sexta-feira, 24 de maio de 2013

União Europeia pretende desferir um novo golpe no sigilo bancário 24/05/2013


União Europeia, bandeira

O sigilo bancário na Europa pode vir a sofrer um novo golpe. Segundo os resultados da última cúpula da União Europeia, os líderes dos países combinaram elaborar uma nova diretriz da Comissão Europeia até o final de 2013.

Se o processo for coroado de êxito, durante o próximo ano será preparado um texto juridicamente obrigatório desse documento. E o sistema de troca automática de informações sobre rendas que estas ou aquelas pessoas recebem de seus depósitos, funcionará já a partir do início de 2015.
Foi alcançado progresso também nas conversações com a Áustria e Luxemburgo, que antes eram contra as iniciativas da maioria. Agora resta entrar em entendimentos com tais países como Liechtenstein, Mônaco, Andorra, San Marino e, naturalmente, a Suíça. Pois se eles ficarem de fora, os depositantes que não quiserem tornar públicas suas rendas, não terão problemas em transferir para lá seus recursos.
Aliás, os especialistas não duvidam de que a UE encontrará argumentos para convencer estes países, refere o economista Serguei Khestanov:
“Países pequenos, que constroem sua economia na base do sigilo bancário, encontram-se sob forte pressão por parte de países mais desenvolvidos. Até mesmo um país tradicionalmente conservador como a Suíça deu grandes passos ao encontro da troca de informações sobre os depositantes. Em face disto, parece irrealista o desejo dos pequenos países de conservar o sigilo bancário em sua jurisdição.”
Já começou o regateio com países europeus que não fazem parte da UE. Assim, o Liechtenstein, para começar, quer obter anistia fiscal para os clientes de seus bancos. O mesmo quer a Suíça para seus depositantes da Alemanha. Aliás, os EUA, no passado recente, já conseguiram convencer Berna a ser mais conciliadora – agora a Suíça fornece informações sobre as contas dos cidadãos americanos.
É assim que, lenta, mas inexoravelmente, o sigilo bancário passa a ser uma coisa do passado, pelo menos na Europa. O processo favorece os países que, em virtude da sonegação de impostos, perdem enormes somas. Segundo avaliações da Comissão Europeia, as perdas anuais dos orçamentos atingem trilhões de euros. Para além disso, o setor bancário se debate com o problema da evasão de recursos, constata o economista, colaborador da Academia de Ciências da Rússia, Vladislav Belov.
“A privação dos Estados do sigilo bancário irá, sem dúvida nenhuma, piorar suas vantagens de concorrência, pois no mundo continuarão a existir regiões onde o sigilo bancário é observado como antes. Por isso pode-se supor que irá ocorrer um afluxo de capitais a esses países.”
Entre os que receberão com alegria os recursos dos depositantes de bancos europeus são citadas, antes de mais nada, as jurisdições asiáticas. Por exemplo, Singapura, Hong Kong, Malásia e também os Emirados Árabes Unidos.

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