domingo, 15 de dezembro de 2013

A reação voltou a perder na Venezuela 15/12/2013


por Daniel Vaz de Carvalho

Durante algumas semanas a comunicação social esmerou-se a dar um ar de caos ao que se passava na Venezuela. O "regime" chavista de Maduro estaria perante o descalabro económico, social e político aproximando-se as eleições de 8 de dezembro. De repente os papagaios perderam o pio, uma notícia lacónica e falsa, falava da maioria do PSUV, mas com crescimento da oposição.

Nunca um governo anti-imperialista e popular é tratado como tal: é um "regime". Como fariseus esmeram-se à procura do que pode ser apresentado como negativo, sempre imputado ao "regime". Nos países submetidos ao imperialismo tal é sempre devido à contestação radical de "extremistas" que "provocam a violência", ou "impedem que as reformas estruturai sejam realizadas".

Adiante. Na Venezuela, a operação de desestabilização, uma cópia do que antecedeu o golpe criminoso de Pinochet, que estes "democratas-cristãos" e social-democratas aliados aos fascistas desejam repetir, fracassou. Neste processo criminoso dos "democratas" do capital, para criar um clima de medo foram assassinados 21 jovens militantes bolivarianos entre abril e outubro.

O PSUV e aliados (Gran Polo Patriótico) reforçaram a diferença para a oposição coligada com mais um milhão de votos (contra 300 000 na eleição de Maduro) e uma diferença de 10 pontos percentuais: 55% contra 45% da oposição chefiada por Capriles Radonski, o fascista mascarado de social-democrata ao serviço dos EUA.

O PPSUV de Maduro obteve cerca de 76% dos municípios em disputa, 255 em 335.

Neste país que a UE não aceita como uma democracia – ao contrário da Colômbia dos criminosos paramilitares – em 14 anos de Revolução realizaram-se 19 atos eleitorais, sempre ganhos pelo movimento bolivariano.

Note-se que em 40 anos de alternância entre social-democratas e democratas cristãos (a democracia que os oligarcas gostam) houve apenas 15 processos eleitorais, com a exclusão de uma massa enorme de cidadãos impedidos de votar por serem analfabetos. Este "regime", para o "mundo livre" uma democracia, procedia à tortura, assassínio, desaparecimento de oposicionistas incluindo jovens estudantes. Não consta que cá ou em qualquer país da UE os "bons espíritos" da Internacional Socialista e dos direitos humanos se preocupassem com o que se passava.

Jimmy Carter classificou o sistema eleitoral venezuelano como o melhor dos 98 que tinha observado por todo o mundo. Para a comunicação social controlada porém, continua a ser o "regime" de Chavez ou Maduro que se esforçam por apresentar como tresloucados.

Apenas um senão: a taxa de abstenção foi de cerca de 40%, o que para um governo popular é demasiado. Talvez se entenda sabendo que os chamados media estão 80% nas mãos da oposição.

Note-se ainda que segundo inquérito da ONG "Latino barómetro", a Venezuela tem o sistema democrático que bate todos os records de confiança dos cidadãos na América Latina : 87%. Por exemplo, no México é de 21%.




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