Fui manipulado pelos repórteres que ali estavam a comentar algo, e de ato não pensado, infelizmente, acabei soltando o que não devia.
Sou profundo admirador do seu trabalho, reconheço que as pessoas que ali estavam, estavam de toda forma erradas, e que eu, principalmente, fugi de minha razão quando faltei com o devido respeito, mesmo que manipulado de certa forma, eu agi da pior maneira, sem querer, insultando não somente um cidadão de bem, mas também um ministro do Superior Tribunal Federal.
Gostaria de esclarecer que não gerei nenhum apelido para o senhor como é mencionado em um site, e isto o senhor presenciou. Eu apenas deixei que a má influência dos jornalistas causasse sobre mim a ação que gerou tal fato. Tal frase nunca sairia de minha pessoa, se fosse de fato pensado por mim. Sinceramente, perdão pelo ocorrido, farei o necessário para que possamos ficar em paz, se o senhor aceitar, amigos.”
Com esta carta, o mesário que agrediu o ministro Ricardo Lewandowski, no segundo turno das eleições municipais, neste domingo, se desculpou. Disse que foi manipulado pela presença de repórteres – e que, ao contrário do que se divulgou, não definiu o ministro como “Liberandowski”. O que ele fez, em meio à suposta pressão de profissionais da imprensa, foi sugerir ao ministro que mandasse um abraço a José Dirceu.
Funcionário da Justiça Eleitoral, ele poderia ser processado por desacato, ainda que a ministra Carmen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral e colega de Lewandowski, não tenha tomado qualquer providência.
A carta, no entanto, suscita um ponto importante. Num artigo de grande repercussão (O destino do “in dubio pro reo”) o advogado Antonio Claudio Mariz de Oliveira afirma que “não pode passar sem registro um outro aspecto extraído ou confirmado pelo julgamento do mensalão: o poder da mídia para capturar a vaidade humana e torná-la sua refém”.
De todos os ministros do STF, aquele que mais se deixou transformar em herói foi Joaquim Barbosa, segundo Veja, “o menino pobre que mudou o Brasil”. Tem sido também Barbosa o principal agressor de Lewandowski. Foi ele, por exemplo, quem indagou se o revisor advogava para Marcos Valério, simplesmente porque foi socorrido quando sofismava em sua argumentação, depois de tentar aplicar uma lei equivocada a um réu.
Um mesário que agride um ministro do STF coloca a culpa nos meios de comunicação. Será que os que aplaudem também são manipulados?
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