Fernando Cavalcanti
Nos dias de jogos da Copa das
Confederações, a Aeronáutica terá permissão para abater aeronaves em
espaço aéreo brasileiro consideradas hostis sem precisar da autorização
da Presidência da República. Nas próximas semanas, um decreto será
publicado pela presidente Dilma Rousseff autorizando a operação
defensiva, que só será adotada em caso de necessidade extrema.
Pela lei brasileira, em tempos de
paz, aviões só podem ser abatidos do ar pelas Forças Armadas após
autorização expressa do Palácio do Planalto. Mas, de acordo com o
coronel aviador Alcides Teixeira Barbacovi, chefe do Estado-Maior
Conjunto do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro, durante a Copa
das Confederações, que começa no próximo dia 15, será delegado o poder
de policia ao Comandante da Aeronáutica.
Isso significa que a decisão de
abate , que no momento é prerrogativa exclusiva da Presidente da
República, poderá ser tomada pelo comandante da Aeronáutica. Com esse
expediente, o tenente brigadeiro do Ar Juniti Saito poderá autorizar a
derrubada de qualquer aeronave que coloque em risco grave a segurança
nacional durante da Copa das Confederações.
Na última quarta-feira, a FAB (Força
Aérea Brasileira) anunciou quais serão as alterações na política de
controle do espaço aéreo brasileiro durante o torneio da Fifa, que
acontecerá em seis capitais do país. Os militares aproveitaram a
oportunidade para demostrar à imprensa suas capacidades e operações de
defesa, simulando a interceptação de um avião suspeito por uma par de
caças F5M.
Conforme antecipou o UOL Esporte, o
esquema de defesa se dará em camadas concêntricas ao redor dos estádios
que receberão os jogos. Nas cidades que receberão as partidas, uma série
de restrições será imposta à aviação desde uma hora antes do início do
jogo até quatro horas depois do término do evento.
Será criada uma área reservada no espaço
aéreo, onde qualquer avião que não se identificar ao ingressar, será
interceptado em até três minutos. Na área proibida, somente aeronaves
militares, de salvamento ou essenciais para o funcionamento do evento,
como as de imprensa, poderão voar.
Para garantir que ninguém esteja onde não
deve, a FAB vai contar com pelo menos três aeronaves no ar fazendo o
policiamento do espaço aéreo da cidade-sede nos dias de jogos. São elas:
um caça supersônico F5M, um avião de ataque leve Super Tucano e um
helicóptero artilhado (Black Hawk ou Sabre), com o eventual apoio de uma
avião radar R99 e de um reabastecedor. No solo ficarão mais um de cada
modelo para fazer o revezamento.
Segundo a FAB, esta operação não irá
afetar a defesa das fronteiras do país, realizada com caças que compõem a
frota da operação permanente Alerta Brasil, sempre a postos para
defender intrusões do espaço aéreo nacional.
No exercício militar realizado na última
quarta-feira, um avião Brasília C-97 do Terceiro Esquadrão de Transporte
Aéreo representou o papel do avião suspeito. Simulando um voo com
transponder (sistema de comunicação com outras aeronaves) desligado, ele
foi interceptado por um par de F5Ms que, por rádio, exigiram que a
aeronave se identificasse e os acompanhasse para a base aéra de Santa
Cruz.
Lá, o avião foi abordado por uma tropa da
infantaria da Aeronáutica, que se assegurou que o aviao e os seus
ocupantes não eram hostis. Segundo a FAB,1.200 dessas tropas ficarão à
disposição durante a Copa das Confederações para qualquer eventualidade.
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