Segundo os dados do MDIC, vendas externas não registraram crescimento em relação a maio de 2011, enquanto que as importações subiram 2,9% no período
Renata Veríssimo, da Agência Estado
BRASÍLIA - A balança comercial brasileira registrou
superávit de US$ 2,953 bilhões em maio, resultado de exportações de US$
23,215 bilhões e importações de US$ 20,262 bilhões. Os valores para as
vendas externas e para as importações foram recordes para meses de maio.
Segundo os dados divulgados nesta sexta-feira, 1, pelo Ministério do
Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as vendas externas
não registraram crescimento em relação a maio de 2011, pelo critério de
média diária, enquanto que as importações subiram 2,9% no período.
Junto com o resultado do mês, o MDIC divulgou também os dados da quarta e quinta semanas de maio, porque não houve divulgação semanal na última segunda-feira. Na quarta semana, as exportações somaram US$ 4,573 bilhões e as importações, US$ 4,732 bilhões, com déficit comercial de US$ 159 milhões.
Na quinta semana, com quatro dias úteis, as vendas externas totalizaram US$ 3,819 bilhões e as importações, de US$ 3,659 bilhões, resultando num saldo positivo de US$ 160 milhões.
Semimanufaturados
As exportações de semimanufaturados registram valor recorde para meses de maio, segundo o MDIC, ao somarem US$ 2,989 bilhões. O aumento em relação a maio de 2011 foi de 0,6%, puxado pelo embarques de óleo de soja bruto e ferro-ligas. Nos manufaturados, o crescimento das vendas externas foi de 2,7%, por conta de óleos combustíveis, automóveis, laminados planos e motores e geradores elétricos.
Já na categoria de básicos, foi uma queda nas exportações de 2,1% em maio na comparação com maio de 2011, por conta da retração nas vendas de minério de ferro e petróleo.
Do lado das importações, o maior aumento foi em bens de capital: 11,9% a mais que em maio de 2011. Houve também um crescimento de 10,1% nas compras brasileiras no exterior de bens de consumo e de 1,9% em combustíveis. Já as importações de matérias-primas e intermediários caíram 3,4% no mês passado em relação a maio de 2011.
Desvalorização do real
Segundo o secretário executivo do MDIC, Alessandro Teixeira, a recente desvalorização do real ainda não impactou diretamente a balança comercial brasileira. Ele explicou que os contratos de câmbio são fechados com antecedência, principalmente de commodities. "Não temos ainda a apreciação cambial nas exportações. Estes resultados não estão totalmente impactados pelo câmbio. Alguns setores levam quase um ano, como soja e minério de ferro, para terem o impacto do câmbio", explicou.
"O resultado da balança não é impactado diretamente pelo câmbio", afirmou. No entanto, o secretário disse que o dólar deve ter um reflexo maior no resultado das exportações brasileiras no segundo semestre de 2012.
Economia mundial
Teixeira disse que o desempenho da balança comercial brasileira no segundo semestre dependerá do comportamento da economia mundial. Ele destacou que a economia dos Estados Unidos não está se recuperando da forma esperada e, na União Europeia, o quadro ainda é muito negativo.
"Nós teremos crescimento das exportações; teremos superávit. Isso é o que a gente vai buscar para atingir. Nós esperamos, pelo cenário que está colocado, que no segundo semestre o desempenho das exportações brasileiras seja melhor que no primeiro semestre, mas o ponto de interrogação é: se a crise aprofundar, a gente pode ter algum problema nas exportações e nas importações?", explicou.
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