domingo, 1 de setembro de 2013

Os povos do mundo resistem 01/09/2013


A Síria é o coração da resistência

31/8/2013, [*] Finian Cunningham, Information Clearing House
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

O terrorista Barack Obama no salão oval da Casa Branca
Os EUA estão expostos aos olhos do mundo inteiro como a ameaça terrorista número 1 que pesa sobre o futuro da humanidade. Muitos sabem disso há muito tempo, mas agora já está universalmente claro.

Com os EUA preparando-se para lançar guerra aberta contra a Síria (a guerra clandestina já varre o país há 30 meses), a vasta maioria da humanidade pode afinal ver por através das décadas de falsidade e autopromoção como modelo mundial de democracia e da lei internacional. O que o mundo vê é o feio oposto disso tudo.

Os EUA são estado terrorista que tem o mais profundo desprezo pela lei internacional, a democracia e os direitos humanos. Está outra vez pronto a matar incontáveis civis em nome de suas ambições políticas egoístas e autocentradas. Essa é a definição convencionada de “terrorismo”.

Bashar al-Assad
O presidente Bashar al-Assad da Síria disse verdade profunda recentemente, quando disse que seu país enfrenta agressão por mais de dois anos, mas só agora o real inimigo mostrou a própria cara – os EUA e seus seguidores servis. Mas o estado terrorista dos EUA não se deixa ver afinal só contra a Síria. Está-se revelando como inimigo do mundo todo.

Desde as guerras passadas no Caribe, América Central, Filipinas, Vietnã e Indochina, mediante golpes e operações clandestinas no Irã, Iraque, África, aos recentes campos de matança no Afeganistão, Iêmen, Paquistão e Somália, o quadro histórico agora está completo. Todos esses conflitos e muitos outros – numerosos demais para listar aqui – integram-se numa só verdade indiscutível. Os EUA são o maior estado terrorista do mundo. Se não for contestado definitivamente, então o futuro do mundo está hoje em perigo, mais do que nunca.

Em crimes de agressão anteriores, a elite governante dos EUA podia invocar a cobertura espúria de uma “coalizão de vontades”, ou violentava a autoridade da ONU ou da OTAN. Conseguia seus objetivos mediante uso abundante de mentiras, invencionices e de uma gigantesca máquina de imprensa-empresa para dar credibilidade à mendacidade.

John Kerry
Dessa vez, graças a uma imprensa alternativa e crítica e às comunicações globais instantâneas, as mentiras norte-americanas já não funcionaram. Foram expostos em apenas alguns dias, como foi exposta também, nas últimas poucas horas a tentativa do secretário de Estado Kerry de envolver a Síria no crime das armas químicas.

New York Times, a BBC e os falastrões de sempre na imprensa-empresa ocidental a serviço da propaganda imperialista cuidaram de facilitar o golpe de Kerry e o terrorismo de estado dos EUA com manchetes bombásticas: “Kerry apresenta provas contra a Síria”. Nenhuma crítica, nenhuma pergunta, por mais que tantos tivessem tantas críticas e tantas perguntas, com muita substância.

Há alguns anos, esse tipo de pensamento de manada teria bastado para dar aos cães de guerra norte-americanos tempo suficiente para iniciar uma guerra. Hoje, não mais. Em apenas alguns minutos depois da suposta condenação definitiva inventada por Kerry, declarações, artigos, tweets e blogs já haviam desmascarado a encenação e mostravam que, exceto pela repercussão na mídia ocidental, Kerry nada tinha a dizer e nada dizia, que se aproveitasse. Mais uma risível repetição das hipérboles de antes e retórica oca. Ou, pelo nome que merece: só mais mentiras.

O povo do mundo já alcançou nível de massa crítica de rejeição contra os estados bandidos de EUA, Grã-Bretanha, França, Israel e mais alguns cúmplices.


Vimos seus intermináveis assassinatos em massa e exploração de homens e mulheres na Ásia, África e nas Américas. Somos testemunhas de como esse mínimo grupo de estados terroristas impõem à vasta maioria da humanidade sua criminalidade vil e no processo nos insultam com mentiras e justificativas grotescas. 

Vimos como esses estados bandidos roubaram terras, envenenaram águas, queimaram colheitas, destruíram moradias, assassinaram famílias inteiras com drones aéreos e drones em terra, na forma de esquadrões da morte. Cometeram todos esses crimes horríveis com mentiras e impunidade, a ponto de esses estados terroristas já operarem agora simultaneamente em mais de um país, em estado de guerra permanente e ininterrupta, levando o próprio futuro da humanidade à beira do abismo.

