Falando a jornalistas, Lakhdar
Brahimi alegou que essa é uma conquista modesta, mas que pode dar início
a um processo político efetivo
Efe
O enviado especial das Nações Unidas à Síria, Lakhdar Brahimi, disse nesta quarta-feira (24/10) que o governo de Bashar al Assad concordou com um cessar-fogo durante o feriado muçulmano de Eid al Adha, que começa na próxima quinta-feira (25/10) e dura de três a quatro dias.
"Após a visita que fiz a Damasco, houve um acordo por parte do governo sírio por um cessar-fogo durante o Eid", disse Brahimi durante uma entrevista coletiva no Cairo, Egito. De acordo com o enviado, o governo de Al Assad deve se manifestar em breve. Ele também assegurou que esteve em contato com grupos da oposição armada ao regime, e que suas lideranças também concordaram com uma trégua nos combates.
"Outras facções sírias que conseguimos contatar, também concordaram, em sua maioria, com os princípios do cessar-fogo”, acrescentou Brahimi. Embora não tenha fornecido à imprensa a exata duração desse cessar-fogo acordado com autoridades sírias, ele ressalta que, "se essa modesta iniciativa for bem sucedida, uma trégua maior pode ser alcançada”.
Brahimi sera sabatinado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas a respeito de suas estratégias para alcançar um cessar-fogo temporário. De acordo com o porta-voz da ONU Martin Nesirky, ainda hoje ele deve conversar com 15 membros do órgão por vídeo conferência. "Brahimi, bem como o secretário-geral, está se empenhando muito, justamente porque esse é um momento extremamente importante", disse Nesirky durante uma coletiva em Nova York.
O Conselho de Segurança está polarizado no que diz respeito às possíveis soluções para o conflito sírio. De um lado, nações ocidentais, lideradas pela diplomacia norte-americana, defendem ações contundentes contra o regime do presidente Bashar al Assad. De outro, China e especialmente Rússia revelam-se contrárias a essa estratégia de resolução e votam contra projetos de sanções mais drásticas sobre Damasco.
Ao longo dos últimos 19 meses, o que se mostrava como um levante popular associado às demais mobilizações do mundo árabe converteu-se gradativamente em uma guerra civil de grandes proporções. Embora as estatísticas sejam imprecisas, a maior parte das grandes organizações internacionais de direitos humanos calculam que o número de mortos supera a marca dos 30 mil.
O governo já perdeu importantes centros urbanos para o Exército Livre da Síria, principal voz da oposição armada ao regime de Bashar al Assad. Damasco recorre agora a ataques aéreos para manter isolados aqueles que classificam como “terroristas”.
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