quarta-feira, 13 de junho de 2012

Argentina suspende instalação de base militar dos EUA 13/06/2012

De Direto da Redação
Mário Augusto Jakobskind
Argentinos dizem não aos EUA

Na Argentina, após intensa mobilização popular contra decisão do governador da região do Chaco, Jorge Capitanich, foi suspensa a instalação de uma base militar do Comando Sul dos Estados Unidos.
Um fato chama a atenção, o total silêncio da mídia de mercado sobre o tema. Ou seja, se não fossem os movimentos sociais, a base militar seria instalada sem que a maioria do povo soubesse o que estava acontecendo em matéria de envolvimento da Argentina com a nação do Norte que ainda acredita que o continente latinoamericano não passa de um quintal ou pátio traseiro.
A história começou em setembro de 2010 quando o governador de Chaco autorizou a instalação da base e em pronunciamento para uma delegação de parlamentares estadunidenses disse em alto e bom som: “Defendo uma aliança estratégica com os Estados Unidos e estou disposto a lutar por essa ideia".
Na verdade, políticos do gênero Capitanich existem aos borbotões por esta América Latina e o melhor antítodo para evitar que prosperem é a mobiização, como fizeram os argentinos no Chaco. O silêncio quase total da mídia de mercado sobre o tema é sintomático.
Mas todo cuidado é pouco, porque tanto o governo dos EUA como seus aliados na América Latina não descansam e se utilizam de métodos sofisticados para conseguir os objetivos. Ou seja, tentam enganar meio mundo com linguagem do gênero altruista.
No caso do Chaco, a base militar foi apresentada inicialmente como "centro de ajuda humanitária, de atenção a emergências ou de treinamento". Como essa linguagem dissimulada, os "altruistas" do Pentágono vão tentando conseguir os objetivos.
Mas a tentativa de enganar os argentinos foi abortada e se não fosse prejudicaria não apenas o país anfitrião, como os vizinhos, inclusive os brasileiros.
Enquanto isso, no Chile, saudosistas dos tempos de torturas e assassinatos praticados por um Estado terrorista decidiram fechar um teatro para homenagear nada mais nada menos do que Augusto Pinbochet, uma figura sanguinária que se equipara a Calígula, Hitler, Mussolini e tantos outros criminosos do gênero.
A homenagem foi coordenada por militares da reserva que tinham comando durante aqueles trágicos anos e cuja figura principal reverenciam onde for possível.
A Justiça chilena permitiu a realização da homenagem em nome do direito e da democracia. Algo do gênero como se na Alemanha a justiça autorizasse neonazistas a reverenciarem o patono Adolfo Hitler. Qual a diferença entre um e outro?
Os chilenos saudosistas de um tempo de trevas se equiparam a alguns brasileiros do gênero do capitão da reserva José Geraldo Pimentel, um dos organizadores de um manifesto indecoroso exortando militares da ativa a ocultar documentos que possam vir a ser requisitados pela Comissão da Verdade.
Nesse sentido, o Ministério Público Militar (MPM) pediu que o Exército instale Inquérito Policial Militar (IPM) para investigar a criação de uma cartilha de uma autodenominada Frente Nacional contra a Comissão da Verdade.
Pimentel comporta-se como um marginal e ainda por cima conclama os militares da ativa a não informarem os locais em que foram enterrados os corpos de vítimas da repressão política.
Além das providências legais a serem adotadas pelas autoridades, outro antídoto contra esta gente é a mobilização popular, do tipo como tem feito o Levante Popular da Juventude esculachando torturadores e assassinos na porta de suas residências.
Nesse sentido, os ainda adeptos de Pinochet e os saudositas da ditadura brasileira se encontram ao longo da vida. Até porque, os militares que tinham comando naquela época no Chile não esquecem do pleito de gratidão que nutrem aos companheiros de farda brasileiros que colaboraram com o golpe de 11 de setembro de 1973.
Já em Washington, Robert Zoellick, presidente do Banco Mundial e que deixará o cargo no fim do mês, confirmou sua presença no rol dos defensores do enquadramento do continente latinoamericano aos interesses dos Estados Unidos.
Como os tempos hoje são distintos dos de 30 e 40 anos atrás, quando organismos internacionais em conluio com sucessivos governos estadunidenses davam total apoio a regimes de força, figuras como Zoellick saem em campo para combater o governo bolivariano da Venezuela, de quebra Cuba e outros países que não aceitam as regras estabelecidas por Washington.
Nesse sentido, Robert Zoellick apenas está cumprindo um papel que lhe cabe no jogo da tentativa de retomar a hegemonia em um continente que não aceita mais ser considerado quintal ou pátio traseiro de quem quem quer que seja.
E, por fim, Zoellick em seus pronunciamentos ainda fala em defesa da democracia. Ou seja, a mesma retórica utilizada por generais de plantão nos anos de chumbo.
O Rio entrou no clima de Rio + 20. O lobie da economia verde, uma estratégia do capital que visa manter a hegemonia do setor com o papo verde, já está em ação. Mas os movimentos sociais do Brasil e de várias partes do mundo que estaráo reunidos na Cúpula dos Povos estão alertas e não querem se enganados com discursos e belas palavras, que não dão em nada ou apontam até para um retrocesso ambiental sem tamanho.
O ceticismo de alguns setores é tão grande que já tem gente mudando o nome de Rio + 20 por Rio – 20 ou Rio + 20 é igual a zero.
Em tempo: Koffi Anan apresentou uma fórmula para tentar impedir o prosseguimento do banho de sangue na Síria. Uma reunião com os cinco países integrantes do Conselho de Segurança da ONU, mais a União Européia, Liga Árabe e países vizinhos da Síria, entre os quais o Irã.
Os Estados Unidos de antemão vetou o Irã, numa demostração prática de que a única saída defendida por Washington é que a crise se encerre com a vitória de um dos lados, exatamente o dos mercenários que recebem seu apoio.

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