Prefeito aplica R$ 1,7 bilhão de verbas federais na abertura de nove corredores de ônibus de São Paulo; investimento visa reduzir congestionamentos, tempos de deslocamentos e, de quebra, diminuir os níveis de poluição atmosférica; pesquisa mostra que 61% dos paulistanos gostariam de deixar seus carros em caso para usar meios públicos de transporte; basta que sejam bons e eficientes; discreto, Fernando Haddad ataca problema sem fazer jogo de cena
16 DE SETEMBRO DE 2013 ÀS 13:04
247 – Sem fazer concessões à criação da factóides, o prefeito Fernando Haddad está enfrentando com uma verba bilionária e uma ideia fixa – os corredores de ônibus – um problema central da maior cidade do País: o transporte. Ele cancelou uma licitação para a renovação da frota de coletivos da capital, marcada para o final do primeiros semestre, mas, ainda em julho, abriu uma consulta pública para a construção de nove corredores de ônibus. A Prefeitura contará com uma ajuda federal de, aproximadamente, R$ 1,7 bilhão, dentro do PAC – Plano de Aceleração do Crescimento.
O prefeito age na direção correta. Pesquisa divulgada hoje mostra que 61% dos paulistanos prefeririam usar o sistema de transporte coletivo em lugar do próprio autóvel. A troca de meio de lococação ajudaria, de quebra, a resolver outro problema histórico da cidade: a poluição atmosférica. Os corredores de ônibus, por seu lado, representam ganho de tempo nos deslocamentos.
A maioria das obras já estava prevista no Plano de Metas da atual gestão, mas foi adiantada como resposta à exigência por melhoria da mobilidade urbana da cidade. Entre as obras contempladas, estão os corredores nas Avenidas Celso Garcia, na zona leste, e 23 de Maio, na zona sul. Áreas periféricas com pouca oferta de transporte público estão entre as contempladas. Na região do Grajaú, na zona sul, será feito o Corredor Cocaia, que passará pela Avenida Belmira Marin, uma das mais congestionadas do município, entre outras vias que cortam bairros populosos da zona sul. No extremo-leste, o Corredor São Miguel passará pela Avenida Águia de Haia.
Antes, no fim de abril, o prefeito de São Paulo havia assinado R$ 1,43 bilhão em contratos para a construção de corredores de ônibus na periferia paulistana. Os contratos contemplaram algumas das maiores empreiteiras do País, como a OAS, a Andrade Gutierrez e a Construtora Gomes Lourenço.
Na zona leste, para a construção de 17 quilômetros de faixas exclusivas na Radial Leste, a administração municipal terá de desapropriar quadras inteiras em algumas regiões, além de alargar vias e calçadas. Ao todo, o plano do Poder Executivo municipal é entregar 147 km de corredores e 12 terminais de ônibus até junho de 2016.
Nessa primeira etapa do projeto, também são feitos 12,1 km de corredores entre a região da Vila Sônia e o Campo Limpo e a reforma dos 14 km do corredor da Inajar de Souza. Também estão no pacote a construção de um complexo viário de acesso ao futuro terminal do Jardim Ângela, por R$ 154 milhões, e a construção do próprio terminal, em área de 74 mil metros quadrados, por R$ 307,6 milhões.
Nessa primeira etapa do projeto, também são feitos 12,1 km de corredores entre a região da Vila Sônia e o Campo Limpo e a reforma dos 14 km do corredor da Inajar de Souza. Também estão no pacote a construção de um complexo viário de acesso ao futuro terminal do Jardim Ângela, por R$ 154 milhões, e a construção do próprio terminal, em área de 74 mil metros quadrados, por R$ 307,6 milhões.
Trânsito: 61% dos paulistanos estão dispostos a deixar carro em casa
Nacional
Agência Brasil
São Paulo - O número de paulistanos dispostos a não usar o carro, caso haja uma boa alternativa de transporte público, aumentou de 44%, em 2012, para 61% este ano, de acordo com a sétima pesquisa sobre Mobilidade Urbana Rede Nossa São Paulo e Ibope divulgada hoje (16).
Segundo o levantamento, 27% dos entrevistados usam carro todos os dias (em 2012, eram 23%). Além disso, o paulistano gasta, em média, diariamente duas horas e quinze minutos no trânsito e 69% avaliam o trânsito da cidade ruim ou péssimo.
A pesquisa mostra ainda que o interesse pelas ciclofaixas de lazer diminuiu. Em 2012, 67% disseram que usariam as faixas exclusivas para bicicletas aos domingos e feriados. Este ano, o percentual caiu para 60%.
Já as recentes faixas exclusivas para ônibus foram aprovadas pelos entrevistados: 93% disseram ser a favor da medida. Aumentou também a aprovação dos paulistanos às medidas polêmicas para melhorar o trânsito na cidade, como pedágio urbano (de 17% em 2012 para 27% em 2013); rodízio de dois dias (de 37% em 2012 para 49% em 2013) e até multa para pedestres (de 34% em 2012 para 54% em 2013).
Sobre as recentes manifestações em todo o país, 58% disseram ser favoráveis, desde que não haja prejuízo ao trânsito e 34% são a favor mesmo que provoquem interrupções e congestionamentos na cidade.
Em relação ao custo do transporte público, 56% defenderam tarifa intermediária (meia tarifa paga pelo usuário e o restante, pelo governo), 34% são a favor da tarifa zero (totalmente custeada pelo governo) e 7% optaram pela tarifa cheia (totalmente paga pelo usuário). Sobre a tarifa zero, 46% disseram ser uma medida possível e viável para todos. Para 29%, o benefício deve valer somente para estudantes e desempregados e 21% acham a medida inviável.
Do total de entrevistados, 53% se manifestaram contra o aumento do preço da gasolina para subsidiar a redução da tarifa e 45% são a favor. Entre os que não usam carro, o resultado é o inverso: 53% a favor e 41% contra.
A pesquisa também apurou quais são as áreas mais problemáticas da cidade: Saúde mantém o primeiro lugar desde 2008, seguida de educação e segurança pública. Trânsito e transporte coletivo ficaram, respectivamente, em quarto e em quinto lugares.
Edição: Talita Cavalcante
Nenhum comentário:
Postar um comentário