David Cameron
Domkey Hotey
Pois ainda assim, apesar do gangsterismo e de não haver lei que os proteja, os povos do mundo levantam-se e resistem.

Essa semana, o Parlamento britânico votou contra a arrogância do governo de Londres e não lhe permitiu continuar na relação criminosa de sempre com os norte-americanos. Na execução de crimes de guerra passados, no Afeganistão, Iraque e Líbia – para citar só esses – Washington sempre contou com os imperialistas britânicos para dar aos seus crimes um verniz de “coalizão de vontades”. Os planos do premiê britânico David Cameron de repetir o crime e apoiar Washington no bombardeio à Síria sofreram duro revés do Parlamento britânico, que não o autorizou a fazer o que tantas vezes antes os britânicos fizeram. Cameron foi forçado a recuar.

A votação no Parlamento britânico não é sinal de ética dos políticos britânicos. É, muito mais, reflexo do despertar global dos cidadãos do mundo, que afinal decidem que esse terrorismo de estado insano tem de acabar.

François Hollande
Domkey Hotey
O governo francês também recuou das bravatas belicistas de antes, e o presidente François Hollande já fala também de “solução pacífica, política, para a crise síria”. Até o primeiro-ministro fantoche, Stephen Harper, do Canadá, aliado sempre confiável de Washington, já disse que seu país não se envolverá militarmente na Síria. E há notícias de que 10 membros da aliança da OTAN – um terço do total – não apoiarão os ataques dos norte-americanos. Vários desses sempre foram tradicionais serviçais dos EUA. E, isso, sem falar dos opositores mais estridentes, como Rússia, China, Irã e a maioria das nações de Ásia, África e das Américas.

Os povos do mundo fartaram-se de assistir à elite ocidental reinante que age como terroristas que capturaram toda a humanidade como seus reféns. Essa elite não governa só o terrorismo militarista. Eles praticam terrorismo econômico, social, ecológico, com seu sistema capitalista arruinado de roubar e correr. Esse sistema alcançou seu ponto de colapso e por isso nós estamos sendo empurrados para tantas guerras – para que aquelas elites e seus fantoches políticos possam se apropriar dos últimos recursos. A solução que resta para pôr fim às guerras, é o povo derrubar o sistema econômico que os EUA e a elite ocidental ainda comandam.

Chuck Hagel
A criminalidade insana dos governantes dos EUA contra a Síria está deixando aí, à vista de todos, esse desafio histórico que toda a humanidade terá de enfrentar.
Depois da derrota parlamentar do governo Cameron na Grã-Bretanha, o secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, disse que

Nossa abordagem é continuar a buscar uma coalizão internacional que agirá em conjunto. É o objetivo do presidente Obama e de nosso governo... Seja qual for a decisão, que seja colaboração e esforço internacional.

Quase nem se acredita que esses fantoches norte-americanos possam soar tão ridículos! Esses norte-americanos iludidos parecem não estar vendo que estão sós.

As únicas “vontades” interessadas em apoiar a agressão dos EUA à Síria são Arábia Saudita e Israel. Só isso. Washington só conta hoje com as “vontades” de um regime feudal, de degoladores, e de um regime criminoso genocida pária.

Coalizão de vontades? Parece mais coalizão de assassinos.
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[*] Finian Cunningham nasceu Belfast, Irlanda do Norte, em 1963. Especialista em política internacional. Autor de artigos para várias publicações e comentarista de mídia. Recentemente foi expulso do Bahrain (em 6/2011) por seu jornalismo crítico no qual destacou as violações dos direitos humanos por parte do regime barahini apoiado pelo Ocidente. É pós-graduado com mestrado em Química Agrícola e trabalhou como editor científico da Royal Society of Chemistry, Cambridge, Inglaterra, antes de seguir carreira no jornalismo. Também é músico e compositor. Por muitos anos, trabalhou como editor e articulista nos meios de comunicação tradicionais, incluindo os jornais Irish Times e The Independent. Atualmente está baseado na África Oriental, onde escreve um livro sobre o Bahrain e a Primavera Árabe. Anima um programa semanal de variedades aos domingos, às 03:00 GMT na Rádio Bandung.

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