EPA
Quando se soube que na cidade de Itaguaí,
Estado do Rio de Janeiro, foi criado um estaleiro de construção de
submarinos, os peritos indagaram: contra quem e em prol de que pretende
lutar o país mais bem-sucedido da América Latina?
A
direção do Brasil e os representantes dos círculos militares do país
declararam reiteradas vezes que a frota de submarinos será utilizada
exclusivamente a fim de defender as reservas submarinas de petróleo do
país e as plataformas de pesquisa, destinadas a ampliar ainda mais estas
reservas. Na cerimônia de inauguração do estaleiro de Itaguaí a
presidente Dilma Rousseff chamou a atenção para o fato de que esta arma
será utilizada exclusivamente a fim de manter a paz.
"Eu
gostaria de louvar um fato que é muito importante: uma indústria de
defesa, como disse o ministro Celso, é uma indústria da paz. Mas eu acho
que a indústria da defesa é, sobretudo, a indústria do conhecimento.
Aqui se produz tecnologia, aqui tem também um poder imenso de difundir
tecnologia. É isso que nos outros países a indústria de defesa faz.
Nós
somos uma nação muito característica. Nós somos um país continental,
nós vivemos em profunda paz com todos os nossos vizinhos. Nós somos uma
região do mundo que não faz disputas bélicas, não tem conflitos e,
sobretudo, uma região pacífica. Todos nós temos consciência, no entanto,
que o mundo é um mundo complexo. O Brasil assumiu, nos últimos anos,
uma grande relevância. Um país como o Brasil tem esse mérito de ser um
país pacífico. Isso não nos livra de termos uma indústria da defesa e
temos toda uma contribuição a dar na garantia da nossa soberania, e nos
inserirmos cada vez de forma mais pacífica e dissuasória preventivamente
no cenário internacional."
O projeto de criação do
submarino atômico próprio, - atualmente em fase de desenvolvimento no
Brasil, - permitirá a este país atingir um novo nível geopolítico. O
Brasil está convencido de que a criação do submarino atômico próprio
permitirá tornar mais próximo o objetivo almejado – ser membro
permanente do Conselho de Segurança. Foi isso que a presente Rousseff
anunciou com orgulho.
"Nós podemos dizer, com orgulho,
que essa obra, ela é produto da iniciativa de várias, de múltiplas
instituições privadas e públicas. Podemos dizer que, de fato, com ela
nós entramos no seleto grupo que é aquele dos integrantes do Conselho de
Segurança das Nações Unidas - únicas nações que têm acesso ao submarino
nuclear: Estados Unidos, China, França, Inglaterra e Rússia."
O
Brasil será o sétimo país do mundo possuidor de submarinos atômicos. O
plano de criação destes submarinos foi anunciado ainda em 2008. Foi
resolvido, afinal, construir cinco novos submarinos, cada um dos quais
irá custar 565 milhões de dólares. Um dos navios terá um reator atômico.
Os militares brasileiros afirmam que os submarinos serão utilizados
exclusivamente para defender as reservas submarinas de petróleo e as
plataformas de pesquisas, destinadas a ampliar estas reservas. O perito
militar Viktor Litovkin assevera que o Brasil olha dezenas de anos à
frente. Existem duas regiões de interesses brasileiros – na África, onde
são possíveis colisões políticas com os países europeus e com a China,
e, hipoteticamente, na Antártida. O Brasil, um país de economia
emergente e de crescente potencial militar, faz desta maneira um
requerimento para o futuro, demanda o seu direito de participar da
geopolítica em pé de igualdade com outros jogadores mundiais”. Não se
pode subestimar as ambições do Brasil, que demanda o papel de uma
superpotência regional.
De acordo com a Estratégia de
Defesa Nacional do Brasil, o submarino atômico deve surgir em 2013. Já
foram dados passos preliminares em direção a este objetivo: no país foi
criada uma empresa que irá produzir hexafluoreto de urânio, começou o
desenvolvimento do projeto do sistema de propulsão nuclear, foi criado
um estaleiro e realiza-se a preparação de quadros de operadores de
reatores nucleares. Na realidade, o Brasil pode repetir o êxito da
companhia aeronáutica Embraer, - mas desta vez no mar. Apesar da
ausência de razões militares para a realização do projeto de criação da
frota submarina, ele não deixa de ter bases políticas e econômicas.
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