudando ou para quem tenha resolvido viver na ociosidade de “filhinho de papai” é o fim da picada.
E olha lá se eles não vão ainda protestar contra a “carga tributária”!
Essa não foi a única das bondades que o Senado fez com o dinheiro do povo não:  além do “vale-coxinha” já tinha aumentado a “bolsa-freeshop” de 500 para 1.200 dólares, ajudando a classe média deslumbrada a trazer uísque e perfume com mais facilidade de Miami.
É… O Senado ouviu mesmo a voz das ruas.
Das ruas do Leblon e dos Jardins…
PS. A foto aí de cima não é uma montagem do Tijolaço. É mesmo de uma fábrica de formas para fazer coxinhas – o salgadinho – que muita gente simples  faz em sua casa para vender e poder dar o melhor aos filhos. E pagando impostos nos ingredientes.
Por: Fernando Brito

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