Com informações do MCTI e Agência Brasil
Pesquisas minerais
O Brasil contará, a partir do próximo ano, com um dos mais modernos navios de pesquisas oceanográficas do mundo.
Com a embarcação, avaliada em R$ 162 milhões, será possível aumentar o volume de informações sobre recursos minerais e biológicos na chamada Amazônia Azul, como é conhecida a zona econômica exclusiva do mar brasileiro, com 3,6 milhões de quilômetros quadrados.
Com a aquisição do novo navio, o país contará com três navios oceanográficos de grande porte.
A embarcação terá 78 metros de comprimento, autonomia de 60 dias no mar, acomodará 146 pessoas, sendo 40 a 60 pesquisadores, e contará com três laboratórios.
A embarcação contará ainda com um robô submarino, com capacidade de coletar amostras no fundo marinho, podendo operar a até 5 mil metros de profundidade.
O novo navio de pesquisas, cujo nome ainda não está definido, deverá ser entregue em Setembro de 2013.
O custo do navio será dividido entre os quatro parceiros: MCTI, R$ 27 milhões, Marinha, R$ 27 milhões, Vale, R$ 38 milhões, e Petrobras, R$ 70 milhões.
Minerais no fundo do mar
O novo navio de pesquisas terá como focos principais de atuação o levantamento de recursos minerais e a bioprospecção.
"É uma plataforma científica e tecnológica importante para fazer levantamento, explorar, ter conhecimento sobre o mar e a geologia do fundo do mar. Exploração mineral, de petróleo, tudo sob o desafio da sustentabilidade, sem destruir os recursos naturais. Para termos sucesso como potência ambiental, só poderemos fazer isso com conhecimento," disse o ministro Marco Antonio Raupp.
Ele considerou que o interesse das empresas em investir no navio se justifica pelas possíveis novas descobertas de metais preciosos a serem explorados no leito do oceano, o que poderá ser a nova fronteira econômica do país neste século.
"As empresas também reconhecem que sem ciência e tecnologia não têm futuro e, por isso, estão investindo. Várias empresas estão buscando minérios no fundo do mar e o mesmo querem fazer aqui. Temos que ter meios de reconhecer [as potencialidades] para ter capacidade regulatória de como utilizar esses recursos."
Exploração Marítima
"O modelo de parceria é totalmente inovador, em que você junta os interesses do governo e da iniciativa privada," disse Janice Trotte, do MCTI. "É um navio de última geração, está entre os cinco melhores do mundo, confere condições de trabalho à nossa comunidade oceanográfica ainda não experimentadas, em termos de conforto e na capacidade de gerar conhecimento."
Janice disse que atualmente pesquisadores brasileiros precisam atuar em navios estrangeiros no Atlântico Sul, pela ausência de uma plataforma de pesquisa adequada, o que deverá mudar com a entrada em operação da nova embarcação.
Segundo ela, ainda serão necessários novos navios para atender à demanda na região.
Atualmente, em termos de embarcações de grande alcance, o Brasil conta com o navio Cruzeiro do Sul, vinculado à Marinha, e o Alpha Crucis, da Universidade de São Paulo (USP).
O novo navio de pesquisas vai permitir que o país faça explorações mais aprofundadas do leito oceânico, em busca de metais e materiais preciosos.
"Nos mantínhamos em um patamar atrás por não dispor de plataforma de infraestrutura embarcada para chegar a esse tipo de exploração. Já temos conhecimento de rochas cobaltíferas e fosforitas e diversos outros recursos minerais muito valorizados no mercado internacional. Temos esta fronteira a desbravar, jamais desenvolvida em nosso país", disse a coordenadora.
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