terça-feira, 5 de junho de 2012

Países da Alba abandonam tratado militar em ofensiva contra OEA 05/06/2012

 Written by Harry
Bolívia, Venezuela, Equador e Nicarágua abandonaram o Tratado Interamericano de Defesa Recíproca em meio a uma forte ofensiva diplomática contra os Estados Unidos e para presionar a reforma da Organização de Estados Americanos (OEA), cuja 42ª Assembleia Geral termina nesta terça-feira.
— Tomamos a decisão de enterrar o que acreditamos que já esteja enterrado e jogar no lixo o que já não serve — disse o chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, numa entrevista conjunta e em nome de seus colegas de Venezuela, Nicolas Maduro; Bolívia, David Choquehuanca; e Nicarágua, Denis Moncada.
Patiño recordou que o Tratado Interamericano de Defesa Recíproca foi criado por iniciativa dos Estados Unidos com o propósito de uma defesa coletiva diante de uma agressão bélica extracontinental a qualquer um dos integrantes.
— O movimento mais importante deveria ter sido usado na época do ataque (britânico) às Ilhas Malvinas, mas não foi aplicado. Um dos países, inclusive, respaldou o agressor — disse Patiño, se referindo aos EUA.
Fora do encontro, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, propôs a criação de mecanismos latino-americanos que contribuam para fortalecer a unidade e a integração da região, depois de advertir que, “se a OEA não mudar , é preciso acabar com ela”.
— Para que a OEA e para que a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH)? Vamos criar nossos mecanismos nestes espaços geopolíticos de unidade e de integração que estão nascendo como a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) — afirmou Chávez, do Palácio de Miraflores, à televisão estatal.
Os quatro países questionaram a OEA, dizendo que o organismo deveria passar por uma reforma ou morrer, mas concentraram suas críticas principalmente na Comissão Interamericana de Direitos Humanos e na Corte Interamericana de Direitos Humanos, que acusam de se subordinar a Washington para torpedear governos de esquerda na região.
Embora não tenha uma aplicação prática, o anúncio de quatro dos principais países da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba) constitui um gesto de pressão sobre o órgão.

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