A  crise na Grécia afeta os negócios brasileiros e fez as exportações  brasileiras para o país europeu serem reduzidas em 50%. A recessão -  recuo do PIB em mais de 10% desde o início da crise -, a queda no  consumo e os cortes de gastos públicos fizeram o país sofrer uma queda  drástica na entrada de produtos estrangeiros nos últimos meses.No caso  do Brasil, a pauta de exportações é dominada por produtos agrícolas e  matérias-primas. Em 2007, o Brasil exportou mais de US$ 370 milhões ao  mercado grego. Soja, açúcar, tabaco, alimentos e calçados foram os  principais itens na pauta.Mas a queda brusca no consumo doméstico grego  fez esses números desabarem. Em 2010, o Brasil exportou apenas US$ 175  milhões para o mercado grego, enquanto as vendas brasileiras para o  resto do mundo aumentaram em cerca de 20%.A reportagem obteve  confirmação de operadores que lidam com o comércio entre os dois países  que uma parcela da queda brusca nas vendas ocorreu por causa de atrasos  em pagamentos por parte dos gregos. "Já houve uma espécie de calote em  alguns carregamentos", declarou um empresário brasileiro envolvido no  comércio bilateral e que pediu para manter anonimato.Em tais casos,  seguros são acionados e o exportador acaba compensado. Mas a relação  comercial praticamente acaba. Na embaixada brasileira em Atenas, a  diplomacia diz desconhecer casos de problemas enfrentados por  exportadores brasileiros.Mas a constatação de especialistas é de que o  Brasil acabou sendo uma das vítimas da mudança no padrão de consumo dos  gregos. Segundo o Instituto para Estudos Econômicos e Industriais de  Atenas, a queda no consumo de alguns alimentos na Grécia foi de até 25%  em um ano.Segundo uma sondagem realizada pelo grupo, 94% dos gregos  afirmam ter mudado o padrão de consumo desde que a crise foi traduzida  em cortes de salários e maiores impostos. Setenta por cento dos  entrevistados confirmaram que estão reservando quase toda a renda para  manter as necessidades básicas; 60% deles ainda indicam que estão  pesquisando preços antes de comprar.As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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