sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Reunião do Conselho de Segurança sobre adesão palestina será na 2ª dia 26/09 23/09/2011

DA FRANCE PRESSE
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O Conselho de Segurança se reunirá na segunda-feira à tarde para uma primeira sessão de consultas sobre o pedido de adesão de um Estado da Palestina à ONU, anunciou nesta sexta-feira à imprensa o embaixador do Líbano, Nawaf Salam, que preside o órgão em setembro.
Salam indicou que havia apresentado o pedido palestino aos outros 14 Estados membros do Conselho, depois de tê-lo recebido do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
O presidente palestino, Mahmud Abbas, apresentou nesta sexta-feira o pedido de adesão à ONU de um Estado da Palestina, uma decisão histórica justificada com um discurso perante uma Assembleia Geral, que o ovacionou.
"Submeti ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, o pedido de admissão da Palestina com base nas fronteiras de 4 de junho de 1967, tendo Jerusalém como capital, como membro pleno das Nações Unidas", disse Abbas durante seu discurso.
Uma cadeira gigante foi montada, para simbolizar assento pedido na ONU, para que o Estado Palestino se torne o membro número 194 da organização internacional.
Já na faixa de Gaza, controlada pelo movimento islâmico Hamas desde 2007, estão proibidas manifestações de apoio ao plano. O grupo, rival de Abbas, fará um ato público contra a iniciativa na ONU e declarou ser contra o pedido de reconhecimento.
Em Israel, 22 mil soldados e policiais foram colocados nas regiões mais propícias a iniciar conflitos, principalmente nas proximidades com palestinos e colonos, mas ainda assim foram registrados confrontos.
CONFRONTOS
Manifestantes palestinos enfrentaram soldados israelenses nesta sexta-feira em diferentes pontos da Cisjordânia. Cerca de 120 manifestantes, segundo a edição eletrônica do jornal "Yedioth Ahronoth", se concentraram próximo em uma área a oeste de Ramallah e atiraram pedras contra as forças militares israelenses.
Ronen Zvulun/Reuters
Polícia israelense detêm jovem palestino suspeito de atirar pedras
Polícia israelense detêm jovem palestino suspeito de atirar pedras
Os soldados reprimiram os manifestantes com gás lacrimogêneo e outros equipamentos adquiridos recentemente por Israel para conter uma possível onda de protestos pela apresentação da candidatura da Palestina à ONU. Três pessoas, entre elas um jornalista francês, sofreram ferimentos pela inalação do gás.
Em Bilin, onde durante anos os palestinos se manifestaram para protestar contra a construção da barreira de separação da Cisjordânia, também foi registrada uma pequena concentração. E em Qalandia, um dos focos de maior tensão entre Jerusalém e Ramallah, testemunhas informaram que homens encapuzados arremessavam pedras contra as forças israelenses.
Pouco antes, a polícia de fronteiras israelense deteve três palestinos em uma estrada de Jerusalém Oriental por atirarem pedras contra veículos israelenses, e outros dois na Cidade Antiga por desordens na entrada da Esplanada das Mesquitas.
LÍDERES INTERNACIONAIS
O governo francês advertiu que a iniciativa palestina poderia levar a situação de impasse no Oriente Médio a um "beco sem saída" dentro do Conselho de Segurança da ONU, que, segundo o ministro de Relações Exteriores francês, Alain Juppé, não aceitará reconhecer a Palestina como Estado pleno.
Nicolas Sarkozy, presidente francês, havia proposto dar à Palestina o status de "Estado não membro" da ONU em troca do atraso em um ano da votação de admissão no organismo internacional, mas Israel já rejeitou a ideia. Segundo ele, o reconhecimento implicaria a existência de um Estado à margem das negociações de paz.

Mandel Ngan/France Presse
Obama reiterou em reunião com Abbas que os EUA vetarão os planos palestinos de adesão às Nações Unidas
Obama reiterou em reunião com Abbas que os EUA vetarão os planos palestinos de adesão às Nações Unidas
Após o presidente americano, Barack Obama, indicar que os EUA não apoiarão o pedido de Abbas, seu antecessor Bill Clinton afirmou que o premiê israelense Benjamin Netanyahu é o grande responsável por não se ter chegado a um acordo pacífico que acabe com o conflito na região. Os EUA devem vetar a prosposta de reconhecimento da Palestina no Conselho de Segurança.
De acordo com o jornal israelense "Ha'aretz", Clinton deu a declaração durante conferência em Nova York, onde disse ainda que Netanyahu perdera o interesse nas negociações assim que duas demandas suas foram aceitas: a existência de uma liderança palestina viável e a possibilidade de normalizar seus laços com o mundo árabe.
A presidente brasileira, Dilma Rousseff, por sua vez, ao abrir o ciclo de debates da 66ª Assembleia Geral da ONU, defendeu a existência de um Estado palestino pleno. Após dar as boas-vindas ao Sudão do Sul, ela disse lamentar "não poder saudar, desta tribuna, o ingresso pleno da Palestina na Organização das Nações Unidas".
"Assim como a maioria dos países nesta Assembléia, acreditamos que é chegado o momento de termos a Palestina aqui representada a pleno título", afirmou. "Apenas uma Palestina livre e soberana poderá atender aos legítimos anseios de Israel por paz com seus vizinhos, segurança em suas fronteiras e estabilidade política em seu entorno regional."

editoria de arte/folhapress
onu palestina
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