Do PCO
PEC 37 procura retirar poder gigantesco do Ministério Público
Proposta tem como objetivo acabar com o poder de investigação do órgão, uma vez que atua também como membro da acusação
A Proposta de Emenda à Constituição 37/2011 (PEC 37), que determina o
fim do poder de investigação do Ministério Público (MP), está pronta
para ir a Plenário. Desde a criação do MP, na constituinte de 88, já se
apontava que o órgão poderia extrapolar suas atribuições.
A PEC acrescenta no art. 144 a limitação do poder de investigação
criminal às polícias judiciárias (polícias civis e federal), o que
também estava sendo feito pelo MP. O órgão que supostamente teria a
função de fiscalizar as atividades do judiciário e fazer denúncias, hoje
tem poder de investigar, além de atuar como membro da acusação.
“Não existe previsão constitucional que autorize o órgão de acusação a
investir-se na condição de polícia judiciária, salvo em situações
excepcionais. O Projeto de Emenda Constitucional nº 37 pretende deixar
ainda mais clara a ilegitimidade do Ministério Público”, afirma o
criminalista César Peres. (jus.com.br)
A atuação do MP já havia sido questionada pela Ordem dos Advogados do
Brasil, através de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin)
contra o poder de investigação do mesmo. A OAB também declarou o apoio à
esta PEC.
O MP ainda possui outras prerrogativas, como a de sentar ao lado dos
juízes durante os julgamentos e o de que suas investigações ainda possui
valor de verdade material, sendo suficiente para incriminar o réu. Todo
este poder dado ao órgão faz com que a justiça brasileira se torne cada
vez mais persecutória.
A forma de atuação, principalmente por ser um órgão sem
representatividade, faz com que o MP aja de acordo com interesses
escusos. “O idealismo orgânico do momento constituinte foi dando lugar à
atuação frequentemente individualista, politizada e corporativista”,
afirma subprocurador-geral da República Eugênio Aragão que se opõe ao
poder de investigação.
Isto fica ainda mais claro nos casos em que a mídia burguesa procurou
fazer campanha contra ou em que a punição era de interesse de partidos
da direita, como o caso do julgamento do Mensalão e a denúncia feita
pelo MP contra os 72 estudantes da USP, presos na desocupação da
reitoria em 2011.
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