Do Opera Mundi
África vive processo democrático raro na história, afirma Lula
Ex-presidente diz que Brasil deve ter relação diferenciada com africanos, sem "mentalidade colonizadora"
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira
(27/05), em evento comemorativo ao Dia da África, que o continente
“está passando por um processo democrático como poucas vezes ocorreu em
algum lugar do mundo”.
“Nos últimos 18 meses, foram realizadas 26 eleições na África,
contanto as legislativas. Entre os dez países que mais crescem no mundo,
sete são africanos”, disse Lula, que ainda lembrou que “é muito nova a
conquista da independência na África”.
Em discurso na Prefeitura de São Paulo, Lula ainda argumentou que o
Brasil deve estabelecer uma relação diferenciada com o continente
africano. “Não podemos deixar prática colonizadora voltar para a África.
O Brasil pode ter relação diferenciada, sem ter a mesma prática de país
colonizador, sem os empresários quererem só ir lá para comprar as
companhias. Precisamos de uma política de associação, de parceria, para
que eles possam construir suas empresas.”
O jornalista angolano Antonio Lúcio, presente no evento, reiterou as
declarações de Lula. “O continente vive um momento de expansão e o
Brasil tem papel chave nesse processo. A África parece Brasília nos anos
1960, um verdadeiro canteiro de obras”, explicou a Opera Mundi.
O ex-presidente
também criticou o baixo número de informações que os brasileiros têm a
respeito da África. “Há uma visão equivocada. Se fala muito pouco do
povo da África. Quando falamos da África, falamos de miséria, sem levar
em conta o que está acontecendo por lá.”
Lula
também deu destaque em sua fala à Unilab (Universidade da Integração
Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira), criada durante o seu
governo, no qual o atual prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, era
ministro da Educação. “A ideia da Unilab é contribuir para a África dar
um salto de qualidade. Quanto mais desenvolvida for a África, melhor
para mundo e para o Brasil.”
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