Sem o DEM, que já declinou do convite, PSDB e PPS, com os representativos deputados Duarte Nogueira e Roberto Freire à frente, prometem entregar na terça-feira 6 uma representação ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Sob o argumento do "domínio do fato", que serviu para condenar o ex-ministro José Dirceu na Ação Penal 470, no STF, querem que Gurgel abra formalmente uma investigação contra Lula.
A base factual da representação são supostas declarações do publicitário Marcos Valério à revista Veja, não confirmadas por ele. Há suspeitas de que a publicação da Editora Abril tenha recebido as frases de Valério após vazamento de conversa que teria ocorrido entre ele mesmo e o próprio Gurgel (leia aqui notícia de 247 a respeieto).
Nos países saxões, como a Inglaterra, onde é cultuada, a caça à raposa termina, invariavelmente, com a morte a tiros da própria raposa, seguido de um banquete para a elite. Os protestos contra a permanência do que alguns consideram ser esporte aumentam em todo o mundo. Mas a verdadeira covardia de se perseguir com cães, cavalos, espingardas, batedores e lacaios um único bicho resiste. Prestígio popular, vitórias políticas, serviços prestados ao país, nada disso, ao longo dos séculos, tem ajuda as raposas diante da turba ruidosa.
"Lula foi o principal beneficiário do esquema do mensalão; teria sido seu mandante também? Esta é uma pergunta que todos os brasileiros se fazem e que precisa de resposta", disse em nota o presidente do PPS, Roberto Freire, ao explicar por que propõe a representação.
Os representantes dos partidos afirmam que o Supremo Tribunal Federal descartou a participação de Lula no esquema, mas, frisam, apareceram fatos novos no curso do julgamento. Freire cita as revelações do publicitário Marcos Valério à revista "Veja" e o novo depoimento do publicitário à PGR revelado pelo jornal "O Estado de S. Paulo" hoje.
A assessoria do PPS informou inicialmente que o DEM também assinaria a representação, mas o presidente do partido, Agripino Maia (RN), negou. Ele diz que vai aguardar primeiro uma manifestação da PGR antes de decidir pelo pedido de investigação. O senador entende que um eventual precipitação da oposição agora poderia ser usado em defesa do ex-presidente.
- Não vamos dar um atestado de bom-moço a ele (Lula) - disse Agripino.
A representação colocará a possibilidade de o próprio empresário mineiro ser testemunha da participação de Lula no mensalão. "Se a reportagem estiver retratando a realidade, é bem possível que Marcos Valério esteja disposto a contar tudo o que sabe, "inclusive indicando os caminhos para a obtenção de provas que sejam suficientes para a propositura de uma ação penal contra o representado."
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