Revelações de um ex-funcionário do Pentágono e provas proporcionadas pelo governo sírio a funcionários russos contribuem novas evidências de que os grupos armados usaram armas químicas contra a população.
Em declarações a meios de comunicação, Michael Maloof, ex-analista em política de segurança na pasta de Defesa, afirmou que seu país sabia que os extremistas islâmicos que tentam derrubar o governo sírio possuíam gases tóxicos.
Maloof, ao citar relatórios secretos estadunidenses, declarou que a Al-Qaida e a Frente Al-Nusra, seu braço armado na Síria, têm grandes quantidades de gás sarin, produto que entrou pelas fronteiras da Turquia e do Iraque para chegar aos grupos amardos sírios.
Agora a Al-Qaida produz bem mais gás sarin do que quando foi revelada essa informação em agosto com a publicação de um documento do The Nacional Ground Intelligence Center, parte da comunidade de inteligência.
Na sua opinião, disse, as autoridades estadunidenses não divulgam esta informação para não afetar seus esforços de derrotar o governo da Síria apesar de saber que seu "inimigo jurado", a Al-Qaida, as utiliza na guerra nesse país.
Além disso, o vice-ministro russo de Relações Exteriores, Serguei Ryabkov, que estava nesta quarta-feira (18) em Damasco, anunciou que especialistas russos iniciaram a análise das informações entregues pela parte síria.
Elas corroboram a autoria dos mercenários no caso do ataqueno dia 21 de agosto, quando foi usado gás sarin, assim como no ato de 19 de março, nas proximidades de Alepo, ambos denunciados então pelo governo.
Sobre este particular, o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, sublinhou esta semana que Moscou ainda tem sérias razões para acreditar que o uso de gases tóxicos perto de Damasco é um ato provocativo.
Por sua vez, o chefe de inspetores de armas químicas para a Síria, o sueco Ake Sellstrom, citado pela rede BBC, anunciou que o grupo de inspetores regressará logo para continuar seu trabalho nessa nação árabe.
Na Síria, o presidente Bashar Al-Assad elogiou a postura da Rússia para com seu país porque, segundo assinalou, gera esperanças de um novo caminho que conduza ao equilíbrio mundial.
Em um encontro realizado nesta quarta com uma delegação estadunidense, integrada por ex-congressistas, ativistas e jornalistas, o presidente sírio criticou as políticas da Casa Branca na região destinadas a desencadear guerras e intervir nos assuntos domésticos de outros países.
Em Paris, o chanceler francês, Laurent Fabius, defendeu o relatório dos inspetores da ONU e assegurou que ninguém pode pôr em discussão a objetividade dos membros da equipe internacional, depois de críticas russas de que realizaram acusações politizadas e unilaterais.
Enquanto isso, o secretário geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, declarou que a opção de uma intervenção militar contra a Síria se mantém para o caso do governo não cumprir o compromisso de entregar suas armas químicas.
Fonte: Prensa Latina
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