domingo, 1 de setembro de 2013

Não há trabalho escravo no Mais Médico, mas há um povo escravo no Menos Médico 01/09/2013

247 - O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, explicou, mais uma vez, o modelo de contratação de médicos estrangeiro no âmbito do programa Mais Médicas e rebateu a crítica de que se trata de um modelo análogo à escravidão, como apontam críticos que se situam à direita no campo político. Padilha falou às jornalistas Flávia Foreque e Johanna Nublat, da Folha. Confira os principais pontos:
A chegada dos médicos e a contestação feita pelo Ministério Público do Trabalho
Todas as ações contrárias foram derrotadas. É importante e positiva a entrada do Ministério Público do Trabalho para não permitir a banalização do termo "trabalho escravo". Não existe qualquer tipo de paralelo com trabalho escravo.
Falta de médicos
Nos 25 anos do SUS, nunca o Brasil planejou quantos médicos queria ter, como distribuir os profissionais. O SUS tem quatro grandes desafios hoje: financiamento; gestão; ter uma base produtiva de insumos, vacinas e equipamentos e oferta de profissionais com qualidade. O médico é o principal nó hoje, por ser o mais valorizado, que demora mais para se formar, mais especializado e decisivo. Não se faz saúde sem médico.
Curto e médio prazo
O Mais Médicos tem medidas de curto prazo, porque tem 701 municípios brasileiros para onde nenhum médico quis ir, e tem medidas de médio prazo, para ampliação das faculdades de medicina, residências e mudanças na formação do profissional.
Reações da classe médica
Há manifestações legítimas e temos buscado dialogar. Algumas reações são mais que corporativismo, são incitação à xenofobia, ao preconceito, colocam em ameaça a saúde da população. Há outras manifestações que trazem um conteúdo partidário-ideológico que não tem que ser trazido para o tema da saúde. Estou tranquilo quanto a isso, porque foi num governo federal do PSDB que se fizeram vários convênios para trazer médicos cubanos.
Diferenças salariais
O médico estrangeiro que se inscreveu individualmente não tem emprego garantido depois que sair daqui. O médico cubano tem um emprego estável, um vínculo permanente com o ministério da Saúde de Cuba. Participar de missões externas humanitárias como essa significa um bônus salarial para ele.
Exportação cubana de profissionais
Vários países fazem convênios para sustentar suas políticas. No caso de Cuba, isso ajuda a manter suas políticas de saúde, a formar médicos que já serviram a mais de 70 países. Se esse recurso, além de garantir o atendimento da população brasileira, vai ajudar a manter a formação de médicos com a qualidade para atender vários países, isso é uma parceria mais valorosa que outras que servem para vender armas, minérios.
Impacto eleitoral do programa
Esse programa surgiu de uma demanda de prefeitos de todos os partidos. Recebeu apoio de governadores de todos os partidos. Só esse fato desmonta qualquer tese de que é um programa eleitoreiro.

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